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Alemanha toma medidas para evitar novo fluxo de migrantes

A decisão de limitar o reagrupamento familiar e endurecer o direito de asilo para marroquinos, argelinos e tunisianos

Família de refugiados: Merkel se recusa, no entanto, apesar da forte queda de seu nível de popularidade, a limitar o número de refugiados acolhidos (Reuters / Dominic Ebenbichler)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de janeiro de 2016 às 12h37.

A chanceler alemã, Angela Merkel , aprovou várias medidas, como limitar o reagrupamento familiar para certos refugiados, com o objetivo de frear o esperado fluxo de migrantes na primavera do hemisfério norte e enfrentar com garantias as próximas eleições.

A decisão de limitar o reagrupamento familiar e endurecer o direito de asilo para marroquinos, argelinos e tunisianos, que poderão ser expulsos mais facilmente, coloca fim a dois meses de difíceis negociações políticas entre os sócios da coalizão governamental.

Nela estão os conservadores CDU de Merkel, seu braço bávaro CSU - que exige em vão a fixação de um limite para o acolhimento de refugiados - e os sociais-democratas.

O objetivo destas medidas é preparar o terreno para uma redução tangível do fluxo migratório, após a chegada à Alemanha de mais de um milhão de migrantes em 2015. Esta baixa foi prometida pelo chanceler, que exclui, por sua vez, o fechamento das fronteiras.

Aproveitar o inverno

Merkel também aposta na bateria de medidas europeias, como a divisão de refugiados em toda a União Europeia - que vários países rejeitam - e a milionária ajuda prometida a Turquia, Jordânia e Líbano para que retenham os sírios em seus territórios.

Para a Alemanha, trata-se de aproveitar a trégua oferecida pelas tempestades de inverno no Mediterrâneo, que geraram uma considerável queda no número de migrantes que tentam a travessia à Itália e à Grécia.

"É preciso utilizar esta oportunidade que se abre", afirmou na quinta-feira Peter Altmeier, coordenador da política migratória alemã, muito próximo a Merkel.

"Mas ainda são muitos os 2.500 refugiados ilegais que vêm (a cada dia) da Turquia à Grécia. É por isso que nosso objetivo é que o número de refugiados não aumente com o fim das tempestades de inverno", acrescenta.

Merkel se recusa, no entanto, apesar da forte queda de seu nível de popularidade, a limitar o número de refugiados acolhidos.

Esta linha é cada vez menos compartilhada: segundo uma pesquisa nesta sexta-feira da revista Focus, 40% dos alemães consideram que a chanceler deve deixar seu cargo, contra 45% que são contrários.

É uma tendência ameaçadora antes de três eleições legislativas regionais no dia 13 de março, nas quais é esperado um espetacular aumento dos populistas antimigrantes do partido AfD (Alternativa para a Alemanha).

"Tudo deve dar a entender que se mantém a continuidade, mas na realidade o governo prepara uma correção de sua política migratória", estima nesta sexta-feira o jornal Handelsblatt.

Este endurecimento progressivo ocorre enquanto a Alemanha aparece na Europa como o único destino para os centenas de milhares de migrantes.

Suécia e Finlândia anunciaram sua decisão de querer expulsar dezenas de milhares de migrantes que chegaram em 2015.

A Holanda espera reenviá-los à Grécia, enquanto Macedônia, Croácia e Sérvia não querem deixar as pessoas que têm como destino Áustria ou Alemanha passarem.

O primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borisov, pediu nesta sexta-feira o fechamento das fronteiras externas do espaço Schengen enquanto a UE não decidir o que fazer com os migrantes que já estão em seu interior.

"Insisto (que a Europa dê) ao menos um passo: fechar imediatamente as fronteiras externas da UE, enquanto estas 1 a 2 milhões de pessoas (migrantes) não estiverem instaladas", disse.

"Não se pode deixar que (os refugiados) gastem seu dinheiro e depois sejam expulsos (...) mais vale impedir que venham", acrescentou após uma reunião com seu colega húngaro, Victor Orban.

Cerca de 30.000 refugiados sírios, iraquianos e afegãos seguiram tomando a rota dos Bálcãs em janeiro, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

E, intensificados pelo mau tempo, dramas continuam sendo registrados no Mediterrâneo.

As autoridades gregas recuperaram na manhã de quinta-feira os corpos sem vida de outros 24 migrantes, entre eles 10 crianças, enquanto a marinha italiana encontrou outros seis cadáveres diante da costa líbia.

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A decisão de limitar o reagrupamento familiar e endurecer o direito de asilo para marroquinos, argelinos e tunisianos, que poderão ser expulsos mais facilmente, coloca fim a dois meses de difíceis negociações políticas entre os sócios da coalizão governamental.

Nela estão os conservadores CDU de Merkel, seu braço bávaro CSU - que exige em vão a fixação de um limite para o acolhimento de refugiados - e os sociais-democratas.

O objetivo destas medidas é preparar o terreno para uma redução tangível do fluxo migratório, após a chegada à Alemanha de mais de um milhão de migrantes em 2015. Esta baixa foi prometida pelo chanceler, que exclui, por sua vez, o fechamento das fronteiras.

Aproveitar o inverno

Merkel também aposta na bateria de medidas europeias, como a divisão de refugiados em toda a União Europeia - que vários países rejeitam - e a milionária ajuda prometida a Turquia, Jordânia e Líbano para que retenham os sírios em seus territórios.

Para a Alemanha, trata-se de aproveitar a trégua oferecida pelas tempestades de inverno no Mediterrâneo, que geraram uma considerável queda no número de migrantes que tentam a travessia à Itália e à Grécia.

"É preciso utilizar esta oportunidade que se abre", afirmou na quinta-feira Peter Altmeier, coordenador da política migratória alemã, muito próximo a Merkel.

"Mas ainda são muitos os 2.500 refugiados ilegais que vêm (a cada dia) da Turquia à Grécia. É por isso que nosso objetivo é que o número de refugiados não aumente com o fim das tempestades de inverno", acrescenta.

Merkel se recusa, no entanto, apesar da forte queda de seu nível de popularidade, a limitar o número de refugiados acolhidos.

Esta linha é cada vez menos compartilhada: segundo uma pesquisa nesta sexta-feira da revista Focus, 40% dos alemães consideram que a chanceler deve deixar seu cargo, contra 45% que são contrários.

É uma tendência ameaçadora antes de três eleições legislativas regionais no dia 13 de março, nas quais é esperado um espetacular aumento dos populistas antimigrantes do partido AfD (Alternativa para a Alemanha).

"Tudo deve dar a entender que se mantém a continuidade, mas na realidade o governo prepara uma correção de sua política migratória", estima nesta sexta-feira o jornal Handelsblatt.

Este endurecimento progressivo ocorre enquanto a Alemanha aparece na Europa como o único destino para os centenas de milhares de migrantes.

Suécia e Finlândia anunciaram sua decisão de querer expulsar dezenas de milhares de migrantes que chegaram em 2015.

A Holanda espera reenviá-los à Grécia, enquanto Macedônia, Croácia e Sérvia não querem deixar as pessoas que têm como destino Áustria ou Alemanha passarem.

O primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borisov, pediu nesta sexta-feira o fechamento das fronteiras externas do espaço Schengen enquanto a UE não decidir o que fazer com os migrantes que já estão em seu interior.

"Insisto (que a Europa dê) ao menos um passo: fechar imediatamente as fronteiras externas da UE, enquanto estas 1 a 2 milhões de pessoas (migrantes) não estiverem instaladas", disse.

"Não se pode deixar que (os refugiados) gastem seu dinheiro e depois sejam expulsos (...) mais vale impedir que venham", acrescentou após uma reunião com seu colega húngaro, Victor Orban.

Cerca de 30.000 refugiados sírios, iraquianos e afegãos seguiram tomando a rota dos Bálcãs em janeiro, segundo a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

E, intensificados pelo mau tempo, dramas continuam sendo registrados no Mediterrâneo.

As autoridades gregas recuperaram na manhã de quinta-feira os corpos sem vida de outros 24 migrantes, entre eles 10 crianças, enquanto a marinha italiana encontrou outros seis cadáveres diante da costa líbia.

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