Alemanha tenta se livrar de romaria ao túmulo de nazista
Rudolf Hess, ex-braço direito de Hitler, teve restos exumados às escondidas na madrugada desta quarta-feira
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2011 às 21h05.
Wunsiedel - Os restos do ex-braço direito de Hitler, Rudolf Hess, foram exumados às escondidas na madrugada desta quarta-feira, com o túmulo destruído em seguida, numa tentativa de eliminar o mais importante local de peregrinação neonazista da Alemanha.
Com a ajuda da luz de um pequeno projetor, às quatro horas da manhã, o diácono Hans-Jürgen Buchta e seus sete assistentes presidiram uma espécie de cerimônia, no cemitério protestante, destinada a livrar para sempre a aldeia de Wunsiedel, na Baviera (sul), dos neonazistas, 24 anos após a morte de Hess.
A exumação ocorreu a menos de um mês do aniversário de sua morte, longe do público e sem que a mídia fosse informada.
Os restos foram colocados num novo caixão, que foi incinerado, e as cinzas devem ser lançadas ao mar.
Nenhum skinhead ou nostálgdico do III Reich apareceu para perturbar a solenidade.
Durante todos esses anos, não se passava uma semana sem que aparecesse um peregrino nazista em Wunsiedel, lembrou-se o diácono: alguns faziam a saudação hitlerista, proibida na Alemanha, diante do túmulo que apresentava uma inscrição enigmática - "eu ousei" - e as datas de nascimento e de morte do líder nacional-socialista.
Centenas de neonazistas vinham comemorar anualmente, no dia 17 de agosto, sua morte, até que foi aprovada, em 2005, uma legislação proibindo esse tipo de reunião.
Ex-número dois do Partido Nacional Socialista (NSDAP) de Adolf Hitler, Rudolf Hess foi condenado à prisão perpétua durante o julgamento dos líderes nazistas em Nuremberg.
Suicidou-se aos 93 anos, ao final de 41 anos recluso em sua cela, na prisão de Spandau, em Berlim Ocidental, na qual era o único detido.
Hess, que tentou negociar um acordo de paz na Grã-Bretanha, em 1941, escreveu no testamento que queria ser enterrado no cemitério protestante de Wunsiedel, onde seus pais tinham uma casa de veraneio. A paróquia respeitou sua última vontade.
Wolf Rüdiger Hess, afilhado de Adolf Hitler, adorava seu pai Rudolf e acusou os Aliados de responsabilidade por sua morte.
Mas, dez anos após a morte de Wolf Rüdiger, a família Hess decidiu virar radicalmente a página da história. Em novembro passado, Hans-Jürgen Buchta recebeu uma carta dos herdeiros, pedindo que prorrogasse por mais 20 anos a permissão da sepultura.
Os representantes da paróquia aproveitaram a oportunidade para explicar aos descendentes de Hess o problema representado pelo local de peregrinação.
"Parece que entenderam, disse à AFP o ex-burgomestre do cantão, Peter Seisser.
Segundo a presidente da comunidade judaica de Munique, "durante anos, Wunsiedel e seus habitantes foram aterrorizados por neonazistas do mundo inteiro. Acabou", estimou Charlotte Knobloch.
Wunsiedel - Os restos do ex-braço direito de Hitler, Rudolf Hess, foram exumados às escondidas na madrugada desta quarta-feira, com o túmulo destruído em seguida, numa tentativa de eliminar o mais importante local de peregrinação neonazista da Alemanha.
Com a ajuda da luz de um pequeno projetor, às quatro horas da manhã, o diácono Hans-Jürgen Buchta e seus sete assistentes presidiram uma espécie de cerimônia, no cemitério protestante, destinada a livrar para sempre a aldeia de Wunsiedel, na Baviera (sul), dos neonazistas, 24 anos após a morte de Hess.
A exumação ocorreu a menos de um mês do aniversário de sua morte, longe do público e sem que a mídia fosse informada.
Os restos foram colocados num novo caixão, que foi incinerado, e as cinzas devem ser lançadas ao mar.
Nenhum skinhead ou nostálgdico do III Reich apareceu para perturbar a solenidade.
Durante todos esses anos, não se passava uma semana sem que aparecesse um peregrino nazista em Wunsiedel, lembrou-se o diácono: alguns faziam a saudação hitlerista, proibida na Alemanha, diante do túmulo que apresentava uma inscrição enigmática - "eu ousei" - e as datas de nascimento e de morte do líder nacional-socialista.
Centenas de neonazistas vinham comemorar anualmente, no dia 17 de agosto, sua morte, até que foi aprovada, em 2005, uma legislação proibindo esse tipo de reunião.
Ex-número dois do Partido Nacional Socialista (NSDAP) de Adolf Hitler, Rudolf Hess foi condenado à prisão perpétua durante o julgamento dos líderes nazistas em Nuremberg.
Suicidou-se aos 93 anos, ao final de 41 anos recluso em sua cela, na prisão de Spandau, em Berlim Ocidental, na qual era o único detido.
Hess, que tentou negociar um acordo de paz na Grã-Bretanha, em 1941, escreveu no testamento que queria ser enterrado no cemitério protestante de Wunsiedel, onde seus pais tinham uma casa de veraneio. A paróquia respeitou sua última vontade.
Wolf Rüdiger Hess, afilhado de Adolf Hitler, adorava seu pai Rudolf e acusou os Aliados de responsabilidade por sua morte.
Mas, dez anos após a morte de Wolf Rüdiger, a família Hess decidiu virar radicalmente a página da história. Em novembro passado, Hans-Jürgen Buchta recebeu uma carta dos herdeiros, pedindo que prorrogasse por mais 20 anos a permissão da sepultura.
Os representantes da paróquia aproveitaram a oportunidade para explicar aos descendentes de Hess o problema representado pelo local de peregrinação.
"Parece que entenderam, disse à AFP o ex-burgomestre do cantão, Peter Seisser.
Segundo a presidente da comunidade judaica de Munique, "durante anos, Wunsiedel e seus habitantes foram aterrorizados por neonazistas do mundo inteiro. Acabou", estimou Charlotte Knobloch.