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Alemanha quer reconstruir "passo a passo" amizade com Turquia

Os dois países passam por um momento de grande tensão desde a anulação de comícios da comunidade turca na Alemanha na semana passada

Reunião: "Não há alternativa ao diálogo", disse o ministro alemão das Relações Exteriores (Cem Ozdel/Turkish Foreign Ministry Press Office/Handout/Reuters)
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AFP

Publicado em 8 de março de 2017 às 12h02.

Alemanha e Turquia devem reconstruir "passo a passo" sua amizade, afirmou nesta quarta-feira o ministro alemão das Relações Exteriores, ao mesmo tempo em que classificou de "linha vermelha" as acusações de nazismo formuladas por Ancara, após uma reunião em Berlim com o colega turco.

"Não há alternativa ao diálogo, esta é a única forma, passo a passo, de poder voltar a uma relação normal de amizade entre alemães e turcos", declarou Sigmar Gabriel após o encontro com Mevlut Cavusoglu.

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Sigmar Gabriel tenta reduzir a crise entre os dois países, que passam por um momento de grande tensão desde a anulação de vários comícios da comunidade turca na Alemanha na semana passada.

Os eventos, com a presença de ministros turcos, estavam vinculados ao referendo constitucional previsto para abril na Turquia e que tem como objetivo reforçar os poderes do presidente Recep Tayyip Erdogan.

Ao mesmo tempo, Gabriel fez uma advertência às autoridades turcas, começando por Erdogan, que nos últimos dias compararam o cancelamento dos comícios a práticas nazistas.

"Deixei claro, mais uma vez, que as comparações com o período nazista e o cancelamento de comícios ou sobre o estado de direito na Alemanha estão proibidos", disse Gabriel.

"As duas partes têm a responsabilidade de simplesmente não ultrapassar certas linhas vermelhas, e comparações com a Alemanha nazista é uma delas", completou o ministro alemão.

O ministro turco Mevlut Cavusoglu não fez declarações após a reunião que, segundo Gabriel, foi "franca, boa, amistosa na forma, embora dura e controversa no conteúdo".

Em Hamburgo, Cavusoglu pediu na terça-feira que a Alemanha "não dê lições de democracia e direitos humanos" a Turquia, ao mesmo tempo que acusou Berlim de interferir no processo eleitoral turco.

Ancara considera que a anulação de quatro comícios na Alemanha, onde vivem 1,4 milhão de cidadãos turcos, é uma tentativa de favorecer o "Não" no referendo constitucional de 16 de abril.

O governo alemão negou qualquer responsabilidade no cancelamento dos eventos, decididos, afirmou, pelas autoridades locais, que alegaram motivos de segurança ou de logística.

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