Agência investiga numerosos ataques químicos contra Ghouta
Especialistas da OPAQ estão buscando provas, mas como se trata de um enclave, é muito difícil ter acesso a informação e material
AFP
Publicado em 21 de março de 2018 às 06h25.
A Organização para a Proibição das Armas Químicas (OPAQ) recebeu várias denúncias sobre o emprego de armas químicas no enclave sírio de Ghuta Oriental, mas uma investigação a fundo será difícil, admitiu nesta terça-feira o diretor-geral dessa agência, Ahmet Uzumcu.
Uma missão de observação criada pela OPAQ havia investigado até agora mais de 70 casos de ataques com gás tóxico na Síria desde 2014, de um total de 370 denúncias, disse Uzumcu.
"Houve várias" denúncias de uso de armas químicas em Ghuta Oriental, afirmou à imprensa antes de uma reunião a portas fechadas com o Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"Nossos especialistas estão buscando provas, mas se trata de um enclave e é muito difícil ter acesso a informação e material", explicou.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos, uma ONG opositora ao governo de Bashar al Assad baseada em Londres, afirmou que tropas do regime sírio utilizaram armas a base de cloro durante sua ofensiva para recuperar Ghuta.
O embaixador russo Vassily Nebenzia afirmou nesta terça-feira a repórteres que as forças sírias encontraram arsenais de armas químicas em áreas que anteriormente estavam nas mãos de forças rebeldes em Ghuta Oriental. "É muito preocupante", acrescentou o diplomata.
Uzumcu disse que os especialistas da OPAQ buscam provas do uso de armas químicas tanto por rebeldes como pelas tropas governamentais.
A missão da OPAQ foi estabelecida em abril de 2014 para determinar se agentes tóxicos foramutilizados como armas na guerra síria, sem estabelecer os responsáveis.
Em 2015, o Conselho de Segurança da ONU formou um painel para determinar quem estava por trás dos ataques, mas a investigação foi suspensa quando a Rússia vetou a ampliação de seu mandato.