Afinal, as pesquisas de intenção de voto nos EUA acertaram ou erraram?
Especialista aponta que pesquisas estavam corretas, mas indicavam uma vantagem muito superior à que Biden realmente tem em estados-chave
Fabiane Stefano
Publicado em 4 de novembro de 2020 às 12h48.
Última atualização em 4 de novembro de 2020 às 12h54.
O day after das eleições americanas amanheceu com uma tendência de vitória de Donald Trump em estados-chave, como Georgia, Winsconsin, Pensilvânia e Michigan. Mas em alguns deles, como no Michigan, o democrata Joe Biden já ultrapassou seu rival e deve seguir em vantagem - já que os últimos votos, enviados pelo correio, devem ser democratas em sua maioria.
Por esse mesmo motivo, o movimento de virada democrata deve se repetir em alguns estados, confirmando o que apontava a maioria das pesquisas de intenção de voto: Biden como o próximo presidente dos EUA.
" As pesquisas até agora têm sido muito aderentes, na margem de erro ", analisa Maurício Moura, fundador do IDEIA, instituto de pesquisa especializado em opinião pública. Para ele, a única diferença entre as pesquisas e os resultados que se desenham neste segundo dia de apurações está no tamanho das vantagens - muito menores do que as pesquisas apontavam, especialmente nos estados do meio oeste.
"No Winsconsin e no Michigan, algumas pesquisas davam até 8 pontos de vantagem pro Biden. Ele segue ganhando, mas com 1 ou dois pontos a mais que Trump, apenas", analisou Moura, concluindo que Biden está melhor que Hillary em 2016, mas enfrentando um eleitorado Trumpista mais resiliente. "Isso se deve à maior presença dos eleitores das cidades pequenas e médias, que compareceram mais do que as pesquisas previam e votaram no Trump.