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Acordo sobre a dívida está muito perto, diz líder republicano

McConnell está confiante de que o limite do endividamento vai ser aumentado

John Boehner, líder dos republicanos na Câmara dos deputados, e Mitch McConnell, chefe da minoria no Senado (Getty Images)

John Boehner, líder dos republicanos na Câmara dos deputados, e Mitch McConnell, chefe da minoria no Senado (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 31 de julho de 2011 às 11h18.

Estados Unidos - O chefe da minoria republicana no Senado americano, Mitch McConnell, disse neste domingo à rede CNN que o Congresso está muito próximo de conseguir um acordo para elevar o teto da dívida e evitar que os Estados Unidos entre em default. McConnell afirmou que está confiante de que o limite do endividamento vai ser aumentado, driblando o risco de que o governo federal deixe de pagar seus compromissos.

"Estamos muito perto de um acordo. Tivemos ontem um dia excelente", afirmou o senador, enfatizando que acredita que convencerá seus companheiros do Senado a aceitar o plano. Segundo David Plouffe, conselheiro do presidente Barack Obama, este domingo será crucial para a obtenção de um acordo entre democratas e republicanos. "Devemos encontrar uma solução. O dia de hoje é evidentemente crucial", declarou Plouffe à NBC.

Segundo informou o canal de TV ABC News, os negociadores do Orçamento dos Estados Unidos teriam chegado a um acordo tentativo em torno de um pacote de medidas para elevar o limite da dívida e reduzir o déficit público. Citando fontes parlamentares anônimas, o ABC afirmou, ainda sem dar mais detalhes, que o pacote elevaria o teto da dívida ao longo das eleições de 2012, reduziria as despesas em 1 trilhão de dólares em 10 anos e criaria um novo painel no Congresso para recomendar reduções adicionais do déficit totalizando mais de 1 trilhão de dólares.

Mais cedo, o líder da maioria do Partido Democrata no Senado americano, Harry Reid, propôs um polêmico procedimento de votação do plano para evitar um default nos Estados Unidos, alegando progressos nas negociações com os republicanos. "As negociações estão em curso na Casa Branca para evitar uma moratória da dívida catastrófica no país. Há muitos elementos a serem discutidos e ainda há uma distância a percorrer", explicou Reid.

Com o limite de meia-noite terça-feira cada vez mais perto, Reid informou que seria transferida para as 13 horas local (14 horas de Brasília) deste domingo a votação do seu plano de aumentar o limite da dívida americana, um projeto que os republicanos prometem frustrar.


Impasse - O limite da dívida dos EUA está atualmente em 14,29 trilhões de dólares e precisa ser elevado até 2 de agosto para impedir que o país deixe de cumprir obrigações financeiras, segundo o Departamento do Tesouro norte-americano. Democratas e republicanos falharam até agora em todas as tentativas de negociação para aumentar o teto da dívida. O debate tem se tornado mais tenso com a aproximação da data-limite. As agências de classificação de risco têm ameaçado rebaixar a nota de risco dos EUA, atualmente no maior nível possível (Aaa).

Os detalhes do acordo ainda estão sendo negociados, mas um conselheiro ligado às negociações comentou que o objetivo é compensar qualquer aumento do limite da dívida com cortes de gastos. O assessor, que falou sob condição de anonimato, disse que na nova proposta, o teto da dívida aumentaria para 2,8 trilhões de dólares, com 1 trilhão de cortes de gastos imediatos.

Também pretende estabelecer uma comissão especial bipartidária com a finalidade de recomendar cortes equivalentes ao 1,8 trilhão restante. Esta comissão deverá fazer suas recomendações antes do feriado do Dia de Ação de Graças, em novembro, acrescentou a fonte. Se o Congresso não aprovar essas recomendações até o final de dezembro, provocará cortes automáticos, incluindo na defesa e na saúde.

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