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Acordo histórico põe fim à controvérsia em torno do nome da Macedônia

O acordo acaba com 27 anos de conflito bilateral e permitirá o fim do veto da Grécia à entrada da Macedônia na União Europeia (UE)

O primerio-ministro grego Alexis Tsipras (D) e o primeiro-ministro da Macedônia, Zoran Zaev, durante a cerimônia de assinatura do acordo entre os dois países (Sakis MITROLIDIS/AFP)

Vanessa Barbosa

Publicado em 17 de junho de 2018 às 10h08.

Psarades - Grécia e Macedônia assinaram neste domingo, na cidade de fronteira de Psarades um acordo histórico que encerra 27 anos de conflito bilateral pelo nome da ex-república iugoslava, que agora passa a ser chamada Macedônia do Norte.

Até agora, o nome oficial da Macedônia era Antiga República Iugoslava da Macedônia (ARYM).

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O acordo, assinado pelos ministros das Relações Exteriores dos dois países, acaba com 27 anos de conflito bilateral e permitirá o fim do veto da Grécia à entrada da Macedônia na União Europeia (UE) e a Otan.

O acordo, arduamente negociado por seis meses, foi assinado pelos ministros grego Nikos Kotzias e o macedônio Nikola Dimitrov às margens do lago Prespes. Agora deve ser ratificado pelos respectivos Parlamentos e submetido a um referendo na Macedônia.

Os primeiros-ministros Alexis Tsipras e Zoran Zaev estavam presentes na cerimônia, na localidade balcânico de Psarades, com suas casas de pedra e varandas de madeira. O evento terminará com um almoço do lado macedônio do lago.

O acordo tem o apoio da ONU, União Europeia e Otan, cujos representantes também estavam presentes na cerimônia, incluindo a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini.

Desde a independência desta ex-república iugoslava, em 1991, a questão do nome da Macedônia era tema de controvérsia.

A Grécia não tolerava que o país vizinho assumisse o nome de uma de suas províncias, reivindicando a herança dos grandes reis da Macedônia antiga, Filipe II e seu filho, Alexandre, o Grande.

Os dois primeiros-ministros enfrentaram reações em seus países, com críticas da oposição de direita e dos setores mais nacionalistas da opinião pública.

Tsipras, acusado de "traição", sobreviveu no sábado a uma moção de censura da direita para bloquear o acordo, apresentada por seu rival Kyriakos Mitsotakis contra seu governo.

Na Macedônia, o presidente Gjorge Ivanov pretende exercer o direito de veto para bloquear o que a oposição nacionalista chama de "rendição", algo que poderia atrasar um pouco a ratificação do acordo.

A disputa, que misturava aspectos políticos e históricos, bloqueava uma aproximação do pequeno Estado macedônio da UE e da Otan.

Após a assinatura do acordo pelos chanceleres, Tsipras afirmou que os dois países cumpriram com seu "dever patriótico".

"Hoje cumprimos com nosso dever patriótico (...), um passo histórico para cicatrizar as feridas do passado, abrir a via da cooperação entre nossos países, os Bálcãs e toda Europa", disse.

"Este passo não deve ser suspenso (...) pois damos um exemplo para construir o futuro contra o ódio", completou o primeiro-ministro grego.

O acordo, que acaba com 27 anos de confronto, tem uma "importância estratégica que pode mover montanhas" para trazer estabilidade e prosperidade, afirmou o primeiro-ministro da Macedônia, o social-democrata Zoran Zaev.

O acordo foi em grande parte possível após a chegada de Zaev ao poder em 2017, sucedendo a direita nacionalista macedônia.

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