Irmandade Muçulmana: a Irmandade condenou o "horrível" ataque e culpou às autoridades de não proporcionar a proteção adequada à igreja (Amr Abdallah Dalsh/Reuters)
Da Redação
Publicado em 21 de outubro de 2013 às 11h29.
Cairo - O primeiro-ministro do Egito, Hazem al Beblaui, afirmou nesta segunda-feira que o ataque de ontem à noite diante de uma igreja nos arredores do Cairo não semeará a discórdia entre os cidadãos, em uma conversa telefônica com o papa copta, Teodoro II.
O chefe do Governo egípcio deu seu pêsame ao patriarca pelos quatro mortos no fato, entre eles uma menina de oito anos, e desejou a pronta recuperação dos 18 feridos, segundo a agência de notícias "Mena".
Beblaiu apontou que o ataque não afetará a unidade do Egito e pediu rapidez nas investigações.
Dois mascarados a bordo de uma motocicleta abriram fogo de forma indiscriminada contra os presentes a um casamento diante da igreja de Nossa Senhora da zona de Uarak al Hadra, na periferia da capital egípcia.
A Igreja Copta (cristã egípcia) qualificou o ataque de "terrorista" e ressaltou que entre os feridos há três muçulmanos.
Em comunicado, a instituição eclesiástica afirmou que este tipo de ação "tem como alvo cidadãos egípcios inocentes, com direito a viver em paz e em segurança, e acontece em um momento histórico no qual Egito tenta recuperar a unidade entre seus filhos".
A Irmandade Muçulmana condenou o "horrível" ataque e culpou às autoridades de não proporcionar a proteção adequada à igreja.
Por sua parte, o salafista Partido Al Nour considerou que esta classe de incidentes vai contra a "sharia" ou lei islâmica.
Em declarações à "Mena", o porta-voz da formação islamita, Sherif Taha, advertiu que o ataque "pode causar a discórdia sectária entre os filhos da pátria".
Os cristãos representam 10% dos mais de 80 milhões de egípcios e se queixam de serem discriminados.
Os ataques contra igrejas aumentaram nos últimos meses após a derrocada do presidente, o islamita Mohammed Mursi, em julho pelas forças armadas.
Teodoro II foi uma das personalidades que compareceram em 3 de julho junto ao chefe do Exército, Abdel Fatah al Sisi, que anunciou então a destituição de Mursi e um novo processo de transição política.