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A um ano da eleição, Trump está na frente em 5 dos 6 estados mais decisivos nos EUA, mostra pesquisa

Divulgada neste domingo, Siena/Times revela que eleitores confiam mais no republicano do que no presidente Biden em economia, política externa e imigração

MANCHESTER, NEW HAMPSHIRE - APRIL 27: Former President Donald Trump speaks at a campaign rally on April 27, 2023 in Manchester, New Hampshire. Trump, who is currently dealing with a growing number of legal cases against him, is the Republican frontrunner for the Republican presidential ticket. (Photo by Spencer Platt/Getty Images) (Spencer Platt/Getty Images)

MANCHESTER, NEW HAMPSHIRE - APRIL 27: Former President Donald Trump speaks at a campaign rally on April 27, 2023 in Manchester, New Hampshire. Trump, who is currently dealing with a growing number of legal cases against him, is the Republican frontrunner for the Republican presidential ticket. (Photo by Spencer Platt/Getty Images) (Spencer Platt/Getty Images)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 5 de novembro de 2023 às 18h30.

O presidente Joe Biden está atrás do ex-presidente Donald Trump em cinco dos seis estados mais decisivos na disputa pela presidência dos Estados Unidos, a um ano de os americanos irem às urnas. Pesquisa do New York Times e da Universidade Siena divulgada neste domingo, 5, mostra que o democrata enfrenta dois grandes obstáculos para seguir na Casa Branca: convencer os eleitores de que sua idade não é um problema e a profunda insatisfação da maioria deles em relação a como o atual governo toca a economia americana.

Biden perde para Trump, seu mais provável rival no flanco republicano, por margens de três a 10 pontos percentuais em

  • Nevada
  • Arizona
  • Geórgia
  • Michigan
  • Pensilvânia

O democrata está à frente apenas em Wisconsin, por dois pontos percentuais. Na média, nos seis estados decisivos — e em todos Biden venceu Trump em 2020 — o republicano bate o democrata por 48% a 44%.

Foram entrevistados, por telefone, 3.662 eleitores registrados, de 22 de outubro a 3 de novembro. Quando todos os estados são combinados, a margem do erro é de 1,8 pontos.

Descontentamento com o atual governo

A maioria dos eleitores responde que as políticas de Biden os "prejudicaram pessoalmente". E a coligação multirracial e multigeracional que elegeu Biden parece especialmente desgastada.

Os grupos demográficos que apoiaram Biden por margens esmagadoras em 2020 são agora mais disputados pelos republicanos, com dois terços do eleitorado total afirmando que o país ruma na direção errada. Eleitores com menos de 30 anos favorecem Biden por apenas 1%. Sua vantagem entre os eleitores de origem latino-americana caiu para a casa de um dígito e sua frente nas grandes áreas urbanas é metade da que Trump abriu nas regiões rurais. Embora as mulheres ainda prefiram Biden, os homens apoiam Trump por margem duas vezes maior, revertendo a vantagem de gênero que alimentou tantas conquistas democratas nos últimos anos.

E os eleitores afro-americanos – há muito uma fonte de votos para os democratas e para Biden – registam agora 22% de apoio a Trump nestes estados, nível jamais visto na política presidencial para um republicano.

Rejeição é alta nos dois lados

Biden e Trump são profundamente – e igualmente – impopulares, de acordo com a pesquisa. Mas os eleitores que afirmaram esmagadoramente que o país estava no caminho errado descarregam suas frustrações no presidente de forma enfática.

Biden ainda tem um ano para reverter a situação. Os indicadores econômicos estão em alta, mesmo que os eleitores não concordem com eles. E Trump continua sendo uma figura polarizadora. Os conselheiros do presidente, que tem muito dinheiro para a campanha, fazem questão de lembrar que os democratas tiveram sucesso ao limitar as tidas como inevitáveis perdas do partido nas eleições de meio de mandato, em 2022, apesar dos baixos índices de aprovação de Biden.

Ainda assim, a pesquisa divulgada neste domingo mostra como Biden entrará em 2024 com enorme déficit de apoio, mesmo com Trump indiciado por acusações criminais e com prováveis batalhas nos tribunais nos próximos meses. Se os resultados da pesquisa fossem os mesmos em novembro próximo, Trump provavelmente obteria mais de 300 votos no Colégio Eleitoral, muito acima dos 270 necessários para voltar à Casa Branca.

Outro sinal amarelo para os democratas é que os eleitores, em todos os níveis de renda, dizem que as políticas econômicas implantadas por Biden em seu primeiro mandato os "prejudicaram pessoalmente". E a resposta é oposta no caso de Trump. Trump tem uma vantagem de 17 pontos por tê-los ajudado e Biden uma desvantagem de 18 pontos por tê-los prejudicado.

Para Biden, que completa 81 anos no fim do mês, ser o presidente mais velho da história americana é, também, um problema cada vez mais evidente. Uma esmagadora maioria de 71% apontou na pesquisa que ele é "muito velho" para ser um presidente eficaz — opinião partilhada em todos os grupos demográficos e geográficos na sondagem, incluindo impressionantes ​​54% de quem diz que votará nele. Em contraste, apenas 19% dos eleitores de Trump, que tem 77 anos, o consideravam demasiadamente velho. Do eleitorado geral, 39%.

Economia é pedra no sapato de Biden

As preocupações com a idade e a acuidade mental do presidente – 62% dos entrevistados também responderam que Biden carece da "rapidez mental” necessária para o cargo – são apenas a ponta do iceberg de fraquezas de Biden revelados pela pesquisa. Os eleitores, por uma margem de 59% a 37%, disseram que confiam mais em Trump do que em Biden na economia. A preferência por Trump neste quesito é maior entre homens e mulheres, nos com ou sem diploma universitário, em todas as faixas etárias e em todos os níveis de renda.

Isso é especialmente problemático para Biden porque quase o dobro dos eleitores disseram que justamente a economia determinará o seu voto em 2024, em comparação com as questões sociais e culturais, como aborto ou a posse de armas.

As entrevistas foram feitas após a campanha de Biden ter investido milhões de dólares em anúncios promovendo seu histórico e o presidente percorrer o país para defender a economia americana sob sua direção.

Dificuldade em reconstruir a 'muralha azul'

Em 2020, o caminho de Biden para a vitória foi reconstruir a chamada "muralha azul" nos antigos estados industriais de Michigan, Wisconsin e Pensilvânia, e depois expandi-la aos mais diversificados estados do chamado Cinturão do Sol, no sudoeste, incluindo Arizona e Geórgia.

Pois a pesquisa mostra que, no momento, Biden é notavelmente mais forte nos estados industriais do norte do que no mais diversificado Cinturão do Sol.

Os eleitores preferem Trump a Biden na política de imigração por 12 pontos, na segurança nacional por outros 12 e na questão Israel-Palestina por 11 pontos. E, embora uma maioria de 58% defenda o aumento da ajuda econômica e militar à Ucrânia — alinhados à política de Biden — isso não parece beneficiar o presidente na percepção de quem é melhor para a política externa americana.

Já em segurança nacional, a disparidade de gênero é gigantesca na pesquisa. Os homens preferem Trump, 62% a 33%; as mulheres, Biden, apertado, 47% a 46%.

A questão mais forte para Biden na pesquisa é sobre o aborto. No tópico, ele abre vantagem de 9 pontos percentuais. O democrata também lidera na confiança dos eleitores, mas por apenas três pontos, em "ser um defensor dos valores democráticos".

Biden já sobreviveu a maus resultados nas pesquisas. Em outubro de 2022, no período que antecedeu às eleições do meio de mandato, seu índice de aprovação era quase o mesmo do de hoje. E os democratas perderam menos cadeiras do que o esperado na Câmara e ainda ganharam uma no Senado, em parte por pintar os candidatos republicanos como extremistas.

O retrato do momento revela que o grau em que os eleitores se afastam da personalidade e do estilo bombástico de Trump – a cola que tem ajudado a manter unida a coligação democrata – diminuiu. Apenas 46% dos pesquisados disseram que Biden tinha o temperamento adequado para ser presidente, pouco mais do que os 43% de Trump. Dito isto, Trump estará mais sob os holofotes em 2024, inclusive nos tribunais, o que poderá lembrar aos eleitores por que afinal decidiram tirá-lo da Casa Branca em 2020.

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