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A história por trás da foto que emocionou a internet

Registrada por um fotografo turco em 2012, imagem mostra uma menina síria rendida aos cliques de uma câmera que pensou ser uma arma

Menina Hudea: imagem de 2012 mostra criança de quatro anos se rendendo ao fotógrafo, pois pensava que sua câmera era uma arma (Reprodução/Twitter)

Gabriela Ruic

Publicado em 1 de abril de 2015 às 17h21.

São Paulo – No início da semana, a internet se emocionou com a foto de uma criança na Síria rendida aos cliques de uma câmera fotográfica, pois pensava que era uma arma. Forte e não menos sensível, a imagem rodou o mundo e se tornou uma prova das marcas que a guerra civil está deixando na população do país.

A imagem foi originalmente publicada em janeiro por um jornal da Turquia e veio à tona após ter sido tuítada por uma fotógrafa que atua na Faixa de Gaza, Nadia Abu Sheban. Minutos depois de ter sido publicada na internet, a foto viralizou.

Até o momento, o tuíte original de Nadia já conta com mais de 15 mil retuítes e 7 mil curtidas. Veja abaixo:

A história por trás da foto é tão comovente quanto a realidade que ela expressa. O registro foi feito por um fotógrafo turco chamado Osman Sağırlı em 2012. Em entrevista à rede de notícias britânica BBC, ele contou que a personagem principal da imagem era uma menina que tinha na época apenas quatro anos.

Hudea, como era chamada, vivia com sua a mãe e dois irmãos em um campo de refugiados em Atmeh (Síria). “Ela realmente pensou que minha câmera era uma arma”, revelou ele. “Percebi que ela estava aterrorizada depois que tirei a foto, pois ela mordeu seus lábios e ergueu as mãos”, contou Sağırlı.

O fotógrafo hoje vive na Tanzânia, mas trabalhou por 25 anos para a imprensa turca cobrindo conflitos e desastres. Ainda durante sua entrevista para a BBC, Sağırlı disse preferir fotografar crianças em campos de refugiados, pois “são as crianças que refletem seus sentimentos com a sua inocência.”

Síria

A situação na Síria é especialmente preocupante para as crianças. Neste mês, a guerra civil no país completou quatro anos e aperspectiva é a de que os conflitos, que são conduzidos por diferentes atores, não diminuam no médio prazo.

Números de diferentes entidades internacionais revelaram que, até agora, mais de 220 mil pessoas morreram em decorrência da violência no país e que 840 mil já foram feridas.

A expectativa de vida hoje na Síria não ultrapassa os 56 anos de idade e 5,6 milhões de crianças fazem hoje parte do grupo de habitantes que necessitam urgentemente de ajuda humanitária.

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São Paulo – Há quatro anos, começava na Síria a revolta contra o regime de Bashar al-Assad . Desde então, o país é palco de confrontos entre as tropas do governo e insurgentes que lutam para derrubá-lo do poder. No meio desta confusão, surge um terceiro ator nos conflitos: o Estado Islâmico ( EI ). O grupo aproveitou espaço para dominar consideráveis porções de territórios na região norte e aos poucos consegue estabelecer o seu califado islâmico. O saldo destes anos de destruição é especialmente duro para população síria. Veja nas imagens alguns números assustadores que mostram extensão da devastação no país e os impactos da violência na vida de seus habitantes.
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