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A guerra fria escalou: EUA ordena que China feche consulado em Houston

É o movimento mais incisivo contra os chineses tomado pelo governo de Donald Trump. Pequim promete retaliar

EUA e China: tensão entre os dois países volta a crescer (Yuri Gripas/Reuters)

EUA e China: tensão entre os dois países volta a crescer (Yuri Gripas/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2020 às 07h04.

Última atualização em 22 de julho de 2020 às 07h41.

O departamento de Estado dos Estados Unidos confirmou nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira que ordenou na noite de ontem que a China feche seu consulado em Houston, no Texas. A resposta foi imediata: Pequim afirmou que tomará medidas firmes em resposta, a não ser que a decisão seja revertida imediatamente. É o movimento mais incisivo contra os chineses tomado pelo governo de Donald Trump após uma sucessiva escalada nas ameaças nos últimos meses.

Morgan Orgatus, a porta-voz do departamento de Estado americano, afirmou que o fechamento do consulado foi ordenado para "proteger propriedade intelectual americana e informações pessoais de seus cidadãos". Segundo Orgatus, a Convenção de Viena, que rege a postura de corpos diplomáticos, afirma que eles têm o dever de não interferir em assuntos internos dos países. Orgatus disse ainda que Washington não vai tolerar que a China intimide os cidadão americanos, assim como não tolera práticas comerciais injustas, roube empregos americanos e adote outros comportamentos condenáveis.

Wang Wenbin, porta-voz do ministério das relações exteriores da China, afirmou que a ordem americana é "uma provocação unilateral". "A China demanda que os Estados Unidos imediatamente recuem de sua decisão errática, ou a China tomará medidas legítimas e necessárias como resposta". A ordem de fechamento do consulado, segundo a China, teria que ser cumprida em até 72 horas.

Segundo o jornal The Wall Street Journal, bombeiros e policiais foram chamados na noite de terça-feira após chamadas apontarem chamas vistas dentro do consulado de Houston. Imagens aéreas mostraram o que parecia ser pessoas queimando documentos dentro da propriedade chinesa, numa possível reação à ordem americana de saída.

A medida anunciada hoje é mais um passo no cerco de Trump contra Pequim. O governo americano passou a exigir que jornalistas de veículos estatais chineses se registrem como diplomatas. Trump também estuda proibir viagens de membros do partido Comunista da China e suas famílias, num ato que poderia afetar 270 milhões de pessoas.

Nos últimos meses Trump tem chamado o novo coronavírus de "vírus chinês", e culpado Pequim por supostas respostas erráticas ao vírus. Ontem, porém, ele mesmo reconheceu que a pandemia nos Estados Unidos ainda vai piorar antes de melhorar, num momento em que as mortes diárias no país voltaram a passar de mil.

Os dois países estão envolvidos em uma série de batalhas comerciais, e seguem adiando a assinatura de um novo acordo. Trump recentemente afirmou que foi decisivo numa decisão britânica de banir o conglomerado chinês de tecnologia das negociações da rede 5G no país. O Reino Unido nega.

A escalada na guerra fria levou a bolsa de Hong Kong a fechar em queda de 2% e fez os principais índices europeus abrirem em queda nesta quarta-feira.

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