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A agenda badalada de Trump que promete sacudir o G20 (e todo o planeta)

O mundo está de olhos abertos para os desdobramentos da cúpula do G20, que acontece na Argentina. E foco estará nos passos de Donald Trump

O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente da China, Xi Jinping: reunião no G20 trará desdobramentos pra guerra comercial entre os países (Qilai Shen/Bloomberg/Getty Images)

Gabriela Ruic

Publicado em 29 de novembro de 2018 às 05h00.

Última atualização em 29 de novembro de 2018 às 05h00.

São Paulo – A agenda do homem à frente do país mais poderoso do planeta não é brincadeira, ainda mais quando organizada em torno do evento que reúne as maiores economias do planeta, o G20 . A cúpula acontece a partir desta sexta-feira, 30 de novembro, em Buenos Aires, Argentina.

Entre os compromissos de Donald Trump , reuniões bilaterais e trilaterais estão incluídas. De acordo com a Casa Branca, o presidente americano conversará com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e com o presidente argentino , Mauricio Macri, sem deixar de fora os líderes da Coreia do Sul, Moon Jae-in, e da Turquia, Recep Erdogan. Shinzo Abe, primeiro-ministro do Japão, também será recebido e a dupla estará acompanhada do presidente da Índia, Narendra Modi.

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Apesar de não ser uma surpresa que a lista de reuniões de Trump seja tão abarrotada, os desdobramentos de alguns dos encontros em solo argentino prometem impactar todo o planeta. Veja abaixo quais são os principais compromissos e porque importam.

Trump x Xi Jinping

A mais esperada das reuniões é sem dúvidas aquela com o presidente chinês, a primeira entre os líderes desde a troca de farpas que resultou na imposição de tarifas comerciais e a escalada na guerra comercial China x EUA.

Embora exista alguma expectativa de que esse encontro arrefeça os ânimos e, quem sabe, faça com que os países acertem uma trégua, Trump segue ameaçando Xi com mais aumentos. Ao jornal americano The Wall Street Journal, o presidente americano disse que poderá atacar o restante das importações chinesas aos EUA se a conversa em Buenos Aires não for boa.

É impossível prever o resultado dessa reunião, mas inevitável pensar que o clima será de tensão.

Trump x Putin

Amigos e rivais, Trump também irá aproveitar os ares sul-americanos para ficar frente a frente com Vladimir Putin, presidente russo. De acordo John Bolton, assessor de segurança nacional de Trump, a conversa com o presidente russo irá tratar de uma série de questões, como o Oriente Médio, comércio de armas e, é claro, a Ucrânia, com quem a Rússia voltou a se engalfinhar na última semana.

Como pano de fundo dessa reunião, há as investigações sobre possíveis interferências russas nas eleições presidenciais americanas seguem a todo o vapor, e a intensificação da crise na Ucrânia. Trump chegou a ameaçar cancelar a reunião em razão da situação ucraniana, mas Putin segue aguardando que a mesma aconteça.

Trump x Mohammed bin Salman

A reunião mais polêmica, por assim dizer, certamente será aquela entre Trump e o príncipe herdeiro da Arábia Saudita. De um lado, há o choque internacional pelo assassinato brutal do jornalista saudita e notório crítico do regime, Jamal Khashoggi. Do outro, as tentativas de Trump em influenciar os preços do petróleo e manter as vendas de armas num momento de relativa aproximação entre Arábia Saudita e Rússia.

O caso gerou uma grande saia justa, uma vez que líderes globais estão retaliando o reino em razão da morte de Khashoggi. A Alemanha, por exemplo, cortou a venda de armas ao país, enquanto a França impôs sanções contra cidadãos sauditas envolvidos. Trump, contudo, já disse que não irá adotar qualquer medida contra a Arábia Saudita e reafirmou a “parceria” entre os países. E isso depois de um relatório da CIA que concluiu a ligação do príncipe com a morte.

Embora a Casa Branca tenha dito que uma reunião formal entre os líderes não está na mesa, a secretária de imprensa da gestão Trump, Sarah Sanders, não descartou que um encontro pudesse acontecer em paralelo da agenda lotadíssima de Trump. Já MBS, como o príncipe é apelidado, esse está agora se esforçando para reconstruir a imagem do país após as revelações chocantes sobre a morte do jornalista.

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