8 livros escritos por mulheres para entender o mundo melhor
Livros sobre fatos que moldaram o planeta nas últimas décadas são essenciais para se compreender o que acontece hoje. Veja aqui uma seleção imperdível
Gabriela Ruic
Publicado em 10 de março de 2018 às 06h00.
Última atualização em 10 de março de 2018 às 06h00.
São Paulo – Guerras , turbulências políticas, transformações culturais, memória. O conhecimento sobre esses temas é imperativo em tempos em que o mundo segue passando por mudanças importantes por todos os ângulos.
Com isso em mente e em celebração da semana do Dia Internacional das Mulheres , o site EXAME selecionou obras escritas por elas, sobre variados assuntos e que explicam acontecimentos importantes que moldaram o planeta em que vivemos hoje. Veja abaixo:
“Primeiro Mataram Meu Pai”
Foram cerca de quatro anos no poder, depois de cinco de guerra civil. Nesse tempo, no entanto, o Khmer Vermelho, grupo comunista de inspiração maoísta, liderou no Camboja um dos regimes mais violentos da história e que levou ao genocídio de ao menos um milhão de pessoas. E é esse o pano de fundo desse livro escrito pela ativista radicada nos EUA, Loung Ung.
Filha de um policial, Loung tinha cinco anos quando viu sua vida mudar de cabeça para baixo depois da ascensão do ditador Pol Pot ao poder: viu sua família ser obrigada a escapar da capital, Phnon Penh, ela virou uma criança-soldado e seus irmãos passaram a viver em um campo de trabalho forçado.
“Persépolis”
Era 1978 quando o xá Mohammad Reza Pahlevi, líder um regime monarquista pró-Ocidente e aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio, viu manifestações populares encampadas por diversos grupos políticos até então marginalizados. Sem resistir à pressão, ele fugiu do país, deixando o campo aberto para que o aiatolá Khomeini se alçasse ao poder. Acontecia a Revolução Islâmica e nascia a República Islâmica do Irã.
Marjane Satrapi tinha só 10 anos quando tudo isso aconteceu e observou de perto todas as mudanças políticas e culturais que o país passou com a transição para o regime xiita: passou a ser obrigada a usar o véu islâmico e a estudar em uma sala ocupada apenas por meninas. Sua história, que é um retrato do Irã dos dias de hoje, é contada nesse livro.
“Eu serei a última”
Nadia Murad vivia com a família na região norte do Iraque quanto militantes do Estado Islâmico invadiram a região em 2014, trazendo violência e perseguição. Parte da minoria Yázidi, um grupo religioso antigo e composto de cerca de 400 mil pessoas em território iraquiano, Nadia viu sua família ser executada e foi sequestrada e vendida como escrava sexual.
Neste livro , Nadia relata tudo o que testemunhou com a ascensão do grupo terrorista, além de contar como, afinal, conseguiu fugir. Hoje, ela vive na Alemanha é ativista de direitos humanos, Embaixadora da Boa Vontade dos Sobreviventes do Tráfico Humano da ONU e indicada ao Prêmio Nobel da Paz. Seu livro ainda não está à venda no Brasil, mas pode ser encontrado em português na Amazon.
“A nova segregação: racismo e encarceramento em massa”
Michelle Alexander é advogada formada pela prestigiosa Universidade de Stanford, professor e ativista dos direitos civis nos Estados Unidos. Neste livro, cuja revisão técnica é de autoria do Professor Silvio Luiz de Almeida, da Faculdade de Direito da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Michelle traz um retrato sombrio sobre a segregação racial, racismo estrutural e o encarceramento em massa da comunidade negra nos dias de hoje.
“A Problem from Hell: America and the Age of Genocide”
Escrito pela ex-embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Samantha Power, esse livro tem como objetivo compreender as respostas americanas aos genocídios que mancharam a história do mundo no século XX (Armênia, Holocausto, Camboja, Bósnia e Ruanda), tratando, inclusive, da relutância dos políticos do país em se referirem às situações genocidas como tais.
Este livro foi vencedor do Prêmio Pulitzer para não-ficção em 2008, está disponível em inglês e à venda na Amazon.
“The Future Is History: How Totalitarianism Reclaimed Russia”
Neste livro, a autora russa e biógrafa de Vladimir Putin, Masha Gessen explora as últimas décadas da Rússia e expõe sua tese de que o país voltou aos tempos de um regime totalitarista. Para tanto, usa a perspectiva diferentes personagens e avalia acontecimentos políticos recentes no país, como a anexação da Crimeia em 2014.
A obra de Masha foi nomeada como melhor livro de não-ficção de 2017 pelo jornal The New York Times e vencedor do prestigiado National Book Award nesta mesma categoria. O livro disponível em inglês e à venda na Amazon.
“The Unraveling: High Hopes and Missed Opportunities in Iraq”
A britânica Emma Sky é uma das autoridades diplomáticas que mais tempo passou no Iraque durante a invasão americana no início dos anos 2000 e se tornou, também, uma das principais observadoras das transformações, e desastres, que aconteceriam no país desde então. Acompanhou de perto todas as tentativas americanas de transformar o Iraque, a retirada das tropas americanas e a tomada de grandes porções de território pelo grupo Estado Islâmico.
Eleito livro do ano em 2015 por uma série de publicações do calibre do jornal The New York Times e o britânico Financial Times, está à venda na Amazon e disponível em inglês.
“Nothing to Envy: Ordinary Lives in North Korea”
Chefe da sucursal chinesa do jornal Americano Los Angeles Times, Barbara Demick escreve esse livro monta um retrato da vida na Coreia do Norte pelos olhos de seis norte-coreanos e ao longo de 15 anos. Tempo suficiente para a troca de poder entre os líderes do regime, de Kim Il-sung para Kim Jong-il (pai de Kim Jong-un). Livro em inglês e disponível na Amazon.