Mundo

59% dos moradores de Hong Kong apoiam manifestações, diz pesquisa

Os apoiadores dos protestos superaram os contrários em uma proporção de quase dois para um — 30% disseram ser contra os atos

Hong Kong: ano novo é marcado por protestos e gigantescas correntes humanas (Tyrone Siu/Reuters)

Hong Kong: ano novo é marcado por protestos e gigantescas correntes humanas (Tyrone Siu/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 31 de dezembro de 2019 às 12h29.

Hong Kong — O movimento de protesto de Hong Kong é apoiado por 59% dos moradores da cidade, de acordo com pesquisa realizada para a Reuters pelo Instituto de Pesquisa de Opinião Pública de Hong Kong, com mais de um terço dos entrevistados afirmando ter participado de uma manifestação contra o governo.

Os apoiadores dos protestos superaram os contrários em uma proporção de quase dois para um — 30% disseram ser contra os atos. Dos entrevistados, 57% declararam ser a favor da destituição de Carrie Lam, líder da cidade.

Lam foi um alvo específico das manifestações antigovernamentais que dominaram Hong Kong durante a maior parte de 2019, depois que ela tentou aprovar um projeto de extradição profundamente impopular.

No entanto, apenas 17% expressaram apoio pela busca da independência da China e 20% se opuseram ao "caminho atual de um país, dois sistemas" --o acordo sob o qual Hong Kong é governada por Pequim.

Muitos manifestantes dizem que Pequim tem usado sua autoridade sob o sistema para minar gradualmente certas liberdades — como um judiciário independente e a liberdade de expressão — que devem ser garantidas pelo menos até 2047, segundo o acordo.

Os resultados da pesquisa, envolvendo 1.021 pessoas e realizada de 17 a 20 de dezembro, também mostraram uma grande pluralidade de entrevistados que culparam principalmente o governo de Hong Kong pela crise, a pior agitação civil que atingiu a cidade em décadas, em vez do governo central em Pequim.

Ano Novo

Manifestantes em Hong Kong formaram gigantescas correntes humanas e marcharam por shoppings na véspera de Ano Novo, pedindo às pessoas que não desistissem da luta pela democracia em 2020, enquanto a polícia estava a postos em toda a cidade para reprimir qualquer agitação.

Autoridades cancelaram os populares fogos de artifício à meia-noite pela primeira vez em uma década, citando preocupações de segurança. Está planejada uma "Sinfonia de Luzes", envolvendo projeções nos arranha-céus mais altos da cidade após uma contagem regressiva para a meia-noite.

"Este ano não há fogos de artifício, mas provavelmente haverá gás lacrimogêneo em algum lugar", disse Sam, trabalhador de TI de 25 anos. "Para nós, não é realmente a véspera de Ano Novo. Temos que resistir todos os dias."

Ao cair da noite, milhares de manifestantes mascarados, muitos vestidos de preto, estavam juntos formando longas correntes pelas calçadas de vários bairros da cidade governada pela China.

Dezenas de manifestantes colocaram flores perto da estação de metrô Prince Edward, palco de alguns dos confrontos mais violentos com a polícia no verão por lá. Manifestações no distrito de bares e entretenimento do centro de Lan Kwai Fong e no pitoresco Victoria Harbour foram planejadas para o final da noite.

Os protestos começaram em junho em resposta a um projeto de lei, agora retirado, que permitiria extradições para a China continental, onde os tribunais são controlados pelo Partido Comunista, e evoluíram para um movimento pró-democracia mais amplo.

Acompanhe tudo sobre:ChinaHong KongProtestos

Mais de Mundo

Trump escolhe bilionário Scott Bessent para secretário do Tesouro

Partiu, Europa: qual é o país mais barato para visitar no continente

Sem escala 6x1: os países onde as pessoas trabalham apenas 4 dias por semana

Juiz adia indefinidamente sentença de Trump por condenação em caso de suborno de ex-atriz pornô