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44% das pessoas preferia ter nascido em 1975 do que agora, diz pesquisa global

Estudo feito pelo Ipsos ouviu pessoas em 30 países; França é mais nostálgica, enquanto Coreia do Sul tem mais interesse no futuro

Avenida Paulista, em São Paulo, na década de 1970 (Reprodução/Reddit)

Avenida Paulista, em São Paulo, na década de 1970 (Reprodução/Reddit)

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 1 de dezembro de 2025 às 12h34.

Última atualização em 1 de dezembro de 2025 às 14h52.

De cada 100 pessoas, 44 preferiam ter nascido em 1975, aponta uma pesquisa do instituto Ipsos, com participação de 23 mil pessoas, de 30 países.

Por outro lado, 24% das pessoas disseram que gostariam de ter nascido em 2025 e 32% não escolheram nenhuma das duas opções.

Ao mesmo tempo, 55% das pessoas acreditam que as pessoas eram mais felizes há 50 anos do que são hoje.

Entre as principais razões apontadas pelos saudosistas de 1975, estão a qualidade do meio ambiente, a sensação de segurança nas ruas e o quão felizes as pessoas eram.

Já entre os que preferem a atualidade, há destaque para a qualidade do serviço de saúde e da educação, e para o padrão de vida das pessoas.

No recorte por idade, apenas os membros da Geração Z disseram com mais frequência que queriam ter nascido em 2025. Entre eles, 38% optaram por essa opção, enquanto 34% disseram que gostariam de ter nascido em 1975.

Entre Millennials, 39% escolheriam ter nascido há 50 anos. O percentual aumenta para a Geração X (55%) e os Baby Boomers (54%).

No Brasil, 42% das pessoas preferiam ter nascido há 50 anos, e 29% gostariam de ter nascido neste ano.

"Os últimos cinco anos trouxeram muitas disrupções para pessoas em todo o mundo. Testemunhamos uma pandemia global e anos consecutivos de temperaturas recordes. Muitos foram afetados pelo aumento dos preços e das taxas de juros. E isso, antes mesmo de falarmos sobre o surgimento da IA, que traz tanta ansiedade quanto entusiasmo", aponta o estudo, que ouviu 23.772 pessoas com menos de 75 anos, em 30 países, entre 22 de agosto e 5 de setembro de 2025.

Foram feitas entrevistas na África do Sul, Alemanha, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Coreia do Sul, Espanha, Estados Unidos, França, Holanda, Hungria, Indonésia, Irlanda, Itália, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Polônia, Reino Unido, Singapura, Suécia, Tailândia e Turquia.

Divisão por país

Em 29 países, a maioria das pessoas disse que preferiria ter nascido em 1975. A preferência por esta opção foi mais forte na França (57%), Bélgica e México (53% cada).

"A nostalgia é uma tendência francesa. Idealizar o passado é um reflexo de encarar um presente incerto e um futuro preocupante", diz Alexandre Guerin, gerente da Ipsos na França, em comunicado.

"Os franceses precisam de perspectivas e boas notícias para se reconciliarem com o otimismo e com um futuro sinônimo de progresso, não de problemas", afirma Guerin.

O país com mais interesse no futuro foi a Coreia do Sul, onde 44% disseram que queriam ter nascido em 2025, seguido pela Índia (32%).

"Diferentemente de outros países desenvolvidos, a Coreia do Sul é um país onde os padrões de vida mudaram drasticamente em apenas uma geração. Por exemplo, a geração dos nossos pais viveu a pobreza do período imediatamente posterior à guerra, enquanto seus filhos vivem na era dos smartphones e da inteligência artificial", diz Hwanglye Park, gerente da Ipsos na Coreia do Sul.

"Essa diferença geracional faz com que '50 anos atrás' pareça um mundo completamente diferente, e não apenas um passado distante", afirma Park.

O Ipsos aponta, ainda, que 72% das pessoas nos países pesquisados nasceram depois de 1975 e não viveram aquela época. "Muitas das opiniões aqui expressas não se baseiam em lembranças pessoais", diz a pesquisa.

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