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200 mi latino-americanos estão ameaçados pela pobreza

Número de ameaçados pela pobreza representa mais de um terço da população da região

Mulher indígena Aymará chega a cúpula dos G77 em Santa Cruz de la Sierra (Aizar Raldes/AFP)

Mulher indígena Aymará chega a cúpula dos G77 em Santa Cruz de la Sierra (Aizar Raldes/AFP)

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Da Redação

Publicado em 26 de agosto de 2014 às 16h38.

San Salvador - Aproximadamente 200 milhões de latino-americanos, mais de um terço da população regional, correm risco de entrar na linha de pobreza caso haja alguma crise, indicou nesta terça-feira em El Salvador o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

"A população vulnerável com renda entre 4 e 10 dólares por dia aumentou em 35% em 2000 para 38% em 2012", revelou o estudo do PNUD "Perfil de estados sociais na América Latina: pobres, vulneráveis e classes médias".

O estudo enfatiza que nem todos conseguiram entrar na classe média, e que a população em risco de cair na pobreza é de aproximadamente 200 milhões de pessoas.

Desse total, segundo a agência da ONU, quase a metade (98,5 milhões) tem emprego, sendo que 54,4% são trabalhadores informais, 49,6% não têm acesso a serviços médicos, 46,1% não têm direito a aposentadoria e 53,2% não têm contrato de trabalho.

Apesar dos riscos de que mais pessoas entrem na linha de pobreza, o PNUD destacou como "uma conquista" a redução da proporção de pessoas vivendo na pobreza com uma renda inferior a quatro dólares por dia, de 42% em 2000 para 25% em 2012.

Entre 2000 e 2012, o Peru foi o país com o maior número de pessoas entrando na classe média, com 19,1 pontos percentuais, enquanto a Bolívia registrou a maior redução relativa da pobreza (32,2 pontos percentuais), mas também o maior aumento de população vulnerável (16,9 pontos).

Para o organismo da ONU, é "muito alta" a proporção de latino-americanos em risco de verem afetado seu bem-estar caso haja alguma crise.

"Está claro que se os países da região não reduzirem suas vulnerabilidades e reforçarem a capacidade de recuperação diante de crises financeiras e desastres naturais, não seremos capazes de garantir, e muito menos de ampliar os avanços na região nos âmbitos social, econômico e ambiental", declarou a sub-secretária geral da ONU e diretora do PNUD para a América Latina, Jessica Faieta.

Para Faieta, o ritmo do progresso social e econômico, como em qualquer outra região do mundo, "é mais lento" atualmente do que na década passada.

"Está muito claro que mais das mesmas políticas não vão render os mesmos resultados de antes. Mais do que nunca a região tem que investir em proteção social universal, particularmente nas fases mais críticas da vida dos latino-americanos, como é o caso das mulheres, das crianças, dos jovens e dos idosos".

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