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10 mil camelos serão mortos na Austrália por "beberem muita água"

O abate não tem relação com os incêndios que, segundo ecologistas da Universidade de Sydney, já mataram 480 milhões de animais desde setembro

Camelos: animais também serão abatidos por uma preocupação com a emissão de gases poluentes (Lisa Maree Williams / Correspondente/Getty Images)

Camelos: animais também serão abatidos por uma preocupação com a emissão de gases poluentes (Lisa Maree Williams / Correspondente/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de janeiro de 2020 às 09h48.

São Paulo — Mais de 10 mil camelos serão mortos no sul da Austrália por "beberem muita água". Segundo informações do jornal britânico The Independent, o abate começará nesta quarta-feira (8) e será realizado por disparos de atiradores profissionais em helicópteros. O processo pode durar até cinco dias.

A ordem foi dada por líderes aborígenes da região de Aṉangu Pitjantjatjara Yankunytjatjara (APY), que reclamaram que os animais têm entrado em suas comunidades "causando destruição ao procurar por uma fonte de água".

Um deles afirmou ao jornal The Australian que os camelos estão "derrubando cercas, entrando nas casas e tentando beber água dos aparelhos de ar-condicionado".

Os animais também serão abatidos por uma preocupação com a emissão de gases poluentes, uma vez que eles emitem metano equivalente a uma tonelada de carbono por ano, segundo um estudo chamado The National Feral Camel Management Plan (Plano de Gerenciamento Nacional Sobre Camelos Ferozes, em tradução literal).

De 2009 a 2013, cerca de 160 mil camelos foram mortos. Atualmente, estimativas apontam que existem 1,2 milhão de camelos ao redor do país. Sem controle, o estudo aponta que, em nove anos, a população de camelos tende a dobrar.

De acordo com a ABC News, as carcaças dos camelos serão deixadas para secar antes de serem queimadas ou enterradas.

O abate não tem relação com os incêndios que, segundo ecologistas da Universidade de Sydney, já mataram 480 milhões de animais desde setembro. Mas, para Chris Dickman, também da universidade, a estimativa é "conservadora" — visto que não levava em conta animais como morcegos e sapos. Para Dickman, o número já passou de 1 bilhão.

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