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Outra vítima do Brexit: o mercado acionário do Reino Unido

Índices de ações do Reino Unido estão encolhendo mais rápido do que qualquer outra grande bolsa global, segundo o Citigroup.

 (Luis Diaz Devesa/Getty Images)

(Luis Diaz Devesa/Getty Images)

TL

Tais Laporta

Publicado em 30 de junho de 2019 às 06h30.

Última atualização em 30 de junho de 2019 às 06h30.

O Brexit fez outra vítima: o mercado de ações do Reino Unido.

Três anos após o referendo para deixar a União Europeia, o mercado acionário do Reino Unido está encolhendo mais rápido do que qualquer outra grande bolsa global, segundo o Citigroup. O motivo? Valuations e custos de empréstimos baixos incentivam empresas britânicas listadas a fazer recompras de ações, o maior volume desde 2008, menos empresas lançam IPOs em meio à incerteza, enquanto fundos de private equity e investidores estrangeiros estão de olho em aquisições no Reino Unido.

Embora bancos como o Citi e London & Capital acreditem que o menor volume de ações disponíveis no Reino Unido poderia atrair mais investidores e resultar em retornos mais altos, empresas como a Schroders e Epoch Investment Partners estão preocupadas com a menor transparência, elevados riscos para acionistas e crescente desigualdade de renda, já que investidores de varejo muitas vezes não têm acesso a grandes negócios privados.

"O que mais me assusta em tudo isso é que empresas de alta qualidade estão cada vez mais se recusando a abrir o capital", disse Duncan Lamont, chefe de pesquisa e análise da Schroders. “Investidores que se concentram apenas em mercados abertos agora têm acesso a uma parte muito menor do universo corporativo. E um investidor de mercado aberto pode acabar com retornos mais baixos.”

As recompras de ações do Reino Unido aumentaram 9,7%, para US$ 45 bilhões nos últimos 12 meses, o nível mais alto para o período desde junho de 2008, segundo dados compilados pela Bloomberg. Além disso, rendimentos mais baixos por um período mais longo significam que empresas podem continuar fazendo empréstimos de maneira barata em vez de venderem ações e correrem o risco de se tornarem vítimas da volatilidade do mercado. Uma evidência disso é a queda de 57% no valor das ofertas públicas iniciais anunciadas este ano em relação ao mesmo período de 2018.

O IPO da operadora de telecomunicações Airtel Africa nesta sexta-feira soou o alarme para empresas com planos de abrir o capital. As ações da unidade da Bharti Airtel despencaram em Londres depois que a empresa levantou cerca de US$ 750 milhões no IPO, marcando uma das piores estreias dos mercados europeus este ano.

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