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Marfrig e BRF têm forte alta após China liberar exportação de carnes

Frigoríficos tiveram unidades entre as 25 liberadas no Brasil para vender ao país asiático

BRF e Marfrig: papéis foram beneficiados com perspectiva de aumento nas exportações. (Germano Lüders/Exame)

BRF e Marfrig: papéis foram beneficiados com perspectiva de aumento nas exportações. (Germano Lüders/Exame)

TL

Tais Laporta

Publicado em 9 de setembro de 2019 às 12h33.

Última atualização em 9 de setembro de 2019 às 16h24.

Os papéis das processadoras de alimentos BRF e Marfrig engataram forte valorização na manhã desta segunda-feira (9), após a notícia de que o Ministério da Agricultura do Brasil foi autorizado a liberar 25 novos estabelecimentos do país para exportações de carnes ao mercado chinês, maior mercado comprador de carne bovina brasileira.

As unidades autorizadas a exportar para a China incluem 17 de carne bovina, 6 de carne de frango, uma de carne de porco e uma de carne de asininos, acrescentou a pasta, sem detalhar.

Com plantas entre as habilitadas, Marfrig chegou a operar em alta de 7,23%, com as ações negociadas a 9,19 reais, por volta do meio dia. No mesmo horário, a BRF avançava 2,57%, acima de 38 reais por papel. Fora do Ibovespa, o frigorífico paulista Minerva valorizava 4,6%. Enquanto isso, JBS não foi incluída na lista e chegou a cair mais de 6%.

"Para nossa surpresa, a China anunciou hoje a habilitação de duas de nossas plantas para exportação", disse Pedro Parente, presidente da BRF, durante apresentação do Fórum Exame.

As ações dos frigoríficos brasileiros já vinham sendo beneficiadas diante da perspectiva de maior demanda pela China. No ano, BRF acumula alta de 75% e Marfrig, de 69%.

Os dois frigoríficos desistiram recentemente de uma eventual fusão, anunciada em maio. Se tivesse sido levada adiante, o resultado seria uma empresa de cerca de 35 bilhões de reais em valor de mercado.

Até então, 64 unidades estavam habilitadas a exportar para a China, sendo 9 da BRF (entre aves e suínos); 21 da JBS (bovinos, suínos e aves); 3 da Marfrig (bovinos e outros tipos) e 1 unidade de bovinos do Minerva, segundo o governo. As empresas já podem exportar imediatamente. Com a decisão do órgão de sanidade chinês, o número de plantas habilitadas passa para 89.

No caso da Marfrig, foram liberadas a vender carne bovina para a China as unidades de Tangará da Serra e Várzea Grande (MT). Já a Minerva disse que foram habilitadas as unidades de Rolim de Moura (RO) e Palmeiras de Goiás (GO), com capacidade total de abate de 3.500 cabeças/dia.

Maior demanda por carne brasileira

Após o surto de gripe suína africana na China, a indústria passa a contabilizar os efeitos de uma maior demanda do gigante asiático por produtos brasileiros. O país lida com problema de oferta ao ver suas criações atingidas pela doença, que tem atingido diversas regiões produtoras da China, maior consumidor mundial do produto.

A representatividade da China no setor de proteína animal brasileiro passou de 8% do total dos embarques, em 2005, para 26% neste ano, atingindo 46% em segmentos como suínos.

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