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Ibovespa fecha estável de olho em cena política

A visão de agentes do mercado é de que o presidente tem fôlego para buscar apoio do Congresso Nacional para avançar com as reformas.

B3: o exterior foi menos favorável, com Wall Street perdendo fôlego após declarações de Trump sobre a Coreia do Norte (Patricia Monteiro/Bloomberg)

B3: o exterior foi menos favorável, com Wall Street perdendo fôlego após declarações de Trump sobre a Coreia do Norte (Patricia Monteiro/Bloomberg)

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Reuters

Publicado em 8 de agosto de 2017 às 17h58.

São Paulo - O principal índice da bolsa paulista fechou praticamente estável nesta terça-feira, com os ganhos recentes que levaram o Ibovespa a rondar novamente o patamar dos 68 mil pontos abrindo espaço para algum ajuste, enquanto uma perspectiva mais otimista para o cenário político amparou o tom positivo.

O Ibovespa fechou com variação negativa de 0,06 por cento, a 67.898 pontos. O giro financeiro somou 8,29 bilhões de reais.

Localmente, o governo federal segue com as articulações para tentar emplacar sua agenda econômica e a visão de agentes do mercado, após a recente vitória de Michel Temer na Câmara dos Deputados, é de que o Executivo tem fôlego para buscar apoio do Congresso Nacional para avançar com as reformas.

Mais cedo, o presidente Michel Temer disse que há uma necessidade "imperiosa" de se aprovar a reforma da Previdência agora, porque sem ela será muito difícil enfrentar os próximos anos.

"Apesar de algumas dúvidas, o mercado tem considerado que em algum momento as reformas vão ser aprovadas e a impressão é que ninguém quer ficar de fora da possibilidade de uma alta forte da bolsa quando isso acontecer", disse o economista da corretora Nova Futura Pedro Paulo Silveira.

Enquanto o cenário interno amparou o tom positivo da bolsa, o exterior foi menos favorável, com Wall Street perdendo fôlego após declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de que a Coreia do Norte enfrentará "fogo e fúria como o mundo nunca viu" se ameaçar novamente os EUA.

Mais cedo, dados da balança comercial da China mostraram que as importações e exportações cresceram menos que o esperado em julho, o que despertou preocupações sobre o fôlego da demanda global e também figurou como fator de pressão no mercado.

Destaques

- JBS ON avançou 7,55 por cento, liderando as altas do Ibovespa, em meio a expectativas pela mudança do controle da empresa após o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dar a entender, na véspera, que a saída de Wesley Batista da presidência da JBS seria positivo. A Assembleia Geral Extraordinária (AGE) da JBS para tratar de mudanças no comando da empresa está marcada para1° de setembro.

- SANTANDER UNIT teve alta de 2,34 por cento, também entre as maiores altas do índice. A Bloomberg publicou mais cedo que o banco comprou a empresa de recuperação de crédito Ipanema Credit Management para ajudar a impulsionar a receita conforme as taxas de juros caem.

- BRADESCO PN avançou 1,05 por cento, a 31,67 reais, depois tocar a cotação recorde histórica de 32,09 reais na máxima do dia. ITAÚ UNIBANCO PN teve alta de 1,22 por cento.

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES ON subiu 1,84 por cento, após o Morgan Stanley elevar o preço-alvo para a ação a 26,90 reais, ante 24,50 reais.

- VALE PNA caiu 1,29 por cento e VALE ON teve baixa de 1,14 por cento, com a queda nos contratos futuros do minério de ferro na China abrindo espaço para um ajuste, após as ações da mineradora subirem nos dois pregões anteriores, com os papéis preferenciais acumulando alta de 5,77 por cento no período.

- PETROBRAS PN recuou 0,44 por cento e PETROBRAS ON cedeu 0,86 por cento, fechando em linha com o movimento dos preços do petróleo no mercado internacional, após trocar de sinal algumas vezes ao longo do dia. [O/R]

- WEG ON recuou 1,28 por cento, após o HSBC cortar a recomendação dos papéis da fabricante de motores elétricos e tintas industriais para "manter", ante "compra".

- SUZANO PAPEL E CELULOSE PNA caiu 3,16 por cento e FIBRIA ON perdeu 2,99 por cento, liderando a ponta negativa do Ibovespa diante de preocupações com a sustentabilidade dos preços da celulose no segundo semestre.

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