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Ibovespa recua após superar 90 mil pontos pela 1ª vez na história

Referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,23%, a 89.504,03 pontos

Ibovespa: na semana, a alta foi de 3,8%; em novembro, o índice subiu 2,38%, elevando o ganho no ano a 17,15% (Paulo Whitaker/Reuters)

Ibovespa: na semana, a alta foi de 3,8%; em novembro, o índice subiu 2,38%, elevando o ganho no ano a 17,15% (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 30 de novembro de 2018 às 18h32.

Última atualização em 30 de novembro de 2018 às 19h30.

São Paulo - O Ibovespa fechou em leve baixa nesta sexta-feira, 30, após ter superado os 90 mil pontos pela primeira vez na história, mas acumulou alta de mais de 2 por cento em novembro. Investidores aproveitaram o último pregão do mês para ajustar carteiras, em dia de cautela no exterior antes da cúpula do G20.

Referência no mercado acionário brasileiro, o Ibovespa cedeu 0,23 por cento, a 89.504,03 pontos. O indicador chegou a subir 0,6 por cento na máxima da sessão, quando atingiu nova máxima intradia de 90.245,54 pontos. Na semana, a alta foi de 3,8 por cento. Em novembro o índice subiu 2,38 por cento, elevando o ganho no ano a 17,15 por cento.

O giro financeiro da sessão somou 19,6 bilhões de reais, superando com folga a média diária de cerca de 12 bilhões de reais no ano. O dia foi marcado pelo rebalanceamento do índice MSCI de ações de mercados emergentes.

"O fechamento de mês se refletiu nos volumes negociados", disse o economista-chefe da Infinity Asset Management, Jason Vieira, acrescentando que muitos agentes aproveitaram para ajustar posições e carteiras. Segundo ele, os dados do IBGE mostrando expansão do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 0,8 por cento no terceiro trimestre, ante 0,2 por cento no segundo, animaram os investidores, assim como a melhora em Wall Street. Para ele, movimento não se sustentou pois restam muitas incógnitas nos cenários local e internacional.

Para o gerente de renda variável da H.Commcor, Ari Santos, o mercado monitora com atenção os anúncios da equipe de transição do presidente eleito Jair Bolsonaro.

Vieira avalia que ainda falta visibilidade sobre a capacidade de articulação de Bolsonaro para promover reformas. "Falta compreensão de como o governo Bolsonaro vai avançar nesse contexto de negociação política", afirmou. Para Vieira, outro tema que concentrará as atenções dos investidores nas próximas semanas é a disputa comercial entre China e Estados Unidos.

Os olhos estavam voltados para a cúpula do G20, na Argentina, onde o esperado encontro entre os presidentes norte-americano, Donald Trump, e chinês, Xi Jinping, pode ditar os rumos das relações entre as duas maiores economias do mundo.

Destaques

- CIELO fechou em alta de 6,85 por cento, melhor desempenho do Ibovespa, conforme investidores enxergaram nos números do PIB do terceiro trimestre sinais de retomada da economia, o que deve favorecer o consumo. No mês, contudo, o papel acumulou queda de mais de 28 por cento, o que elevou as perdas no ano a 57 por cento, sob pressão da entrada de novos competidores no mercado.

- SUZANO PAPEL E CELULOSE subiu 5,03 por cento, após a companhia anunciar o cronograma para conclusão da fusão com a Fibria. A Guide Investimentos considerou os desdobramentos positivos, reiterando recomendação de compra para Suzano, dado o "ciclo ainda positivo para os preços da celulose em 2019", além das sinergias oriundas da incorporação da Fibria.

- VALE avançou 1,54 por cento, acompanhando o avanço dos preços do minério de ferro na China, em pregão também favorável para as siderúrgicas. USIMINAS PNA teve ganho de 4,12 por cento, enquanto GERDAU PN subiu 2,52 por cento e CSN teve elevação de 1,03 por cento.

- PETROBRAS PN ganhou 1,15 por cento e PETROBRAS ON subiu 1,01 por cento, na contramão do recuo das cotações globais do petróleo e tendo no radar o noticiário sobre as negociações para votação do projeto de lei da cessão onerosa.

- ITAÚ UNIBANCO recuou 0,91 por cento e BRADESCO PN cedeu 1,18 por cento, perdendo fôlego após renovarem as máximas intradias históricas mais cedo. No mês, porém, os dois bancos acumularam ganhos de cerca de 10 por cento. Ainda no setor, BANCO DO BRASIL ON perdeu 1,35 por cento e SANTANDER UNIT caiu 1,79 por cento.

- ELETROBRAS ON caiu 5,2 por cento e ELETROBRAS PNB recuou 3,18 por cento, com as atenções voltadas ao processo de venda de distribuidoras da elétrica. Na véspera, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal, concedeu liminar revogando decisão que impedia a venda da Ceal, no Alagoas.

- MAGAZINE LUIZA cedeu 3,86 por cento, conforme os investidores aproveitaram para embolsar parte dos lucros este ano, que já superam 100 por cento. Outra varejista que fechou no vermelho foi a B2W, com baixa de 1,19 por cento.

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