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Ibovespa avança mais de 1% e volta a 89 mil pontos com ajuda do Fed

Índice de referência da bolsa paulista subiu 1,55%, a 89.250,82 pontos

Ibovespa: declarações do titular do banco central norte-americano de que taxas de juros nos EUA estão logo abaixo do nível considerado neutro para a economia aguçaram o apetite global a risco (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

Ibovespa: declarações do titular do banco central norte-americano de que taxas de juros nos EUA estão logo abaixo do nível considerado neutro para a economia aguçaram o apetite global a risco (Cris Faga/NurPhoto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 28 de novembro de 2018 às 18h18.

Última atualização em 28 de novembro de 2018 às 19h06.

São Paulo - A bolsa paulista fechou com o Ibovespa em alta de mais de 1 por cento nesta quarta-feira, tendo encostado na marca recorde, após declarações do titular do banco central norte-americano, de que as taxas de juros nos EUA estão logo abaixo do nível considerado neutro para a economia, aguçarem o apetite global a risco.

Índice de referência da bolsa paulista, o Ibovespa subiu 1,55 por cento, a 89.250,82 pontos. No melhor momento da sessão, chegou a 89.482,93 pontos, perto da máxima histórica de 89.598,16 pontos, registrada no começo do mês.

O volume financeiro alcançou 16,27 bilhões de reais.

O chairman do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou em um evento em Nova York que as taxas de juros ainda estão baixas para os padrões históricos e permanecem um pouco abaixo da ampla gama de estimativas do nível que seria neutro para a economia - isto é, nem acelerando nem desacelerando o crescimento.

O comentário foi praticamente uma 'ordem de compra' na bolsa brasileira, em linha com outros ativos de risco, particularmente em mercados emergentes, categoria em que o Brasil se insere, uma vez que a sinalização, 'dovish' na visão de alguns, abre uma janela para fluxo de recursos externos a tais investimentos.

De acordo com o analista Filipe Villegas, da corretora Genial, a afirmação de Powell ajudou a dissipar receios no mercado quanto a uma elevação dos juros norte-americanos maior que o Fed vinha sinalizando. "Era um dos eventos mais aguardados do dia e o tom foi bastante positivo", afirmou.

"O discurso, ao nosso ver, foi um sinal bem mais dovish onde a autoridade monetária adotará uma postura daqui para frente bem mais cautelosa em relação a novos aumentos de juros, o que diminuirá sem dúvida nenhuma a pressão sobre os mercados emergentes", afirmou a equipe do BTG Pactual.

Antes do discurso, o Ibovespa experimentava uma sessão volátil, ditada principalmente pelas ações da Petrobras, que trocaram de sinal algumas vezes, em meio a expectativas sobre a votação do projeto que trata da cessão onerosa, ainda sem desfecho, além da oscilação dos preços do petróleo no exterior.

Após o fechamento, o presidente do Senado, Eunício Oliveira, afirmou que até o momento não havia entendimento para a votação do projeto e que ele iria transferir a votação para a próxima semana.

Destaques

- VALE fechou em alta de 4,77 por cento, principal contribuição positiva para o Ibovespa, após as ações da mineradora recuarem nos últimos seis pregões, acumulando no período declínio de quase 12 por cento.

- PETROBRAS PN caiu 0,59 por cento, após subir mais de 5 por cento na véspera, tendo de pano de fundo dificuldades em torno de um acordo para a votação do projeto de cessão onerosa. Na máxima desta sessão, as preferenciais chegaram a subir mais de 1 por cento.

- ITAÚ UNIBANCO PN avançou 2,5 por cento, para 36,03 reais, cotação recorde de fechamento. BRADESCO PN subiu 2,04 por cento, a 38,44 reais, também renovando máxima histórica de fechamento. Além da melhora generalizada do apetite a risco, dados de crédito de outubro mostraram aumento na originação de empréstimos considerado sólido por analistas.

- LOJAS AMERICANAS PN subiu 6,44 por cento, também destaque positivo, tendo no radar dado de confiança do comércio apurado pela Fundação Getulio Vargas no maior patamar desde 2014, além de números considerados positivos sobre a Black Friday. A sua controlada B2W encerrou em alta de 3,86 por cento.

- CIELO encerrou em alta de 6,05 por cento, após tocar mais cedo mínima intradia desde fevereiro de 2012, com ações de empresas de meios de pagamentos ou ligadas ao setor encerrando em alta na sessão, como LINX e VALID , que não fazem parte do Ibovespa e subiram 10,06 e 4,52 por cento, respectivamente. Em Nova York, STONE e PAGSEGURO subiam quase 6 e 7,5 por cento, respectivamente.

- KLABIN UNIT caiu 1,45 por cento, em sessão negativa também para a SUZANO, que encerrou em baixa de 0,7, por cento, influenciado pela queda do dólar em relação ao real, além de dados sobre produção de celulose e papel no Brasil em outubro.

- LOCAMERICA, que não está no Ibovespa, saltou 9,58 por cento, a 31,56 reais, após a empresa de locação de veículos e gestão de frotas anunciar na véspera que fará uma oferta restrita para vender 38 milhões de ações.

 

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