Ibovespa fechou abaixo dos 104 mil pontos (Patricia Monteiro/Bloomberg)
Tais Laporta
Publicado em 12 de julho de 2019 às 17h44.
Última atualização em 12 de julho de 2019 às 18h27.
São Paulo - A onda otimista que antecedeu a votação da reforma da Previdência na Câmara não durou até o fim da semana. O principal índice da ações da B3 voltou abaixo dos 104 mil pontos, em mais um dia de realização de lucros. Também pesou o pessimismo diante da chance de que a votação em segundo turno fique para agosto, após o recesso parlamentar.
O Ibovespa caiu 1,18%, a 103.905 pontos nesta sexta, puxado pela forte queda do setor bancário. Com isso, o indicador acumulou uma desvalorização de 1,80% nas últimas duas sessões. Na semana, o índice recuou 0,17%.
Já o dólar fechou em queda nesta sexta, no menor nível em cinco meses, com o mercado atento à definição sobre o cronograma de votação da proposta de reforma da Previdência na Câmara. A moeda recuou 0,33%, a 3,7393 reais na venda, menor valor de fechamento desde o dia 27 de fevereiro. Na mínima do dia, a cotação chegou a 3,7304 reais e, na máxima, tocou 3,7643 reais.
Parlamentares que acompanhavam de perto as negociações sobre a proposta avaliaram que a votação do primeiro turno da reforma da Previdência tem chances de não ser concluída ainda nesta sexta-feira, apesar dos esforços do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Mais cedo, ele disse que não adianta correr, colocando em risco a aprovação em segundo turno, indicando que a conclusão na Casa pode ficar para agosto.
O governo ainda enfrenta dificuldade para articular os deputados favoráveis à reforma e garantir o quórum em plenário, justamente em um momento em que serão analisadas emendas com grande potencial de desidratar a reforma.
"Estamos próximos da conclusão do processo e até semana que vem dá para encerrar o primeiro turno, vai ficar a dúvida se o segundo turno acontece até quarta-feira ou não", afirmou à Reuters o economista-chefe do Haitong Brazil, Flávio Serrano.
A varejista AMBEV ON caiu 2,62%. A controladora Anheuser-Busch InBev disse que não dará continuidade à oferta inicial de ações de sua unidade Ásia Pacífico na bolsa de Hong Kong, que seria o maior IPO de 2019.
O dia foi negativo para os bancos. BRADESCO e ITAÚ UNIBANCO perderam 1,86% e BANCO DO BRASIL ON caiu 2,26%.
As ações PETROBRAS PN e PETROBRAS ON ganharam 0,46% e 0,64%, respectivamente. A empresa avalia deixar um programa da bolsa paulista B3 criado para atestar esforços de empresas estatais do país que buscam melhorar a governança, segundo fontes.
A rede de varejo MAGAZINE LUIZA subiu 0,55%, após o conselho de administração da varejista aprovar proposta de desdobramento de suas ações, na proporção de 1 para 8 ações da mesma espécie. A matéria agora será enviada para votação em assembleia geral extraordinária (AGE) da companhia.
A produtora de carnes BRF recuou 1,12% e MARFRIGfechou estável, após o encerramento das negociações para uma possível fusão de cerca de 30 bilhões de reais que criaria um dos maiores grupos de carnes do mundo, pouco mais de um mês após o início das conversas.
A siderúrgica CSN recuou 0,64%, após anúncio de expansão de um contrato de fornecimento de longo prazo de minério de ferro com a Glencore, transação que envolve pré-pagamento de 250 milhões de dólares.
Fora do índice, MOVIDA cedeu 2,95%, após anunciar a intenção de fazer oferta pública subsequente primária e secundária de ações. Segundo o Estadão, o follow on será de 500 milhões de reais. A rival LOCALIZA perdeu 1,99%.