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Bolsa cai quase 2% de olho em Previdência e exterior; dólar sobe forte

Às 11:58, o Ibovespa caía 2,09 por cento, a 94.707,11 pontos

B3: Ibovespa operava em queda forte nesta sexta-feira (Chuanchai Pundej/EyeEm/Getty Images)

B3: Ibovespa operava em queda forte nesta sexta-feira (Chuanchai Pundej/EyeEm/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 22 de março de 2019 às 10h21.

Última atualização em 22 de março de 2019 às 12h20.

São Paulo — O Ibovespa operava em queda forte nesta sexta-feira, com as incertezas sobre o andamento da reforma da Previdência se intensificando após a prisão do ex-presidente Michel Temer na véspera, enquanto as principais praças no exterior recuavam com o ressurgimento das preocupações sobre o crescimento econômico global.

Às 11:58, o Ibovespa caía 2,09 por cento, a 94.707,11 pontos. No pior momento do pregão, o indicador chegou a perder 2,43 por cento. O volume financeiro somava 5,8 bilhões reais.

Para Eduardo Guimarães, especialista em ações da consultoria independente de investimentos Levante, o dia mostrava uma liquidação generalizada apoiada por um viés negativo no exterior.

"As preocupações sobre a saúde das economias globais corroboravam para o sentimento de incerteza, enquanto internamente a prisão do Temer trazia mais apreensão sobre a reforma da Previdência", afirmou.

Na quinta-feira, o ex-presidente foi preso pela Polícia Federal no âmbito da operação Descontaminação, braço da Lava Jato, acusado de chefiar uma organização criminosa que atua há 40 anos desviando recursos públicos e cujas propinas recebidas e promessas de vantagens somam 1,8 bilhão de reais.

No cenário externo, temores sobre uma desaceleração global voltavam ao foco após dados mostrarem que a atividade industrial na zona do euro contraiu no ritmo mais rápido em quase seis anos.

Wall Street operava no vermelho, enquanto os preços do petróleo acompanhavam o movimento pressionados por temores de uma redução na demanda global.

Destaques

- CCR perdia 4,3 por cento, figurando entre as principais quedas do Ibovespa, após divulgação do balanço do quarto trimestre, com prejuízo líquido de 307,1 milhões de reais em razão de despesas não recorrentes atreladas ao acordo de leniência.

- CYRELA recuava 4,01 por cento, sucumbindo ao movimento generalizado de embolso de lucros na bolsa paulista, apesar de números positivos no balanço trimestral divulgado pela companhia. A construtora teve lucro líquido de 116 milhões de reais no quarto trimestre, superando em 138,1 por cento o desempenho apurado um ano antes.

- PETROBRAS PN tinha queda de 2,66 por cento, e PETROBRAS ON recuava 2,45 por cento, tendo no radar notícia de que a estatal executou estratégia de hedge para proteger parte de sua produção de petróleo prevista para 2019, comprando opções de venda ("put") do Brent com preço de exercício ao nível de 60 dólares o barril.

- ITAÚ UNIBANCO PN caía 2,02 por cento, enquanto BRADESCO PN declinava 2,57 por cento, contribuindo para o viés negativo do Ibovespa, dado o peso dos papeis em sua composição.

- LOJAS AMERICANAS cedia 5,04 por cento e a controlada de comércio eletrônico B2W caía 5,37 por cento, entre os destaques negativos do Ibovespa, ainda ecoando os resultados trimestrais mais fracos.

Dólar

Na abertura, o dólar abriu o pregão subindo com força ante o real, acompanhando o cenário de maior cautela no exterior depois de dados fracos na Europa, que alimentarem temores de uma desaceleração econômica global.

Às 9:17, o a moeda norte-americana avançava 2,09 por cento, a 3,8794 reais na venda. Na véspera, a divisa norte-americana fechou em alta de 0,90 por cento, a 3,8001 reais na venda.

O dólar futuro subia por volta de 2,3 por cento.

O Banco Central realiza nesta sessão leilão de até 14,5 mil swaps cambiais tradicionais, correspondentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de abril, no total de 12,321 bilhões de dólares.

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