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Ações da Cielo desabam após anúncio de medidas para cartões

Uma delas é redução do prazo de pagamento das chamadas credenciadoras, como a Cielo, para o lojista, ou do custo do crédito rotativo ao consumidor

Cielo: a ação da companhia fechou em queda de 5,9%, pior desempenho no Ibovespa, que subiu 0,32% (Cielo/Divulgação)

Cielo: a ação da companhia fechou em queda de 5,9%, pior desempenho no Ibovespa, que subiu 0,32% (Cielo/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 15 de dezembro de 2016 às 20h04.

São Paulo - As ações da Cielo desabaram nesta quinta-feira após o governo federal anunciar medidas para o mercado de cartões que podem pesar sobre os resultados da maior empresa de meios eletrônicos de pagamentos do país.

A ação da companhia fechou em queda de 5,9 por cento, pior desempenho no Ibovespa, que subiu 0,32 por cento, reforçando temores do mercado que vinham se traduzindo em pressão sobre os papéis com a iminência de medidas para o setor.

Uma delas é redução do prazo de pagamento das chamadas credenciadoras, como a Cielo, para o lojista, ou do custo do crédito rotativo ao consumidor.

No caso de ser adotada a primeira hipótese, na prática as credenciadoras teriam uma pressão sobre ganhos financeiros obtidos com a antecipação de recebíveis.

Falando mais cedo nesta quinta-feira, durante reunião anual da empresa com analistas, o diretor de relações com investidores da empresa, Victor Schabbel, disse que antecipação de recebíveis responde por cerca de 25 por cento do lucro da Cielo.

As receitas de antecipação de recebíveis têm crescido nos últimos dois anos, num cenário em que varejistas têm enfrentado maior aperto do crédito.

Além disso, o governo também incluirá na medida, divulgada com o objetivo de melhorar a produtividade da economia, a chance de prática de preços distintos por lojistas com diferentes meios de pagamento (dinheiro, cartão de crédito).

Uma proposta nesse sentido, que recebeu forte oposição da indústria de cartões foi derrubada no Senado há cerca de dois anos.

Consultada após o anúncio das medidas, a Cielo não respondeu a pedidos de comentários até a publicação desta matéria.

A Associação das Empresas de Cartões disse, em comunicado, que entende as medidas anunciadas pelo governo e está pronta para debater com o Banco Central os assuntos pertinentes à entidade, destacando que o BC e o Ministério da Fazenda "têm sempre agido com determinação para discutir os aspectos regulatórios" para promover o desenvolvimento do mercado de meios eletrônicos de pagamento.

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