Home equity: contratação de empréstimo com imóvel como garantia tem crescido no país (Nick David/Getty Images)
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Publicado em 25 de outubro de 2021 às 09h00.
O percentual de famílias brasileiras endividadas chegou a 70% no primeiro semestre deste ano, sustenta a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). É um número que reflete o impacto da pandemia na economia e a importância de modalidades de crédito que não se traduzam em mais endividamentos desnecessários.
É por isso que a procura pelo chamado home equity, que permite a utilização do imóvel próprio como garantia de empréstimo, é cada vez maior. Neste ano, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), foram firmados 12.961 contratos do tipo, que correspondem a 2,7 bilhões de reais.
Em julho, 95.423 empréstimos do gênero estavam ativos no país, totalizando uma carteira de 12,2 bilhões de reais. No ano passado, segundo a mesma entidade, foram assinados 18.746 contratos de home equity, correspondentes a mais de 4 bilhões de reais — uma cifra 25% superior à registrada em 2019.
“Muita gente aproveitou o fim da fase mais difícil da pandemia para quitar dívidas e se reorganizar de olho no reaquecimento da economia”, diz Eduardo Zagonel, COO do Banco Bari, explicando o aumento da procura pelo produto.
A instituição, com 25 anos no mercado e sede em Curitiba, viu a procura por essa solução crescer 64,7% no primeiro semestre deste ano, em comparação aos seis meses anteriores.
Para quem não sabe do que se trata, o crédito com garantia de imóvel (CGI) pode ser usado tanto para o pagamento de dívidas como para reformar, construir ou comprar um segundo imóvel e pode ser solicitado até por quem quer investir em um negócio.
Você só precisa dispor de uma casa, apartamento ou ponto comercial e oferecê-lo como garantia. A propriedade serve como uma segurança para o banco de que a dívida será quitada. Só que ela continua sendo sua e você pode utilizá-la, seja para morar, seja para alugar. O imóvel apenas fica alienado ao Bari até o pagamento total do empréstimo.
Entre os principais operadores de home equity do país, o banco monitora com precisão os motivos que levam seus clientes a optar pelo produto. De acordo com o levantamento de setembro deste ano, 31% deles planejavam quitar dívidas.
Construções e reformas foram os motivos apresentados por 23%, enquanto 14% alegaram planos de adquirir algum bem. E também houve quem afirmou que vai começar a investir e até quem disse que vai se dar uma viagem de presente, entre outras justificativas.
Para obter o CGI do Bari, chamado de Bariflex, o primeiro passo é acessar o site do banco. Em alguns casos, registre-se, mesmo quem tem o nome sujo pode ter o crédito liberado.
O home equity do banco é chamado de Bariflex porque só ele oferece a seguinte vantagem: não te obriga a retirar todo o dinheiro no momento da contratação. Em vez disso, você pode abrir uma linha de crédito para usar em até cinco anos e ir fazendo retiradas conforme suas necessidades. Com isso, os clientes só precisam pagar as custas cartorárias uma única vez.
Em relação a outras modalidades de empréstimo como o crédito pessoal, aquele que todo banco te oferece sem você pedir, a vantagem do Bariflex é inegável: taxas bem menores, partindo de 0,70% ao mês + IPCA, e prazos bem maiores.
“O CGI é um empréstimo bem mais saudável e sinônimo de parcelas que pesam muito menos no orçamento dos clientes”, argumenta Zagonel. “Não é à toa que nos procuram até para o pagamento de dívidas contraídas em outras instituições”.
Se você solicitar uma linha de crédito de 30.000 reais, o valor mínimo de contratação, poderá devolver o valor, por exemplo, em 180 parcelas de 364 reais, considerando a taxa de juro de 0,99% a.m. + IPCA.
Caso recorra a um crédito pessoal qualquer, oferecido por outra instituição, provavelmente terá de arcar com 48 parcelas de 1.193,63 reais para obter os mesmos 30.000 reais. Isso porque a taxa de juro utilizada por esse tipo de produto é de 3% a.m.
O CGI do Bari pode ser contratado por famílias com renda familiar mínima de 3.500 reais. O valor máximo liberado para os clientes é de 4 milhões de reais e até 60% do valor de seu imóvel pode ser usado como recurso.
O banco oferece parcelamentos de até 240 vezes, o que dá 20 anos. A quantia solicitada pode ser depositada na sua conta ou virar limite no Baricard imobiliário, o primeiro cartão de crédito com limite atrelado a um CGI do Brasil. E também é possível solicitar as duas coisas.
Para quem opta pelo Baricard imobiliário, cuja bandeira é a Elo, há várias vantagens. Não há juros atrelados ao limite disponibilizado caso a fatura seja paga em dia. Caso você não possa pagá-la, o Bari parcela o valor recorrendo aos juros do contrato firmado de home equity - como no caso de quem prefere sacar o dinheiro.
A Elo, por sua vez, oferece o programa de pontos Livelo, que permite o resgate de recompensas de acordo com a utilização, e os benefícios EloFlex.
*Os valores mencionados estão sujeitos a mudança