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Home office definitivo? Para 74% das empresas no Brasil, a resposta é sim

Pesquisa da Cushman & Wakefield aponta que, para 85% dos executivos, a experiência do trabalho remoto tem mais pontos positivos do que negativos

Home office: antes do isolamento social 42,6% das empresas nunca tinham adotado a prática e, em 23,8% das companhias, não passava de uma possibilidade em análise (Hero Images/Getty Images)
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Natália Flach

Publicado em 29 de maio de 2020 às 15h10.

Última atualização em 29 de maio de 2020 às 19h13.

Depois de semanas trabalhando em casa, 73,8% das empresas pretendem instituir o home office como prática definitiva no Brasil após a pandemia do novo coronavírus. Essa é a conclusão de um estudo realizado pela consultoria Cushman & Wakefield - e obtido pela EXAME com exclusividade - que ouviu 122 executivos de multinacionais que atuam no país.

O curioso é que antes do isolamento social 42,6% das empresas nunca tinham adotado a prática e, em 23,8% das companhias, o home office não passava de uma possibilidade em análise.

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O intuito em autorizar o home office mesmo após a pandemia se explica pela avaliação favorável à prática. Para 25,4% dos entrevistados, a experiência do trabalho remoto é totalmente positiva, enquanto para 59% há mais pontos positivos do que negativos.

Apenas 2,5% dos executivos ouvidos disseram que a experiência é totalmente negativa e outros 13,1% afirmaram que há mais pontos negativos do que positivos.

Essa mudança no mercado de trabalho pode ter implicações diretas no mercado imobiliário. Segundo 29,5% dos executivos, a empresa deve reduzir o espaço físico no futuro por conta do sucesso do home office, enquanto outros 15,6% apontaram que a diminuição deve ocorrer por questões econômicas relacionadas à pandemia.

Nos dois casos, a redução deve ser de 10% a 30% do total de metros quadrados. Por sua vez, 35,2% dos entrevistados disseram que ainda não é possível definir se vão mudar algo nos escritórios, e somente 19,7% cravaram que não haverá redução de espaço físico no futuro.

Home office: antes do isolamento social 42,6% das empresas nunca tinham adotado a prática (Hero Images/Getty Images)

O novo cenário, no entanto, não deve impactar o valor dos aluguéis. Ao menos, no curto prazo. Isso porque os contratos têm duração média de três anos, e a pressão pontual nos preços não costuma levar a renegociações.

"Só agora estamos recuperando o patamar de preço da época pré-crise de 2014, e os lançamentos recentes estão com valor de metro quadrado mais alto nas regiões mais privilegiadas", afirma Jadson Andrade, gerente de pesquisa de mercados da Cushman & Wakefield. "Mas se a crise se aprofundar, podemos ver devolução de espaços a partir do ano que vem." Hoje, a vacância de lajes corporativas de alto padrão na cidade de São Paulo está na faixa de 16%, enquanto na cidade do Rio de Janeiro é de 33,9%.

A pesquisa da Cushman & Wakefield também quis saber se houve impacto da quarentena em projetos de locação ou de reforma em novos escritórios. Segundo 12,3% dos entrevistados, houve interrupção nos planos devido à adoção da política de home office, enquanto 17,2% disseram que a paralisação se deu por outros motivos.

Na outra ponta, 14,8% dos tomadores de decisão garantiram que não houve interrupção e que o plano de locação e/ou obra se mantém. A maioria, no entanto, disse que não houve qualquer impacto, pois não havia plano em curso.

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