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Como funciona o usucapião por abandono de lar

O processo de usucapião por abandono de lar deve ser formalizado por meio de uma ação judicial

O usucapião por abandono de lar pode ser uma alternativa vantajosa para quem ocupa um imóvel abandonado (Getty Images/Divulgação)

Publicado em 6 de dezembro de 2024 às 17h47.

O usucapião por abandono de lar é uma modalidade de aquisição de propriedade prevista no Código Civil brasileiro que permite que uma pessoa conquiste o direito de propriedade de um imóvel após um determinado período de posse contínua e incontestada, mesmo sem ser a proprietária formal do bem. Essa forma de usucapião é especialmente relevante para quem ocupa um imóvel abandonado por seu proprietário, mas com a intenção de regularizar sua situação, adquirindo o direito sobre o bem. Abaixo, explicamos como funciona o usucapião por abandono de lar e quais são os requisitos legais para que essa modalidade seja válida.

1. O que é usucapião?

Usucapião é um instituto jurídico que permite a aquisição de propriedade de um imóvel ou bem móvel por meio da posse contínua, pacífica e incontestada por um período determinado. Para que a pessoa possa adquirir a propriedade, é necessário que atenda a uma série de requisitos legais, que variam de acordo com o tipo de usucapião.

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No caso do usucapião por abandono de lar, a pessoa que ocupa o imóvel abandonado, de forma pública, contínua e sem oposição do proprietário, pode pleitear judicialmente o direito de se tornar a nova proprietária do bem após um período de tempo estabelecido pela legislação.

2. Quais são os requisitos do usucapião por abandono de lar?

Para que o usucapião por abandono de lar seja reconhecido judicialmente, é necessário que o possuidor do imóvel cumpra os seguintes requisitos:

3. Qual é o prazo necessário para o usucapião por abandono de lar?

A legislação brasileira estabelece que o prazo necessário para adquirir a propriedade do imóvel por meio do usucapião por abandono de lar é de dois anos. Esse período deve ser ininterrupto, ou seja, o possuidor precisa morar no imóvel durante esse tempo sem interrupções e sem a contestação do proprietário ou de terceiros.

Vale ressaltar que esse prazo pode ser reduzido em algumas situações, como quando o possuidor realiza investimentos no imóvel, mantendo-o e tratando-o como próprio. A jurisprudência tem mostrado que, em alguns casos, esse prazo pode ser flexibilizado conforme as circunstâncias de cada situação.

4. Quais são os benefícios do usucapião por abandono de lar?

O usucapião por abandono de lar pode ser uma alternativa vantajosa para quem ocupa um imóvel abandonado e quer regularizar a situação. Entre os benefícios dessa modalidade estão:

5. Como ingressar com o processo de usucapião por abandono de lar?

O processo de usucapião por abandono de lar deve ser formalizado por meio de uma ação judicial. O interessado em adquirir a propriedade do imóvel deve reunir os documentos que comprovem a posse contínua e pacífica do bem, como contas de serviços, fotos, testemunhas e qualquer outro tipo de prova que demonstre a ocupação. A ação deve ser ajuizada no fórum competente, geralmente o da localidade onde o imóvel está situado.

O juiz avaliará as provas apresentadas e, se reconhecer que os requisitos legais foram cumpridos, pode determinar o reconhecimento da propriedade do imóvel pelo possuidor. Em alguns casos, o processo pode ser contestado, especialmente se o proprietário do imóvel surgir durante o trâmite da ação, o que pode levar a uma disputa judicial mais longa.

6. Quais cuidados devem ser tomados ao pleitear o usucapião por abandono de lar?

Embora o usucapião por abandono de lar seja uma alternativa viável, é importante que o interessado tome alguns cuidados:

7. Por que você precisa saber disso

O usucapião por abandono de lar é uma ferramenta legal importante para regularizar a posse de imóveis abandonados. Com o cumprimento dos requisitos de posse mansa, pacífica e ininterrupta por dois anos, o ocupante pode pleitear o direito de se tornar o proprietário do imóvel, o que pode ser uma solução vantajosa tanto para o possuidor quanto para a sociedade, ao evitar a degradação de bens imóveis. Contudo, é essencial que o interessado busque assessoria jurídica para garantir que o processo seja conduzido de forma adequada e que todos os direitos sejam respeitados.

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