Logo das Olimpíadas: regras sobre o uso das Olimpíadas pelas marcas já começaram a valer desde ontem (28) (Reuters/Ricardo Moraes)
Guilherme Dearo
Publicado em 29 de julho de 2016 às 18h03.
*atualizado em 29/7/2016, às 18h
São Paulo - A primeira regra da Olimpíada é: você não fala sobre a Olimpíada.
Com os jogos do Rio se aproximando, o Comitê Olímpico dos EUA, lembrando as regras do Comitê Olímpico Internacional (COI), advertiu diversas marcas sobre o uso dos Jogos em campanhas.
A advertência: quem não for patrocinador oficial da competição, não poderá usar diversos termos relacionados ou com marca registrada.
Ou seja, nenhuma marca não-patrocinadora poderá surfar na onda dos Jogos e usar termos olímpicos ou citar a Olimpíada em alguma campanha.
Nem mesmo em um simples tweet. Marcas também não poderão falar sobre placares ou até mesmo dar um retweet em um canal oficial dos Jogos.
O COI ameaça tomar medidas legais caso alguma marca não respeite o aviso. Por exemplo, as hashtags #Rio2016 e #TeamUSA estão fora dos limites.
Marcas patrocinadoras, como Coca-Cola, McDonald's e P&G, pagam estimados 100 milhões de dólares pelo privilégio de ter sua marca associada aos Jogos e exposta durante o evento.
Eis os termos e palavras proibidos:
- Olimpíada, Olimpíadas, Olímpico;
- "Citius. Altius. Fortius." (é o mote olímpico, que significa "Mais rápido. Mais alto. Mais forte."); nenhuma tradução será permitida;
- Rio 2016 ou Rio de Janeiro 2016;
- #Rio2016;
- #TeamUSA.
- esforço;
- vitória;
- performance;
- jogos;
- ouro, prata, bronze;
- medalha;
- patrocinadores.
Ainda há uma série de variantes e expressões, como "Road to Rio", "Road to Tokyo" e "Tóquio 2020".
Aqui há uma série de explicações sobre como marcas e veículos de imprensa podem falar da Olimpíada.
Segundo Lisa Baird, diretora de marketing do comitê olímpico dos EUA, essa carta do COI é enviada às marcas porque muitas delas patrocinam atletas, de modo individual, que estarão nos Jogos.
Mas isso não as libera para usar imagens e termos sobre a Olimpíada.
Esse período de "proibição" começou ontem (28) e vai até três dias após o fim dos Jogos.
Os meios de comunicação, claro, estão livres desses termos e poderão citar os Jogos em suas notícias e reportagens.
Uma antiga polêmica gira em torno da regra 40 do COI, que proíbe marcas "não-oficiais" que patrocinam atletas específicos de aparecerem durante os Jogos, citarem suas parcerias etc.
Claro, é bem frustrante, para uma marca que investiu pesado durante anos em um atleta de ponta, se tornar "invisível" no momento da vitória.
Este ano, pela primeira vez, o COI flexibilizou a regra, permitindo que marcas interessadas criassem uma única campanha para falar de seu patrocínio a um atleta.
Mas a condição é que essa peça, única, fosse veiculada desde março e até durante os jogos, sem parar.
Em entrevista à ESPN, Lisa Baird, do comitê americano, deu um exemplo da "injustiça" das marcas que tentam se aproveitar dos Jogos:
"Os atletas podem dizer de modo genérico, 'Obrigado ao meu patrocinador', durante os Jogos. Mas uma empresa que vende bebidas isotônicas para atletas não pode fornecer seu material e depois postar algo sobre os Jogos. Eles não estão fazendo nada além de usar a Olimpíada para vender sua bebida".
Ela não deu nomes, mas dá para imaginar sobre qual marca ela falava...
Eis as marcas que patrocinam os Jogos, como mostra o site oficial do Rio 2016: