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Propaganda reabre debate sobre turismo sexual na Copa

A pouco mais de um mês do início da Copa do Mundo, um outdoor que insinua uma mulher praticando sexo oral em um jogador gerou polêmica

Propaganda da Boate Bahamas: no material se lê "onde suas fantasias se tornam realidade" (Reprodução/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 9 de maio de 2014 às 11h15.

São Paulo - A pouco mais de um mês do início da Copa do Mundo , um outdoor que insinua uma mulher praticando sexo oral em um jogador gerou polêmica e suscitou a rejeição do governo e de várias ONGs que consideram que este tipo de iniciativa representa um passo atrás na luta contra o turismo sexual.

A propaganda, colocada em algumas das principais rodovias de São Paulo, foi lançado pela Boate Bahamas, que funciona com a licença de "hotel e serviços pessoais", uma das maiores da cidade a fim de promover o local perante a chegada de turistas durante os jogos.

A ONG Plan, que há décadas luta contra a exploração sexual no Brasil, ressaltou que este tipo de publicidade associa a imagem do país ao sexo e destrói os esforços para combater o turismo sexual.

"Este tipo de publicidade dificulta a luta contra o turismo sexual. É o tipo de propaganda que não queremos. Está em jogo a imagem do país. Estamos trabalhando pela prevenção contra o turismo sexual e estas ações destroem nossos esforços", afirmou à Agência Efe a diretora nacional da ONG, Anette Trompeter.

O Ministério do Turismo também se posicionou,e ressaltou em resposta à Agência Efe que a propaganda "vai em sentido oposto ao da política de promoção nacional do país realizada pelo governo".

Oscar Maroni, proprietário da Boate Bahamas e responsável pela publicidade em que se vê uma mulher, sentada em uma bola de futebol, com a blusa levantada e um short jeans abaixando o calção de um jogador, disse à Efe que "falar de turismo sexual é moralista e vai contra a sexualidade".

Na opinião de Maroni, "o governo deve se preocupar mais em combater a exploração sexual infantil nos arredores dos estádios", do que com o turismo sexual que chega aos clubes.


"O que eu faço é incentivar meu produto. Não só vai aumentar o turismo sexual, também vai aumentar o gastronômico, por exemplo", acrescentou Maroni.

No entanto, não se trata da primeira publicidade que associa o futebol e Brasil com o sexo. Em fevereiro deste ano, a Adidas se viu obrigada a retirar do mercado as camisas lançadas por causa da Copa por sua conotação sexual.

Em uma delas, de cor verde, aparecia a frase "I love Brasil", mas dentro do coração havia um triângulo fazendo alusão a um bumbum feminino com um biquíni. Em outra, de cor amarela, se via uma mulher de biquíni junto à legenda "Lookin" to score in Brazil" (Buscando marcar gols no Brasil), o que podia ter duplo sentido.

Após o lançamento das camisas, a presidente Dilma Rousseff afirmou em sua conta no Twitter que o Brasil está preparado para receber os turistas que chegarão para a Copa, mas informou que também o está para combater o turismo sexual.

De acordo com a ONG Plan, tanto o anúncio da Adidas quanto o da boate "vendem uma imagem do Brasil" que não corresponde à realidade.

"A marca esportiva deu a entender que, além do futebol, o Brasil tem suas mulheres como ponto de atrativo. Isto (o outdoor) é o mesmo. Há pessoas que querem vender uma imagem do país que não é. O Brasil floresce em muitas áreas", disse Anette.

Segundo o Ministério do Turismo, uma equipe se encarrega de realizar periodicamente um acompanhamento na internet a fim de "detectar sites que relacionem ícones de turismo nacional com imagens de conotação sexual".

O Brasil espera a visita de 600 mil turistas estrangeiros durante a Copa, e tanto o governo quanto diversas ONG acionaram suas maquinarias para tentar evitar casos de exploração sexual durante o evento.

São Paulo - Que a Copa do Mundo de 2014 terá classicos do futebol dentro de campo, ninguém duvida. Mas o evento sediado no Brasil também será palco de grandes disputas entre patrocinadores ligados ao torneio, uma lista recheada de concorrentes diretos.  A briga por visibilidade promete não ser nada amistosa. De um lado estão os parceiros da Fifa, que, segundo estimativas de especialistas, desembolsaram cerca de 150 milhões de reais para participar do torneio. Do outro lado do campo, apoiadores da CBF, cuja cota de patrocínio é avaliada em cerca de 23 milhões de reais. Na equação de um campeonato, nem sempre mais dinheiro quer dizer mais projeção - e a estratégia das marcas para despertar as paixões dos torcedores prometem dar uma lição de publicidade. Confira os grandes rivais que se enfrentaram durante a Copa.
  • 2. Adidas x Nike

    2 /7(Divulgação)

  • Veja também

    Fabricante da bola Brazuca e parceira da Fifa desde os anos 1970, a Adidas irá esbarrar em chuteiras e camisas da Nike vestidas pelos jogadores da seleção brasileira. O embate entre as duas líderes globais de artigos esportivos promete: a Adidas começou 2014 nomeando um novo gerente de marcas, o jovem executivo Eric Liedtke,  para recuperar o espaço perdido para a rival ano passado. A Copa será seu primeiro teste.
  • 3. Coca-Cola x Guaraná

    3 /7(Divulgação/Coca-Cola Brasil)

  • Patrocinadora oficial da Copa do Mundo desde 1978, a Coca-Cola montou um plano grandioso de comunicação, orquestrando diversas ações, desde um tour mundial da Taça ao relançamento da icônica coleção de miniaturas que fez sucesso nos anos 80. Mas sua presença no evento poderá ser ofuscada pelo Guaraná (Ambev), que tem contrato com a CBF, e também apostou em promoções de grande dimensão, como a Seleção de Prêmios Guaraná Antarctica.
  • 4. Samsung x Sony

    4 /7(Divulgação)

    Parceira da Fifa desde 2007, a Sony ganhou um oponente de peso com a assinatura do contrato entre a Samsung e a seleção em 2013 - uma parceria que dará à CBF aproximadamente 13,7 milhões de reais por ano, segundo informações da empresa. Mas a rival também tem suas armas: para garantir visibilidade, a Sony negociou o uso, em todos os jogos, de uma tecnologia capaz de escarecer gols duvidosos, com um chip na bola e nas traves.
  • 5. Liberty Seguros x Unimed Seguros

    5 /7(Divulgação/Liberty Seguros)

    Mundialmente, as empresas de seguros são grandes patrocinadoras do esporte. Em 2014, o embate será entre a Liberty Seguros, patrocinadora da Copa, e a Unimed Seguros, parceira comercial da seleção. A Liberty fechou seu contrato em 2011, enquanto a Unimed garantiu a presença do seu logotipo nos eventos da seleção em 2013, após estampar as camisas do Palmeiras e do Fluminense.
  • 6. Oi x Vivo

    6 /7(Adriano Machado/Bloomberg)

    Parceira da Fifa, a Oi irá vai fornecer toda a infraestrutura de telecomunicações necessária para a realização do Mundial, investindo o que estima-se em 150 milhões de reais pela cota de patrocínio. Do outro lado, enquanto parceira da seleção, a Vivo aposta na identificação do público com os ídolos nacionais, em ações centralizadas através do conceito " Eu Vivo Esporte ".
  • 7. Aproveite e veja também: os 10 jogadores da Seleção que mais faturam com publicidade

    7 /7(Nike/Divulgação)

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