Samantha Almeida, head de conteúdo da Ogilvy Brasil e Paulo Rogério Nunes, empreendedor e consultor (//Divulgação)
Marina Filippe
Publicado em 17 de junho de 2020 às 12h22.
Última atualização em 17 de junho de 2020 às 13h04.
A diversidade como fonte de inovação das empresas está sendo posta à prova, por conta da crise durante a pandemia do novo coronavírus, e também pelos protestos antirracismo ao redor do mundo.
Sobre o papel das companhias, Paulo Rogério Nunes, empreendedor, consultor em diversidade e autor do livro Oportunidades Invisíveis conversou com Samantha Almeida, head de conteúdo Ogilvy Brasil no exame.talks.
Para eles, a empresa perde por não identificar oportunidades de mercado e atender o consumidor corretamente.
"Há muito tempo, a produção cultural que é construída pelas empresas está sendo dominada por um único grupo -- majoritariamente masculino, branco e de elite -- que detém a construção das narrativas e não consegue promover novos negócios", diz Almeida.
Ao criar times mais diversos, é possível pensar em novos produtos, que muitas vezes não estão sendo desenvolvidos pela falta de diferentes perspectivas entre os funcionários. Além do mais, pensar nos fornecedores diversos é também essencial para a evolução. "É no duelo de visões que nasce o futuro", afirma Almeida.
Para Nunes, o Brasil ignora os diferentes grupos populacionais, por exemplo, os negros que representam 56% dos brasileiros. E, com isso, deixa de melhorar a economia ao inseri-los em diversos setores do mercado.
Um exemplo é o das mulheres negras, grande parte das empreendedoras que não estão inseridas nas grandes empresas, que promovem novos produtos a partir de conhecimentos ainda excluídos da indústria. "É hora de priorizar os que não tiveram oportunidades e gerar benefícios para todos", diz Nunes.
As marcas estão em constante construção para gerar conexão com os clientes. Para eles, essas conexões são geradas quando as demandas são atendidas, por exemplo, ao vender um bom produto para um determinado tipo de pele e ou de cabelo.
"O papel das marcas é se fazerem acessíveis para conquistar quem mantém a economia e poder dizer qual produto falta no portfólio", diz Almeida.