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McDonald's quer trocar hambúrgueres congelados por carne fresca

Testes começaram em 2016 e marca agora vai expandir substituição para outros restaurantes nos EUA

McDonald's: marca pretende expandir uso de carne fresca em seus restaurantes (David Paul Morris/Bloomberg)

Guilherme Dearo

Publicado em 17 de março de 2017 às 12h55.

Última atualização em 17 de março de 2017 às 13h11.

São Paulo – Uma mudança significativa pode estar no horizonte do McDonald’s .

A marca anunciou que está expandindo alguns testes para substituir os seus hambúrgueres congelados por carne sempre fresca.

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Segundo a Business Insider, 328 restaurantes na região de North Texas, 75 restaurantes em Oklahoma e 14 restaurantes na região de Forth Worth (Texas) vão usar carne fresca e nunca congelada.

Estes hambúrgueres serão usados para o preparo do Quarteirão com Queijo (lá, Quarter Pound) e suas outras versões, que existem nos EUA.

Os primeiros testes começaram no meio de 2016, em Dallas (Texas).

Um concorrente do McDonald’s, Wendy’s, tem entre seus motes principais o uso exclusivo de carne fresca. Seus hambúrgueres quadrados se orgulham de nunca serem congelados.

Os planos ambiciosos do McDonald's se destacam justamente em um momento crítico no Brasil, com JBS e BRF envolvidas em uma grande investigação da Polícia Federal (Operação “Carne Fraca”) que denunciou carne podre e outros produtos com má qualidade, além de um complexo esquema de propina envolvendo políticos de PMDB e PP.

Prós e contras

O McDonald’s vê na troca de carne congelada por fresca uma maneira de melhorar a sua imagem como restaurante.

A carne fresca representaria, teoricamente, lanches melhores e "mais saudáveis". O “feito na hora” e o “caseiro” seriam conceitos que ganhariam peso na marca.

O contra: o complexo sistema logístico que essa operação demandaria. Não é fácil fornecer carne fresca na velocidade e na quantidade consumida pelos milhares de restaurantes da rede.

O CEO do McDonald’s Steve Easterbrook disse em entrevista, em 2016, que não existia um fornecedor de carne fresca capaz de suprir a demanda nacional da marca nos EUA. Assim, a mudança teria de ser lenta, gradual e feita região por região.

Além disso, há outra grande preocupação: saúde pública.

Sem um controle de extremo rigor para garantir a qualidade impecável dos produtos frescos, o risco de a marca vender carne contaminada aumentaria consideravelmente.

Um único produto com problema poderia gerar uma contaminação rápida e ampla.

Diversos donos de franquias nos Estados Unidos já expressaram preocupação com o fato, segundo analistas da consultoria Nomura.

Para eles, perder os benefícios da carne congelada é um desastre anunciado que poderia explodir a qualquer momento.

Um deles disse: “Se não lidarmos com a carne de maneira perfeita, será uma oportunidade para uma invasão de bactérias em nossos produtos”.

Outro apontou que um único funcionário, em um único momento de desatenção, poderia causar um problema generalizado e grave de contaminação.

O fantasma de um desastre em termos de segurança alimentar tem a rede Chipotle como exemplo, que enfrentou nos EUA um surto da bactéria E. coli em seus restaurantes, o que causou um impacto negativo nas vendas.

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