Folks Netnográfica estudará mídias sociais no País
Antropólogo canadense Robert Kozinets se associa a Débora Figueiredo e Bernardo Lorenzo-Fernandez
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2010 às 10h58.
São Paulo - Está chegando ao mercado brasileiro o método de pesquisa criado pelo antropólogo canadense Robert Kozinets conhecido como Netnografia, uma evolução, por assim dizer, da etnografia, sistema usado há mais de um século por antropólogos no estudo de etnias.
Kozinets está abrindo no País, em sociedade com Bernardo Lorenzo-Fernandez e Débora Figueiredo, a Folks Netnográfica, consultoria de marketing especializada em estudos de comunidades online e demais mídias sociais, para propor recomendações de negócio. É o primeiro escritório da empresa fora do Canadá. Segundo Kozinets, o Brasil chamou a atenção pelo interesse popular nas mídias sociais, como Orkut, por exemplo, cuja penetração ultrapassa os 40 milhões de usuários.
Na expressão de Kozinets, "a Folks Netnográfica vai colocar os conhecimentos da antropologia, com todo o potencial desta ciência para ler e decifrar códigos culturais, a serviço de marcas, produtos e empresas. Um método que permite pesquisar as mídias sociais para gerar inovação às companhias", justificou o antropólogo. Ele acrescenta: "O novo método preconiza que os estudos sejam feitos a partir da imersão do pesquisador no universo dos pesquisados, em busca de análises qualitativas mais profundas e com isenção".
Para Kozinets, as mídias sociais "são ricas fontes de informação sobre os consumidores contemporâneos e seus comportamentos, pois os agrupam por afinidade, tema ou estilo, de forma natural e espontânea. Em outras palavras, é a melhor forma de conhecer o boca a boca de um negócio e do seu mercado. Estudados corretamente, estes agrupamentos permitem identificar tendências e oportunidades na criação e aperfeiçoamento de produtos ou serviços, bem como, facilitar a fidelização de clientes".
Os sócios brasileiros destacam que a Netnografia "ultrapassa os limites do modelo offline, pois permite ampliar a isenção e o universo estudado". Débora Figueiredo, que é doutora em antropologia pela PUC/Kellogg Business School, de Chicago, diz mais. "À medida que trabalhamos na rede mundial, já temos um universo muito maior a estudar do que o oferecido pelos grupos de pesquisa tradicionais. Usando só o Brasil como exemplo, hoje, há mais de 60 milhões de brasileiros na internet e mais 80% destes já pertencem a alguma rede social (dados do Ibope Mídia e Nielsen Online). Além disso, é um meio onde o pesquisador pode atuar no completo anonimato, sem invadir ou interferir nas manifestações coletadas".
"De nada vale estudar comunidades online se o tratamento dado à informação não for adequado. Trata-se de análise do significado, não de catalogação de conteúdo. Isso só pode ser feito por inteligência humana, não-artificial. A única metodologia que se dedica a interpretar por completo este material, inclusive decodificando linguagem e símbolos presentes nas respectivas manifestações, é a Netnografia", finalizou Lorenzo-Fernandez, ex-diretor de marketing da Shell, Brasil Telecom e Intelig.
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