Marketing

Facebook é acusado de fraudar venda de anúncios

Vídeo explodiu em popularidade ao fazer acusações graves ao sistema de compra de publicidade dentro da rede social de Mark Zuckerberg

Derek Muller: grande volume de fãs inativos empurraria para baixo o alcance do conteúdo publicado na página, já que os posts dependem de engajamento para serem exibidos para um número maior de fãs (Reprodução/YouTube)

Derek Muller: grande volume de fãs inativos empurraria para baixo o alcance do conteúdo publicado na página, já que os posts dependem de engajamento para serem exibidos para um número maior de fãs (Reprodução/YouTube)

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Da Redação

Publicado em 12 de fevereiro de 2014 às 09h21.

São Paulo - "Fraude do Facebook" é o nome de um vídeo que tem se espalhado como fogo na palha desde que foi publicado ontem, no YouTube. Ele é apresentado por Derek Muller, dono do canal Veritasium, plataforma com mais de 1 milhão de assinantes que publica vídeos educativos na internet. "Fraude do Facebook" explodiu em popularidade ao fazer acusações graves ao sistema de compra de publicidade dentro da rede social de Mark Zuckerberg. Muller sustenta que anunciar no Facebook é desperdício de dinheiro.

A tese do educador é que mesmo quando um usuário compra publicidade pela forma legítima oferecida pelo Facebook – gastando dinheiro para promover sua página –, muitos fãs adquiridos são falsos, não se interessam pela página e, pior, prejudicam o alcance de seu conteúdo até entre os verdadeiros fãs.

Muller usa como premissa o caso do jornalista Rory Cellan-Jones, famoso por ter conseguido milhares de fãs mesmo com uma página que oferecia um serviço falso. O caso expôs o problema do Facebook com curtidas falsas, e levou a empresa a tomar medidas. Cerca de 83 milhões de contas foram apagadas. Mas, segundo Muller, o problema persiste.

O educador fez um novo teste, e utilizou um cupom para comprar publicidade em sua própria página no Facebook. Ele viu a base de fãs do Veritasium saltar de 2 mil curtidas para 70 mil, em poucos meses. O problema, segundo Muller, é que ele não viu aumento no engajamento.

//www.youtube.com/embed/oVfHeWTKjag?feature=player_embedded


Ao pesquisar como as nacionalidades de fãs do Veritasium no Facebook se dividiam por volume e engajamento, Muller descobriu que a maior parte de sua base vinha de países em desenvolvimento, bases das chamadas "fazendas de curtidas falsas", como Egito e Filipinas, e que seu engajamento era menor que 1%.

Mais que não fazer diferença no engajamento, esse grande volume de fãs inativos empurraria para baixo o alcance do conteúdo publicado na página, já que os posts dependem de engajamento para serem exibidos para um número maior de fãs da página.

Ontem, o vídeo chegou ao primeiro lugar das notícias mais discutidas no fórum Hacker News, ponto de encontro na web para programadores e desenvolvedores do Vale do Silício. "É tudo verdade", diz o comentário mais popular no tópico de discussão.

Camila Fusco, chefe de comunicação do Facebook no Brasil, diz a INFO que a empresa "não concorda com absolutamente nada" do que aparece no vídeo. Ela lembra que o exemplo do jornalista da BBC usado no vídeo é de anos atrás, e que desde então as ferramentas do Facebook contra perfis falsos continuaram sendo melhoradas. Volume de trocas de mensagem privadas, por exemplo, é um dos fatores que contam nessa validação.

Ainda em resposta ao vídeo de Muller, o Facebook publicou um comunicado:

Curtidas falsas não nos ajudam. Nesses dois últimos anos estivemos empenhados em mostrar que os anúncios na nossa plataforma geram resultados e, inclusive, atualizamos os formatos para cada vez mais contribuir com os objetivos de negócios dos nossos clientes. Alcançar resultados reais não seria possível com curtidas falsas. Além disso, estamos constantemente melhorando o nosso sistema de monitoramento para remover eventuais curtidas que não sejam reais.

A questão do baixo engajamento que Muller encontrou em sua página do Verisatium, porém, continua sem resposta.

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