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Dove Men+Care: campanha valoriza homem ao pôr em xeque a figura do macho

Dove Men + Care lança a campanha "Se importe menos, se cuide mais" para discutir como a masculinidade afeta a saúde e cuidados pessoais dos homens na América Latina

Dove Men+Care propõe discussões sobre masculinidade e a relação dos homens com os cuidados pessoais (Dove Men+Care/Divulgação)

Marina Filippe

Publicado em 5 de julho de 2021 às 07h00.

Com o intuito de questionar os estereótipos tradicionais de masculinidade enraizados na sociedade, a marca Dove Men + Care lança a campanha Se importe menos, se cuide mais. As ações de comunicação e conteúdo visam inspirar homens em uma jornada de transformação do cuidado com eles mesmos e com os outros.

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Os filmes com o posicionamento da marca mostram homens reais, em várias cenas do cotidiano, trazendo o questionamento do que os torna “mais” ou “menos” homens, propondo reflexões que vão da autoconfiança à masculinidade tóxica.

A campanha foi criada pela agência GUT, por uma equipe 100% brasileira, para ser mais precisa sobre as percepções e particularidades do homem brasileiro e de sua cultura.

"A campanha e assinatura foi desenvolvida especificamente para o Brasil e, sem surpresa, descobrimos que também ressoava para os demais países da américa latina, já que a cultura do homem macho ainda é bastante presente em toda a região", dizCamila Garbin, Gerente de Marketing da Dove Men+ Care.

Segundo dados do Euromonitor para 2020, os homens gastaram R$ 10,4 bilhões em produtos de higiene pessoal masculinos, excluindo fragrâncias. A América Latina é a segunda região do planeta com maior receita nessa área.

“Ainda existe uma grande barreira cultural, mas sim, os homens brasileiros estão cada vez mais interessados ​​em cuidados pessoais. Queremos normalizar a relação entre cuidado e masculinidade", diz Garbin.

Segundo a executiva, a campanha quer estimular o questionamento de determinados padrões, além de ajudar os homens a ampliarem suas relações com o cuidado em todos os sentidos. “Vivemos em um contexto sócio-político que continua a reforçar estereótipos masculinos ultrapassados. Crescemos com a visão de que o homem não chora, não pode expressar sentimentos e nem cuidar da aparência. Quando os homens se libertam desses padrões limitantes, a sociedade ganha como um todo ”, destaca.

Ela lembra ainda um dado bem atual, que ajuda a ilustrar: os homens usam menos máscara de proteção que as mulheres, comprovado por pesquisas no Brasil e no mundo. "Então você pode ver o impacto que isso traz não só para o próprio homem que não se cuida, mas também para os que estão ao seu redor".

O comportamento masculino

Os padrões se refletem na relação dos homens com sua aparência e cuidados pessoais. Mais de 50% da população masculina prefere provocar ou até não comentar quando os amigos mudam de aparência, segundo dados da Pesquisa de opinião Google, de abril de 2018. Além disso, o estudo mostra que 49% deles só discutem cuidados pessoais e trocam dicas de produtos quando são questionados.

Os impactos também se estendem à preocupação dos homens com questões de saúde. O estudo Um novo olhar para a saúde do homem, aponta que quase 40% dos homens com até 39 anos só vão ao médico quando se sentem mal.

Segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a proporção de mulheres que consultaram pelo menos um médico em 2019 era superior à dos homens (82% a 69%), mas o que chama a atenção é a motivação: a cada dez homens que estavam em um consultório, sete disseram que só o faziam por insistência das mulheres.

Esse é um dos fatores pelos quais em diversos países, inclusive no Brasil, a expectativa de vida dos homens é inferior à das mulheres. Segundo dados do IBGE de 2020, a população masculina brasileira vive sete anos a menos (73,1 x 80,1). Além disso, os homens foram responsáveis ​​por 76% dos suicídios no Brasil no ano passado, segundo relatório da OMS.

Ao criar uma campanha que pretende normalizar que o cuidado é para todos, a marca procura ter um impacto positivo na saúde e no bem-estar dos homens e de todo seu entorno.

"Esperamos colocar esse questionamento na cabeça dos homens, essa pulga atrás da orelha, que cuidar de si mesmo não faz diferença para homem nenhum, exceto você mesmo", afirma Garbin.

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