Campanha da Avon causa impacto negativo na web
Flme já tem mais de 470 mil visualizações no YouTube e uma maioria de comentários negativos
Da Redação
Publicado em 14 de abril de 2014 às 11h55.
São Paulo - A linha entre a ousadia e a polêmica é sempre tênue. Na era da velocidade e do poder de compartilhamento das redes sociais, qualquer fagulha pode gerar um incêndio de proporções maiores para as marcas na web.
Para a propaganda, ao mesmo tempo em que a internet potencializa a audiência, o feedback positivo ou negativo é algo praticamente instantâneo e exige muito mais de todos os profissionais envolvidos com a comunicação da marca.
Desta vez, é um filme da Avon no YouTube, criado pela JWT, que está no centro das discussões sobre a abordagem criativa da propaganda.
O vídeo quilinhos, da campanha #megapracima, que promove o produto Mega Cílios, mostra os dilemas de uma mulher que conversa com a sua própria imagem no espelho e reclama por que comeu o último brigadeiro da festa e acordou parecendo um balão de gás hélio, entre outros autoinsultos.
O filme usa o cotidiano e o questionamento pessoal para explorar o conceito de que assim como o próprio ato de passar a máscara, de baixo para cima, as mulheres também podem dar uma virada em situações menos favoráveis do seu dia a dia.
O público não entendeu dessa maneira e o filme já tem mais de 470 mil visualizações no YouTube e uma maioria de comentários negativos.
*Atualização: Confira o posicionamento da Avon abaixo, na íntegra:
"Em relação ao vídeo Quilinhos", veiculado pela Avon nas redes sociais, gostaríamos de esclarecer que nossa real intenção foi celebrar a confiança e a autoestima da mulher. Devido ao retorno que temos recebido por parte do público, analisamos o material novamente e entendemos que a mensagem pode ter sido mal interpretada. Lamentamos o desconforto gerado e reafirmamos nosso compromisso com o empoderamento das mulheres. A Avon é a empresa voltada para as mulheres. Por mais de 125 anos, tem oferecido às mulheres a oportunidade de ser economicamente independente e é o maior apoiador corporativo do mundo de causas que beneficiam diretamente as mulheres, especificamente o combate ao câncer de mama e à violência doméstica."
Confira o filme:
//www.youtube.com/embed/W5Lkqbcuobg
O resultado: A fotografia mais criticada, com aparente distorção dos ombros e pescoço da artista, ultrapassou os 5 mil compartilhamentos. Em comunicado, a marca negou exagero no tratamento: “Esclarecemos que a foto em questão explora um ângulo que causa a impressão de uso excessivo de recursos de edição de imagem, o que não foi feito. (...) Lamentamos a repercussão negativa”.
O resultado: O post foi apagado pela empresa, que, na sequência, postou um pedido de desculpas. "Nós amamos nossos fãs", dizia o conteúdo, que ressaltou ainda a busca pelo responsável pela postagem mal educada. A empresa não confirmou a origem do deslize.
O resultado: Com a má recepção, a marca voltou atrás e postou duas mensagens de retratação, classificando a promoção como desagradável. "Gostaríamos de pedir desculpas sinceras pelo nosso desagradável tuíte ontem. Aceitamos total responsabilidade por qualquer ofensa que tenhamos causado", afirmou a empresa em um dos posts.
O resultado: "Como é trabalhar com cartéis de drogas mexicanos? Eles dão gorjeta?”; “Posso ter a minha casa de volta”e "Você já aceitou Jesus Cristo como seu salvador pessoal?" foram algumas das perguntas enviadas antes que o perfil oficial empresa anunciasse: “A rodada de Perguntas & Respostas de amanhã foi cancelada. Má ideia. Voltamos à prancheta de desenho”.
O resultado: A recepção dos internautas não foi amistosa e o post foi rapidamente retirado do ar. A Danone tentou se redimir com uma mensagem na própria fanpage: “Pedimos desculpas a todos que se sentiram ofendidos com um post equivocado publicado hoje aqui na página da marca”, afirmou.
O resultado: O Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária) recebeu 100 notificações contra o ensaio em menos de três dias. A marca publicou uma nota de esclarecimento no Facebook pedindo desculpas por ter causado "desconforto". O Conar recomendou suspensão da campanha, que gerou ainda advertência ao anunciante.
O resultado: O flagra não se encontra mais no perfil oficial do apresentador no Instagram. Nem ele nem sua contratante posicionaram-se oficialmente sobre o ocorrido.
O resultado: O engano foi desfeito nos comentários do mesmo post, mas já era tarde demais. Nascia um viral, e a empresa teve de conviver com piadas sobre seu hábito de trocar os pés pelas mãos.
O resultado: O contrato de três anos da tenista continua ileso, mas sua manobra para fazer a postagem - escrevendo com o celular escondido dentro da bolsa, ainda na quadra - gerou repercussão negativa para a anunciante.