Campanha choca para mostrar problema dos plásticos nos oceanos
Cartazes de ONG alertam para contaminação da vida marinha pelo descarte de plástico nos oceanos
Guilherme Dearo
Publicado em 20 de março de 2019 às 08h00.
Última atualização em 20 de março de 2019 às 08h25.
São Paulo - Três notícias recentes envolvendo as questões "oceanos" e "plásticos" chamaram a atenção para um problema assustador. Primeiro, um estudo divulgado durante o Fórum Econômico Mundial em Davos desse ano previu que, em 2050, o oceano terá mais plástico que peixes. E que 99% das aves que consomem animais marinhos também terão plástico em seus estômagos.
Depois, um artigo publicado na revista Royal Society Open Science mostrou resultados de uma pesquisa que encontrou resíduos plásticos em pontos extremamente profundos do oceano,mostrando que a contaminação se alastrou completamente pelo ecossistema, não ficando restrita às baías e superfícies. Os cientistas encontraram plásticos em "pulgas do mar", que vivem a milhares de metros abaixo da superfície. Esses pequenos organismos são ingeridos por predadores maiores, gerando uma contaminação em toda a cadeia alimentar.
Finalmente, nessa semana, uma baleia morta encalhada numa praia nas Filipinas foi examinada postumamente por pesquisadores de uma ONG. Eles encontraram cerca de 40 quilos de plástico em seu estômago. Entre o lixo, 16 sacos de arroz. Não dá para saber se essa foi exatamente a causa da morte, mas certamente tamanha contaminação em seu estômago não fazia bem.
Esses três fatos preocupantes remetem à mais nova campanha da entidade Sea Shepherd, ONG focada na conservação da vida marinha. As peças divulgadas pela organização chocam para atrair a atenção para o problema do lixo plástico nos oceanos. As imagens mostram animais marinhos sufocando com uma simples sacola de supermercado, em desespero e agonia.
O texto dos cartazes diz "O plástico que você usa uma vez tortura os oceanos para sempre". Fato. Se uma sacola plástica jogada indevidamente no mar foi usada apenas por alguns minutos por um consumidor, ela ficará pelo menos uma centena de anos "viva" nas águas, prejudicando muitas espécies marinhas. Tartarugas marinhas, por exemplo, muitas vezes confundem as sacolas com águas-vivas, essas sim seus alimentos naturais. O engano é fatal.
A campanha foi criada pelas agências Tribal Worldwide São Paulo e pela DDB da Guatemala.
Veja as imagens da campanha: