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10 respostas sobre venda de naming rights do estádio do Corinthians

O que são naming rights? Por que Neo Química Arena? O valor é baixo? Respondemos algumas das principais dúvidas em relação ao negócio

Neo Química Arena foi o nome escolhido pela Hypera Pharma para o estádio corintiano (Corinthians/Divulgação)
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Rodrigo Loureiro

Publicado em 1 de setembro de 2020 às 21h25.

Última atualização em 1 de setembro de 2020 às 22h14.

Depois de anos de espera, o Corinthians anunciou na madrugada desta terça-feira, 1º, data em que se comemora seu aniversário, a venda dos chamados naming rights do estádio. A casa corintiana, na zona leste de São Paulo, agora será patrocinada pela farmacêutica Hypera Pharma e passa a se chamar Neo Química Arena, uma de suas subsidiárias. Abaixo, solucionamos algumas das principais dúvidas em relação ao negócio.

O que sãonaming rights?

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O termo em inglês refere-se ao direito de dar nome a algo. É um ativo de marketing bastante popular no mercado mundial, mas que ainda engatinha no esporte brasileiro. Por aqui, os maiores exemplos de uso dessa estratégia são o estádio do Palmeiras, chamado de Allianz Parque em referência à seguradora alemã, e o futuro estádio do Atlético Mineiro, que será chamado inicialmente de Arena MRV por causa da construtora de Minas Gerais.

Como será o contrato?

De acordo com o que foi divulgado pelo Corinthians e pela Hypera Pharma, a cessão dos naming rights da Arena, que passa se chamar Neo Química, custará 300 milhões de reais. A companhia poderá explorar o nome do estádio durante um período de 20 anos.

Há outros benefícios para o patrocinador além de batizar o estádio?

Sim, mas depende do contrato firmado entre a empresa que quer dar o nome e a companhia que detém a propriedade do estádio. É possível que seja negociada a cessão do espaço para a realização de eventos, por exemplo. No caso do Corinthians, espera-se que a Neo Química Arena abrigue uma farmácia dentro de sua propriedade.

Quem são a Hypera Pharma e a Neo Química?

A Hypera Pharma foi fundada em 2001 por João Alves de Queiroz Filho como Hypermarcas, dona de uma série de marcas de alimentos e remédios. Em 2017, passou por uma reestruturação e ficou só com o negócio farmacêutico, adotando o nome atual. A companhia detém os direitos de marcas de remédios como Biotônico Fontoura, Doralgina, Epocler e Merthiolate. A farmacêutica Neo Química foi criada em 1959, no Rio de Janeiro, e adquirida pela Hypera em 2009. Em 2010, foi a principal patrocinadora do uniforme do Corinthians, estampando o peito e as costas da camisa. No mesmo ano, patrocinou também o Criciúma Esporte Clube e o Ceará Sporting Club. Em 2011, passou a patrocinar o Santa Cruz Futebol Clube e Club Sportivo Sergipe.

A Hypera era a única interessada na Arena Corinthians?

Pelo Twitter, Andrés Sanchez, presidente do Corinthians, informou que diversas empresas estavam negociando com o clube para adquirir os naming rights. As principais companhias que entraram na especulação foram a fabricante de eletroeletrônicos coreana Samsung, o Magazine Luiza, a varejista americana Amazon e a companhia aérea Emirates, dos Emirados Árabes Unidos.

Por que Neo Química Arena e não Hypera Arena?

A companhia entende que fortalecer a marca da Neo Química pode ser mais interessante do ponto de vista de negócio do que utilizar o nome Hypera no estádio corintiano. A Neo Química tem um grande portfólio de remédios genéricos e que não precisam de receita médica.

O valor pago pelosnaming rightsé alto ou baixo?

O Corinthians havia anunciado em diferentes ocasiões que planejava faturar 400 milhões de reais com a venda dos direitos de dar nome ao seu estádio. O valor efetivamente acertado, assim, é menor do que o previsto inicialmente. Entretanto, é preciso considerar o cenário econômico atual, bem diferente do vivido no início da década, quando a casa corintiana começou a ser construída.

O montante será pago à vista?

Não. O valor será dividido em parcelas iguais ao longo de 20 anos. Desta forma, o Corinthians receberá algo em torno de 15 milhões de reais por ano, corrigidos pelo IGP-M. Por contrato, todo o dinheiro será destinado a um fundo utilizado para o pagamento da dívida do clube com a Caixa Econômica Federal, que financiou a construção do estádio.

Então o estádio está pago?

Não. O montante devido pelo Corinthians para a Caixa é superior ao obtido com a venda dos naming rights e gira em torno de 540 milhões de reais. Há ainda uma dívida com a construtora Odebrecht.

Acompanhe tudo sobre:CorinthiansHypera Pharma (Hypermarcas)

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