Mercado de locação residencial no Brasil está em plena transformação e crescimento, movido pela demanda reprimida e pela busca por soluções habitacionais flexíveis e acessíveis. (FluxFactory/Getty Images)
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Publicado em 11 de junho de 2024 às 15h00.
Nos Estados Unidos, o mercado de multifamily é um segmento consolidado e atrativo para investidores, caracterizado pela propriedade de ativos inteiros destinados à locação residencial, usualmente geridos por grandes corporações. Este modelo oferece uma gestão profissionalizada e padronizada, proporcionando uma experiência de moradia uniforme e de qualidade aos inquilinos.
Devido a algumas mudanças estruturais na economia e amadurecimento do mercado imobiliário brasileiro, essa modalidade de projeto imobiliário começa a se destacar como um novo terreno fértil para investimentos, atraindo gigantes internacionais do setor imobiliário.
Recentemente, empresas como a Greystar, líder global em gestão de propriedades multifamily, anunciaram sua entrada no mercado brasileiro, reforçando a tendência de profissionalização da locação residencial no país. A chegada dessas empresas traz não apenas capital, mas também expertise e uma nova visão para o setor, oferecendo soluções inovadoras que prometem transformar o mercado.
Mas, por que o aluguel residencial está se tornando a bola da vez no Brasil? Um dos fatores primordiais é o descolamento entre os preços dos imóveis de primeira moradia e a capacidade financeira dos potenciais compradores. Com a inflação imobiliária superando a renda média dos brasileiros, impossibilitando muitas vezes a aprovação de um financiamento bancário, a locação se apresenta como uma alternativa viável e atrativa.
Ainda, a locação oferece flexibilidade e menor comprometimento financeiro, além de permitir que os inquilinos vivam em regiões centrais e bem localizadas, muitas vezes inacessíveis para compra.
Essa tendência não é exclusividade brasileira. Países como Alemanha, Japão e Estados Unidos há anos adotaram a locação residencial como uma opção preferencial. Em Berlim, por exemplo, cerca de 80% da população vive de aluguel. No Japão, os arranha-céus residenciais são predominantemente locados. Nos EUA, o modelo multifamily continua a se expandir, mostrando-se resiliente mesmo em tempos de crise econômica.
Para investidores imobiliários menores, a entrada nesse nicho pode parecer desafiadora, mas não é impossível. A primeira etapa é o entendimento profundo do mercado e das necessidades dos inquilinos. Investir em imóveis bem localizados e oferecer uma gestão eficiente são passos essenciais. Participar de fundos de investimento imobiliário (FIIs) focados em locação residencial também é uma maneira de entrar nesse mercado com menor capital inicial e riscos diluídos.
Além da receita direta com a locação, investidores podem vislumbrar outros ganhos, como: a valorização do imóvel ao longo do tempo, a possibilidade de aumento real periódico dos aluguéis, a diluição do risco do seu portfólio particular pela diversificação de investimentos.
Além de tudo isso, é possível gerar diversas receitas acessórias dentro do próprio empreendimento através da implementação de serviços adicionais, como: lavanderias compartilhadas, academias, espaços de coworking, depósitos extras, vagas de garagem e carros disponíveis para locação pontual ou permanente.
Algumas pesquisas mostram que essas ofertas extras podem adicionar mais de 20% em receita adicional ao aluguel, melhorando ainda mais a rentabilidade dos empreendimentos.
Em suma, o mercado de locação residencial no Brasil está em plena transformação e crescimento, movido pela demanda reprimida e pela busca por soluções habitacionais flexíveis e acessíveis. Para investidores, grandes ou pequenos, o momento é oportuno para explorar esse nicho, trazendo inovação e qualidade ao setor imobiliário brasileiro.
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