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Petróleo deve subir ainda mais no curto prazo, aponta EXAME Gavekal

Aumento das cotações vai favorecer negócios de empresas do setor, embora haja riscos no horizonte, segundo relatório da parceria da EXAME Invest Pro com a Gavekal Research

Depois de um ano difícil em 2020, mercado de petróleo volta a ficar aquecido com retomada da demanda global (Christian Hartmann/Reuters)

Depois de um ano difícil em 2020, mercado de petróleo volta a ficar aquecido com retomada da demanda global (Christian Hartmann/Reuters)

Há duas semanas, a cotação do barril de petróleo Brent fechou acima de 60 dólares o barril pela primeira vez após pouco mais de um ano. A recuperação das cotações ocorre com o otimismo do mercado sustentado pelos estímulos econômicos dos Estados Unidos e o avanço da vacinação contra o coronavírus (covid-19) no mundo.

De acordo com o novo relatório da EXAME Gavekal Research, as expectativas são altas para a recuperação de preço do petróleo no curto prazo.

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“Isso é uma excelente notícia para os produtores do cartel Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo mais 10 grandes produtores) até certo ponto. No momento, todos estão saboreando os frutos das restrições na produção que introduziram no ano passado, mas, à medida que os preços sobem, a equação para membros da Opep+ se torna mais complicada”, disse Tom Holland, colunista especialista em negócios, finanças e commodities da Gavekal Research.

A previsão feita pela Gavekal é que a demanda por petróleo deverá crescer em alguns milhões de barris por dia até o fim do ano em relação à marca anterior, que precede a pandemia do novo coronavírus.

"Primeiro, consideremos o panorama da demanda. À medida que as economias se acostumaram a operar em condições de pandemia, a demanda aumentou fortemente desde o declínio na última primavera. Agora, com as economias desenvolvidas em vias de retornar a algo próximo à normalidade em 2021, a demanda por petróleo deve se fortalecer ainda mais", disse Holland.

Mesmo que todos os produtores tenham se beneficiado das restrições impostas no ano passado -- após a guerra dos preços desencadeada pela ruptura no diálogo entre a Opep e a Rússia sobre os cortes de produção de petróleo propostos no começo da pandemia --, conforme sobem os preços, aumenta o incentivo para membros individuais da organização produzirem em excesso com o objetivo de maximizar suas receitas.

A Opep é uma organização internacional que inclui treze países, que representam aproximadamente 80% das reservas de petróleo do mundo. A organização surgiu com o intuito de não deixar que as grandes empresas do setor o dominassem facilmente o ramo, explorando recursos naturais de países que possuíam reservas grandes de petróleo.

Há poucos anos, uma aliança informal com outros dez países produtores, entre os quais a Rússia, foi formada, o que deu origem à Opep+.

Sanções dos EUA sobre exportações de petróleo do Irã

Embora os países tenham respeitado as restrições atuais, a Rússia segue bombeando acima de sua cota e isso coloca pressão sobre o cartel. A superprodução pode ser uma estratégia quando se é o único a fazê-la. Caso todo mundo fizesse isso, o cartel desmoronaria.

Os membros da Opep+ também possuem outros imbróglios adicionais, segundo a Gavekal Research. Um deles é que há a possibilidade de que o petróleo iraniano possa retornar ao mercado significativamente se o novo governo dos EUA relaxar as sanções impostas por Donald Trump sobre as exportações de petróleo do país do Oriente Médio.

Nos últimos anos, as sanções de Trump mantiveram cerca de 1,5 milhão de barris por dia iranianos fora dos mercados globais.

"Se esse petróleo voltasse, é provável que a Arábia Saudita aumentasse sua própria produção em vez de perder participação de mercado para seu adversário geopolítico, reduzindo os preços. Por enquanto, entretanto, está claro que o novo governo dos EUA não tem pressa em relaxar as sanções de seu antecessor", destacou Holland.

EXAMINANDO: Entenda a Guerra do Petróleo

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