Vale (VALE3) e CSN (CSNA3): por que Itaú está otimista com resultados do terceiro trimestre?
Para os analistas do banco, as companhias serão as únicas do setor que irão reportar resultados mais fortes
Repórter de Invest
Publicado em 5 de outubro de 2023 às 15h18.
Última atualização em 5 de outubro de 2023 às 15h23.
Os resultados do terceiro trimestre para a Vale (VALE3) e para a CSN (CSNA3) serão positivos. Ao menos é isso que os analistas do Itaú BBA projetam. Em contrapartida, a Gerdau (GGBR4) deve reportar números mais fracos, enquanto a Usiminas (USMI5) pode ficar no negativo.
Segundo Daniel Sasson e a equipe de analistas que assinam o relatório divulgado nesta quinta, 5, tanto a Vale quanto a CSN devem se beneficiar dos preços mais elevados do minério de ferrojunto de uma melhor sazonalidade. “Provavelmente serão as únicas empresas em nossa cobertura a reportar resultados sequencialmente mais fortes”, apontam.
VALE3: maiores volumes e preços compensam custos elevados
Ainda no documento, o banco destaca que a Vale deve reportar uma melhora sequencial nos resultados do 3T23, ajudada pelo desempenho mais forte na divisão de ferrosos, compensando os resultados mais fracos no segmento de metais básicos. É projetado um Ebitda consolidado de US$ 4,6 bilhões — alta de 10% em relação ao trimestre anterior e de 14% no comparativo anual.
“Estimamos um crescimento sequencial no EBITDA da divisão de ferrosos, com a alta do volume e dos preços realizados que compensaram os custos elevados. Nossa projeção aponta para um incremento de 81 milhões de toneladas, ajudada pela melhor sazonalidade”, explicam. Segundo eles, o preço por tonelada deve estar US$ 6 mais elevado em relação ao 2T23, para US$ 105, devido aos preços a curto prazo mais elevados e ao impacto positivo dos mecanismos de precificação.
CSNA3: resultados impulsionados pela divisão de minério
Os preços mais elevados do minério de ferro vão impulsionar os resultados do terceiro semestre da CSN, junto aos maiores volumes. Segundo os analistas, é justamente essa divisão da companhia que irá garantir resultados sólidos, com uma alta de 14% no Ebitda em relação ao trimestre anterior — totalizando R$ 2,6 bilhões.
A siderurgia, por outro lado, deve apresentar um declínio de 52% no indicador, devido aos preços mais baixos de aço que foram praticados no período. “Espera-se que os resultados dos demais negócios da CSN apresentem uma melhoria sequencial, ajudados por resultados mais sólidos na divisão de cimento”, salienta o banco.
GGBR4 e USIM5: resultados fracos (e negativos)
Segundo os analistas do BBA, a Usiminas será o destaque desta temporada de resultados, mas não de uma forma positiva. A companhia deve reportar um Ebitda negativo, prejudicado pelo fraco desempenho da divisão de aço durante o período de transição da manutenção da Alto-Forno 3 (BF3).
“Projetamos um Ebitda negativo de R$ 92 milhões, uma queda de 458 milhões no trimestre, principalmente pelos preços mais baixos e custos ainda elevados”, dizem os analistas. Eles apontam ainda que a divisão de mineração também deve cair em relação ao trimestre anterior, afetada por baixos volumes.
Outra companhia que terá resultados fracos é a Gerdau, que apresenta tendências de enfraquecimento em todas as suas divisões. A estimativa é de que o Ebitda recue 17% no comparativo trimestral, devido a resultados fracos em todos os setores. “A operação da América do Norte provavelmente será afetada pelos preços mais baixos de aço, enquanto os resultados no Brasil devem mostrar uma contração por conta da redução dos preços e volumes do aço doméstico.”