‘Imposto das blusinhas’ pode virar lei; o jogo muda para o investidor?
Para analista da Empiricus Research existem duas características que uma varejista precisa ter para valer a pena investir, e elas não tem a ver com o “imposto das blusinhas"
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Publicado em 13 de junho de 2024 às 10h00.
Depois de muito vai e vem, o “imposto das blusinhas” finalmente está caminhando para se tornar lei. Na última quarta-feira (05) a taxa recebeu uma aprovação simbólica do Senado, após quase ser retirada do projeto.
Na semana passada a Câmara também havia aprovado o projeto que institui a cobrança da alíquota de 20% sobre as compras internacionais de até US$ 50 (R$ 264,00 na cotação do dia 06/06).
O tema vinha sendo discutido desde abril de 2023, tanto pela necessidade de o governo aumentar a arrecadação quanto para proteger a indústria nacional e impedir as empresas estrangeiras de burlarem as regras de importação para não pagar imposto.
Na época foi identificado que as varejistas chinesas enviam pedidos como pessoas físicas para os consumidores no Brasil e assim deixavam de pagar o imposto devido.
Contudo, a proposta de taxar as compras nas varejistas chinesas, como Shein e Shopee, não foi bem recebida pela população, o que fez o governo voltar atrás.
Como alternativa, a Receita Federal criou em agosto de 2023 o programa Remessa Conforme para que empresas estrangeiras pudessem enviar pedidos para os consumidores pagando apenas a alíquota de 17% do ICMS.
Apesar da impopularidade, a taxação voltou a ganhar força nos últimos meses. Agora, a aprovação do “imposto das blusinhas” só depende da aprovação do presidente Lula.
E embora esse seja um passo bem importante, Larissa Quaresma, analista da Empiricus Research, avalia que a medida deverá ser aprovada.
Segundo Quaresma, a cobrança de imposto de 20% sobre as compras de até US$ 50 nas plataformas internacionais beneficia “na margem as varejistas nacionais, principalmente as de eletrônicos e de vestuário que atendem da classe B- para baixo”.
Prova disso é que na quarta-feira (05) em que a taxa foi aprovada no Senado, as ações de algumas varejistas fecharam em alta.
Os papéis da Magazine Luiza ( MGLU3 ) subiram 4,64% e a varejista de moda C&A ( CEAB3 ) também reagiu positivamente, com alta de 6,70%.
Diante da mudança, muitos investidores podem se perguntar se vale a pena incluir ações do varejo na carteira .
O jogo continua igual para o investidor, apesar do ‘imposto das blusinhas’
Larissa Quaresma explicou que o “imposto das blusinhas” é positivo para algumas varejistas brasileiras. Afinal, boa parte das compras feitas nas plataformas chinesas estão abaixo dos US$ 50.
Assim, a analista acredita que a alíquota de 20% sobre essas compras pode ter um “efeito psicológico” no consumidor. Na visão de Quaresma, agora além de ter que esperar um pouco mais para receber os produtos, os compradores vão pensar duas vezes para decidir se realmente vale a pena pagar o imposto.
Vale lembrar que, além da taxa proposta pelo projeto de lei, os consumidores já pagam 17% de ICMS. Caso o “imposto das blusinhas” seja realmente sancionado, a varejista chinesa Shein estima que a carga tributária das compras na plataforma passará a ser de 44,5%. Isto é, mais que o dobro de tributos.
Nesse sentido, a analista aponta que a taxa pode ser uma barreira para as compras internacionais e uma vantagem para as varejistas brasileiras. No entanto, ela não acredita em uma “mudança de jogo” signficativa para essas empresas.
A analista explica que, se a varejista está dependendo exclusivamente da medida do governo para sobreviver, é porque trata-se de um negócio que não se sustenta. E essas companhias precisam repensar o negócio.
“A competição dos importados é real e ela não vai deixar de acontecer por causa da taxação. A invasão dos produtos chineses é uma realidade no mundo inteiro, não só no Brasil. Então, esse é um novo cenário competitivo ao qual as empresas precisam se adaptar mesmo com a taxação. ” , destacou Larissa Quaresma.
Ou seja, para o investidor que deseja ter ações de varejo na carteira, o “imposto das blusinhas” não é “gatilho” suficiente para sair comprando qualquer papel do setor.
Por outro lado, a analista aponta que é possível investir no varejo, desde que o investidor não abra mão de algumas características ao selecionar ações desse setor.
Ações do varejo: como escolher para a sua carteira
Segundo Larissa, existem duas características que o investidor deve buscar ao selecionar ações do varejo para investir:
- Empresas de alta qualidade; e
- Que tem motores próprios de geração de valor.
Ou seja, companhias que dependem menos do cenário macroeconômico, da taxa atual de juros e da taxação das compras internacionais para continuar crescendo.
Nesse contexto, Larissa aponta que há duas empresas do setor de varejo que vale a pena investir agora. Essas companhias, inclusive, foram recomendadas na carteira com as 10 melhores ações para junho.
Trata-se de empresas pouco alavancadas (baixo endividamento) e com histórico de resultados resilientes em diferentes momentos da economia.
Diferentemente das varejistas mais populares como Magazine Luiza, Casas Bahia, Marisa e Lojas Renner, essas empresas não dependem do “imposto das blusinhas” para performar bem.
Elas são classificadas como ações do varejo “classe A”. Em geral atendem o público de alta renda e, por isso, conseguem manter uma rentabilidade maior mesmo em períodos difíceis. Além disso, estão sempre à frente de seus pares.
Por esse motivo, os analistas da Empiricus Research recomendaram as 2 varejistas “classe A” na carteira de 10 ações para comprar em junho.
São empresas de alta qualidade e com valuation atrativo, ou seja, estão com desconto em relação ao seu preço justo.
Por outro lado, ainda são ações de um setor que costuma ser mais afetado pelo ciclo de juros, que passa por um momento de incerteza. Assim, as duas varejistas recomendadas representam, juntas, apenas 15% da carteira.
Ou seja, elas estão ali para dar uma “apimentada” no portfólio que contém outras 8 ações de diferentes setores para diversificar a carteira e oferecer potencial de retorno e proteção.
A boa notícia é que você pode conhecer as varejistas recomendadas e as outras oito ações que compõem a carteira de forma 100% gratuita.
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*Esse conteúdo é apresentado por Empiricus.