Recompra de ações é bom sinal para investidor
Programas se tornam mais comuns em épocas de grandes perdas e em geral indicam ações descontadas
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 10h09.
São Paulo – Em tempos de grandes perdas nas bolsas, programas de recompra de ações pelas empresas abertas se tornam mais comuns. Para os acionistas, sinal de que as perdas podem ser minimizadas ou até estancadas; para os não acionistas, indício de que ali pode haver uma boa oportunidade de compra.
Após um ano ainda marcado pelos ecos da crise de 2008 e um início de agosto traumático para o mercado financeiro, o Ibovespa acumula queda de 22% no ano e algumas ações chegam a acumular perdas de mais de 40%. Especialistas não cansam de dizer que, nesse contexto, muitas empresas estão descontadas, ainda que apresentem fundamentos sólidos. E algumas delas não só concordam como desejam explicitar isso aos acionistas e ainda lucrar.
“Quando uma empresa recompra seus próprios papéis significa que ela está barata”, afirma o consultor financeiro Mauro Calil. Empresas recompram suas ações quando acreditam que elas estão subprecificadas e, portanto, vislumbram possibilidade de auferir lucros no médio e no longo prazo com a venda desses papéis lá na frente.
Também é uma maneira de demonstrarem confiança no próprio negócio, além de uma sólida saúde financeira – geralmente essas empresas têm um bom dinheiro em caixa, bom sinal em tempos de crise. Em tese, se apenas a empresa detém todas as informações sobre si, ninguém melhor que ela mesma para saber sobre suas possibilidades de lucro e capacidades de enfrentar tempos turbulentos.
Maior participação dos acionistas
Nos últimos três meses, mais de 20 empresas, como Gol, Hypermarcas e Cyrela já anunciaram programas de recompra de suas ações com a finalidade explícita de “maximizar a geração de valor para os acionistas”, por meio de sua “manutenção em tesouraria para posterior alienação ou cancelamento”.
Ao retirar ações do mercado, automaticamente a empresa aumenta a participação de cada acionista e pode pelo menos minimizar as eventuais quedas que seus papéis venham sofrendo. Se os fundamentos forem realmente sólidos, a recuperação dos preços no futuro possibilitará à companhia revender essas ações com lucro. Caso deseje, a empresa pode também simplesmente cancelá-las, o que aumenta o valor dos dividendos pagos a cada acionista.
Para quem já é acionista e acredita na empresa em que investe, um programa de recompra de ações representa algum alívio, desde que a intenção não seja lucrar no curto prazo. Para quem não é acionista de uma empresa que iniciou um programa desse tipo, o período de recompra pode representar uma boa época para comprar. “Compre quando a empresa estiver comprando e venda quando estiver vendendo”, diz Mauro Calil.
É claro que apenas o início um programa de recompra de ações não é informação suficiente para saber se investir naquela empresa vale a pena. É preciso observar os fundamentos e também a finalidade da recompra. Pode ser que a intenção da companhia seja simplesmente fechar o capital ou utilizar os papéis num programa de bonificação de executivos com opções de compra.
Também é importante lembrar que não só empresas cujas ações estão em queda lançam mão desse tipo de programa. A opção por essa estratégia depende de como a empresa se vê naquele momento e em relação ao futuro. Mesmo após um período de alta, portanto, o programa pode se justificar.
Veja a seguir os programas de recompra de ações iniciados em agosto – mês que registrou maior quantidade de programas em 2011 -, cujos objetivos foram gerar valor para os acionistas e gerar ganhos futuros para a empresa:
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Empresa | Ação | Valorização no ano* | Início da recompra | Total recomprado | Prazo |
---|---|---|---|---|---|
Rossi | RSID3 | -23,33% | 22/08 | 4,7% | 365 dias |
Localiza | RENT3 | -7,62% | 22/08 | 4,1% | 365 dias |
Indústrias Romi | ROMI3 | -56,48% | 22/08 | 7,6% | 180 dias |
Saraiva | SLED4 | -46,13% | 18/08 | 0,8% | 90 dias |
Telesp | TLPP3 | 18,73% | 15/08 | 10% | Até 20/08 |
Hypermarcas | HYPE3 | -42,19% | 14/08 | 9,5% | 180 dias |
Direcional Engenharia | DIRR3 | -30% | 12/08 | 5,6% | 60 dias |
Gol | GOLL4 | -57,25% | 12/08 | 10% | 365 dias |
Telesp | TLPP4 | 23,13% | 11/08 | 10% | Até 20/08 |
MRV | MRVE3 | -21,97% | 11/08 | 3,2% | 365 dias |
Marcopolo | POMO4 | -16,33% | 08/08 | 1,6% | 120 dias |
Cyrela CP | CCPR3 | 16,10% | 04/08 | 10% | 365 dias |
*Até 23/08
São Paulo – Em tempos de grandes perdas nas bolsas, programas de recompra de ações pelas empresas abertas se tornam mais comuns. Para os acionistas, sinal de que as perdas podem ser minimizadas ou até estancadas; para os não acionistas, indício de que ali pode haver uma boa oportunidade de compra.
Após um ano ainda marcado pelos ecos da crise de 2008 e um início de agosto traumático para o mercado financeiro, o Ibovespa acumula queda de 22% no ano e algumas ações chegam a acumular perdas de mais de 40%. Especialistas não cansam de dizer que, nesse contexto, muitas empresas estão descontadas, ainda que apresentem fundamentos sólidos. E algumas delas não só concordam como desejam explicitar isso aos acionistas e ainda lucrar.
“Quando uma empresa recompra seus próprios papéis significa que ela está barata”, afirma o consultor financeiro Mauro Calil. Empresas recompram suas ações quando acreditam que elas estão subprecificadas e, portanto, vislumbram possibilidade de auferir lucros no médio e no longo prazo com a venda desses papéis lá na frente.
Também é uma maneira de demonstrarem confiança no próprio negócio, além de uma sólida saúde financeira – geralmente essas empresas têm um bom dinheiro em caixa, bom sinal em tempos de crise. Em tese, se apenas a empresa detém todas as informações sobre si, ninguém melhor que ela mesma para saber sobre suas possibilidades de lucro e capacidades de enfrentar tempos turbulentos.
Maior participação dos acionistas
Nos últimos três meses, mais de 20 empresas, como Gol, Hypermarcas e Cyrela já anunciaram programas de recompra de suas ações com a finalidade explícita de “maximizar a geração de valor para os acionistas”, por meio de sua “manutenção em tesouraria para posterior alienação ou cancelamento”.
Ao retirar ações do mercado, automaticamente a empresa aumenta a participação de cada acionista e pode pelo menos minimizar as eventuais quedas que seus papéis venham sofrendo. Se os fundamentos forem realmente sólidos, a recuperação dos preços no futuro possibilitará à companhia revender essas ações com lucro. Caso deseje, a empresa pode também simplesmente cancelá-las, o que aumenta o valor dos dividendos pagos a cada acionista.
Para quem já é acionista e acredita na empresa em que investe, um programa de recompra de ações representa algum alívio, desde que a intenção não seja lucrar no curto prazo. Para quem não é acionista de uma empresa que iniciou um programa desse tipo, o período de recompra pode representar uma boa época para comprar. “Compre quando a empresa estiver comprando e venda quando estiver vendendo”, diz Mauro Calil.
É claro que apenas o início um programa de recompra de ações não é informação suficiente para saber se investir naquela empresa vale a pena. É preciso observar os fundamentos e também a finalidade da recompra. Pode ser que a intenção da companhia seja simplesmente fechar o capital ou utilizar os papéis num programa de bonificação de executivos com opções de compra.
Também é importante lembrar que não só empresas cujas ações estão em queda lançam mão desse tipo de programa. A opção por essa estratégia depende de como a empresa se vê naquele momento e em relação ao futuro. Mesmo após um período de alta, portanto, o programa pode se justificar.
Veja a seguir os programas de recompra de ações iniciados em agosto – mês que registrou maior quantidade de programas em 2011 -, cujos objetivos foram gerar valor para os acionistas e gerar ganhos futuros para a empresa:
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Empresa | Ação | Valorização no ano* | Início da recompra | Total recomprado | Prazo |
---|---|---|---|---|---|
Rossi | RSID3 | -23,33% | 22/08 | 4,7% | 365 dias |
Localiza | RENT3 | -7,62% | 22/08 | 4,1% | 365 dias |
Indústrias Romi | ROMI3 | -56,48% | 22/08 | 7,6% | 180 dias |
Saraiva | SLED4 | -46,13% | 18/08 | 0,8% | 90 dias |
Telesp | TLPP3 | 18,73% | 15/08 | 10% | Até 20/08 |
Hypermarcas | HYPE3 | -42,19% | 14/08 | 9,5% | 180 dias |
Direcional Engenharia | DIRR3 | -30% | 12/08 | 5,6% | 60 dias |
Gol | GOLL4 | -57,25% | 12/08 | 10% | 365 dias |
Telesp | TLPP4 | 23,13% | 11/08 | 10% | Até 20/08 |
MRV | MRVE3 | -21,97% | 11/08 | 3,2% | 365 dias |
Marcopolo | POMO4 | -16,33% | 08/08 | 1,6% | 120 dias |
Cyrela CP | CCPR3 | 16,10% | 04/08 | 10% | 365 dias |
*Até 23/08