Os melhores e os piores investimentos de janeiro
Renda fixa mais conservadora foi bem em mês em que bolsa despencou
Da Redação
Publicado em 31 de janeiro de 2014 às 18h26.
São Paulo – O ouro e o dólar foram as aplicações com melhor desempenho em janeiro, seguidos dos investimentos mais conservadores de renda fixa : as Letras Financeiras do Tesouro (LFT) do Tesouro Direto , os fundos DI e os fundos de renda fixa , beneficiados diretamente da alta da taxa básica de juros ( Selic ).
Os fundos multimercados juros e moedas (os mais conservadores dessa modalidade e que não investem em ações) e a caderneta de poupança vieram em seguida na lista , também com desempenho positivo.
Na outra ponta do ranking , as Notas do Tesouro Nacional-série B (NTN-B), títulos do Tesouro Direto que pagam uma taxa de juros acima da inflação, amargaram perdas, principalmente as de prazo mais longo.
O Ibovespa caiu 7,51%, prejudicando os fundos de ações , e o índice que acompanha o desempenho dos fundos imobiliários recuou 7,33%.
Veja na tabela o ranking do desempenho dos investimentos em janeiro:
Aplicação | Desempenho em janeiro | Desempenho no ano | Fechamento em |
---|---|---|---|
Ouro | 7,29% | 7,29% | 30/01/2014 |
Dólar comercial | 3,42% | 3,42% | 31/01/2014 |
LFT (vencimento em 07/03/2014)* | 0,85% | 0,85% | 31/01/2014 |
Selic* | 0,81% | 0,77% | 30/01/2014 |
Fundos referenciados DI* | 0,81% | 0,74% | 28/01/2014 |
CDI* | 0,80% | 0,76% | 30/01/2014 |
IPCA (estimativa do Banco Central)** | 0,76% | 0,76% | 24/01/2014 |
LFT (vencimento em 07/03/2017) | 0,72% | 0,72% | 31/01/2014 |
Fundos de Renda Fixa* | 0,69% | 0,59% | 28/01/2014 |
Fundos Multimercados Juros e Moedas* | 0,58% | 0,49% | 28/01/2014 |
Poupança antiga* | 0,55% | 0,55% | 30/01/2014 |
Poupança nova* | 0,55% | 0,55% | 30/01/2014 |
Fundos Multimercado Multiestratégia* | 0,46% | -0,10% | 28/01/2014 |
Fundos Multimercado Macro* | 0,19% | -0,27% | 28/01/2014 |
LTN (vencimento em 01/01/2015)* | -0,02% | -0,02% | 31/01/2014 |
NTN-F (vencimento em 01/01/2023)* | -0,30% | -0,30% | 31/01/2014 |
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* | -0,40% | -0,40% | 31/01/2014 |
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* | -0,45% | -0,45% | 31/01/2014 |
NTN-F (vencimento em 01/01/2017)* | -0,51% | -0,51% | 31/01/2014 |
LTN (vencimento em 01/01/2017)* | -0,70% | -0,70% | 31/01/2014 |
Fundos de ações livre* | -5,16% | -5,87% | 28/01/2014 |
Fundos de ações dividendos* | -5,34% | -6,01% | 28/01/2014 |
Fundos de ações Ibovespa Ativo* | -5,87% | -6,44% | 28/01/2014 |
Fundos de ações Small Caps* | -5,96% | -6,87% | 28/01/2014 |
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* | -6,79% | -6,79% | 31/01/2014 |
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) | -7,33% | -7,33% | 31/01/2014 |
Ibovespa | -7,51% | -7,51% | 31/01/2014 |
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* | -10,52% | -10,52% | 31/01/2014 |
Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento
(**) Expectativa de inflação para o ano de 2014 e para o mês de janeiro, segundo o Boletim Focus do Banco Central, divulgado no dia 24/01/2014.
Poupança e renda fixa: janeiro foi o mês do investidor conservador
Os investimentos acessíveis a pessoa física com melhor desempenho em janeiro foram aqueles que, de alguma forma, acompanham a taxa básica de juros, a Selic.
A taxa foi elevada em mais 0,5 ponto percentual neste mês, acima da expectativa do mercado, passando para 10,50% ao ano.
Esse movimento beneficiou, no Tesouro Direto, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT); os fundos DI, que investem em papéis atrelados à Selic, como as LFTs; os fundos de renda fixa, que investem em diversos papéis de renda fixa e podem investir mais naqueles atrelados à Selic quando esta está em alta; e a caderneta de poupança, que com o atual patamar da Selic tem rendimento fixo de 0,5% ao mês mais taxa referencial.
A alta do dólar e da Selic também explicam o fato de os fundos multimercados Juros e Moedas terem sido o tipo de multimercado com melhor desempenho médio em janeiro.
Esses são os multimercados menos arrojados, pois não investem em renda variável e fazem estratégias com derivativos de juros e câmbio para se beneficiar das altas desses indicadores, protegendo-se das eventuais perdas. Também podem investir diretamente em renda fixa.
“Vamos observar ao longo do ano que a renda fixa brasileira está voltando a ser atrativa. Um produto financeiro que pague 110% do CDI hoje rende em torno de 12% ao ano. Estamos voltando ao retorno de 1% ao mês que muitos investidores procuram e já não acham em investimentos como imóveis alugados, por exemplo”, diz Alexandra Almawi, economista da Lerosa Investimentos.
Títulos de renda fixa mais arriscados viram perdas
Os títulos do Tesouro Direto que têm parte ou a totalidade de sua rentabilidade pré-fixada (acordada no ato da compra) sofreram em janeiro.
É o caso das Letras do Tesouro Nacional (LTNs), Notas do Tesouro Nacional-série F (NTN-Fs) e Notas do Tesouro Nacional-série B (NTN-Bs).
As LTNs e NTN-Fs têm remuneração pré-fixada, e as NTN-Bs pagam um juro pré-fixado mais a inflação pelo IPCA.
Esses títulos são considerados mais arriscados, pois seu valor pode aumentar ou diminuir conforme as perspectivas econômicas. Ou seja, o investidor que os vender antes do vencimento pode ficar no prejuízo.
Eles viram desvalorização em janeiro em função do ciclo de alta da Selic e do fato de a Selic ter aumentado acima do esperado pelo mercado. Esses títulos desvalorizam quando a taxa básica de juros tem perspectiva de alta.
Alexandra Almawi explica ainda que quando as perspectivas para a inflação não são muito claras, como é o caso agora, esses papéis costumam sofrer.
Os de prazos mais longos são sempre mais voláteis do que os de prazos mais curtos, uma vez que, quanto maior o prazo, mais difícil é fazer previsões para os juros e a inflação na data de vencimento do título.
“Ainda vamos passar por mais uns três meses de incertezas muito grandes, e esses títulos vão ficar nessa esteira. As altas de juros ainda não começaram a ter reflexo na inflação. No segundo semestre deve dar uma suavizada, porque as coisas devem ficar mais claras”, explica a economista da Lerosa.
No entanto, as perdas que esses títulos geram se verificam se o investidor os vender antes do vencimento. Para quem fica com eles até o fim do prazo, a rentabilidade é aquela acordada no ato da compra.
A tabela traz os títulos do Tesouro Direto de prazo mais curto e mais longo com histórico de rentabilidade disponível e ainda por vencer.
Dos títulos constantes na tabela, estão disponíveis para a compra a LFT que vence em 07/03/2017; a LTN com vencimento em 01/01/2017; a NTN-B que vence em 15/08/2050; e a NTN-B Principal com vencimento em 15/05/2035.
Ouro, dólar e ações: mês foi difícil para países emergentes
Alexandra explica que janeiro foi um mês complicado para os países emergentes, de maneira geral.
As incertezas em relação à recuperação da economia americana e a nova redução de estímulos econômicos feita pelos EUA levaram à desvalorização das moedas dos países emergentes em relação ao dólar, que vem se fortalecendo.
Países como Brasil, Índia e Turquia elevaram suas taxas básicas de juros para se tornarem mais atrativos para investidores e tentar reter o capital estrangeiro, que agora tende a voltar para o dólar e para a economia americana em recuperação.
Tudo isso sacrificou as bolsas dos países emergentes. No Brasil, o Ibovespa teve seu pior mês de janeiro desde 1995, fechando em baixa de 7,51% e arrastando os fundos de ações consigo.
No caso específico do Brasil, outros fatores contribuíram para a alta do dólar e a queda da Bolsa.
O olhar estrangeiro sobre o Brasil tem andado negativo, frente às perspectivas de baixo crescimento. “O Brasil passa por uma crise de credibilidade muito séria frente ao investidor estrangeiro”, diz Alexandra Almawi.
Segundo ela, a percepção do mundo sobre a participação da presidente Dilma Rousseff no Fórum Econômico Mundial, em Davos, foi negativa. Além disso, os investidores estrangeiros estão em compasso de espera em função das eleições presidenciais neste ano.
O bom desempenho do ouro, por outro lado, é o reflexo justamente desse momento de maior aversão ao risco. O ouro é um ativo mais procurado em momentos de crise, pois é visto como um porto seguro, perdendo valor quando a situação econômica se acalma.
Fundos imobiliários refletem economia difícil
O índice que reflete o desempenho do valor das cotas dos fundos imobiliários na Bolsa também amargou um dos piores desempenhos de janeiro.
Esses fundos vêm numa trajetória de queda, reflexo de um aumento na taxa de vacância dos seus imóveis (com o aumento da oferta de imóveis corporativos) e do fraco desempenho da economia, o que se reflete no setor imobiliário.
A alta da Selic também torna esses investimentos menos atrativos frente à renda fixa, devido ao seu alto risco.
Alexandra Almawi chama atenção ainda para o fato de que, para muitos investidores pessoas físicas, os fundos imobiliários foram vendidos como uma espécie de renda fixa, em que é possível se obter aluguéis mensais.
Acontece que para muitos desses investidores não ficou claro o efeito da desvalorização das cotas , o que os deixou apavorados ao verem que seu montante investido estava diminuindo.
A fuga dos investidores pessoa física acabou forçando o valor das cotas para baixo.
São Paulo – O ouro e o dólar foram as aplicações com melhor desempenho em janeiro, seguidos dos investimentos mais conservadores de renda fixa : as Letras Financeiras do Tesouro (LFT) do Tesouro Direto , os fundos DI e os fundos de renda fixa , beneficiados diretamente da alta da taxa básica de juros ( Selic ).
Os fundos multimercados juros e moedas (os mais conservadores dessa modalidade e que não investem em ações) e a caderneta de poupança vieram em seguida na lista , também com desempenho positivo.
Na outra ponta do ranking , as Notas do Tesouro Nacional-série B (NTN-B), títulos do Tesouro Direto que pagam uma taxa de juros acima da inflação, amargaram perdas, principalmente as de prazo mais longo.
O Ibovespa caiu 7,51%, prejudicando os fundos de ações , e o índice que acompanha o desempenho dos fundos imobiliários recuou 7,33%.
Veja na tabela o ranking do desempenho dos investimentos em janeiro:
Aplicação | Desempenho em janeiro | Desempenho no ano | Fechamento em |
---|---|---|---|
Ouro | 7,29% | 7,29% | 30/01/2014 |
Dólar comercial | 3,42% | 3,42% | 31/01/2014 |
LFT (vencimento em 07/03/2014)* | 0,85% | 0,85% | 31/01/2014 |
Selic* | 0,81% | 0,77% | 30/01/2014 |
Fundos referenciados DI* | 0,81% | 0,74% | 28/01/2014 |
CDI* | 0,80% | 0,76% | 30/01/2014 |
IPCA (estimativa do Banco Central)** | 0,76% | 0,76% | 24/01/2014 |
LFT (vencimento em 07/03/2017) | 0,72% | 0,72% | 31/01/2014 |
Fundos de Renda Fixa* | 0,69% | 0,59% | 28/01/2014 |
Fundos Multimercados Juros e Moedas* | 0,58% | 0,49% | 28/01/2014 |
Poupança antiga* | 0,55% | 0,55% | 30/01/2014 |
Poupança nova* | 0,55% | 0,55% | 30/01/2014 |
Fundos Multimercado Multiestratégia* | 0,46% | -0,10% | 28/01/2014 |
Fundos Multimercado Macro* | 0,19% | -0,27% | 28/01/2014 |
LTN (vencimento em 01/01/2015)* | -0,02% | -0,02% | 31/01/2014 |
NTN-F (vencimento em 01/01/2023)* | -0,30% | -0,30% | 31/01/2014 |
NTN-B (vencimento em 15/05/2015)* | -0,40% | -0,40% | 31/01/2014 |
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2015)* | -0,45% | -0,45% | 31/01/2014 |
NTN-F (vencimento em 01/01/2017)* | -0,51% | -0,51% | 31/01/2014 |
LTN (vencimento em 01/01/2017)* | -0,70% | -0,70% | 31/01/2014 |
Fundos de ações livre* | -5,16% | -5,87% | 28/01/2014 |
Fundos de ações dividendos* | -5,34% | -6,01% | 28/01/2014 |
Fundos de ações Ibovespa Ativo* | -5,87% | -6,44% | 28/01/2014 |
Fundos de ações Small Caps* | -5,96% | -6,87% | 28/01/2014 |
NTN-B (vencimento em 15/08/2050)* | -6,79% | -6,79% | 31/01/2014 |
Fundos de Investimento Imobiliário (IFIX) | -7,33% | -7,33% | 31/01/2014 |
Ibovespa | -7,51% | -7,51% | 31/01/2014 |
NTN-B Principal (vencimento em 15/05/2035)* | -10,52% | -10,52% | 31/01/2014 |
Fontes: Banco Central, BM&FBovespa, Tesouro Nacional e Anbima.
(*) O desempenho mensal se refere aos últimos 30 dias até a data de fechamento
(**) Expectativa de inflação para o ano de 2014 e para o mês de janeiro, segundo o Boletim Focus do Banco Central, divulgado no dia 24/01/2014.
Poupança e renda fixa: janeiro foi o mês do investidor conservador
Os investimentos acessíveis a pessoa física com melhor desempenho em janeiro foram aqueles que, de alguma forma, acompanham a taxa básica de juros, a Selic.
A taxa foi elevada em mais 0,5 ponto percentual neste mês, acima da expectativa do mercado, passando para 10,50% ao ano.
Esse movimento beneficiou, no Tesouro Direto, as Letras Financeiras do Tesouro (LFT); os fundos DI, que investem em papéis atrelados à Selic, como as LFTs; os fundos de renda fixa, que investem em diversos papéis de renda fixa e podem investir mais naqueles atrelados à Selic quando esta está em alta; e a caderneta de poupança, que com o atual patamar da Selic tem rendimento fixo de 0,5% ao mês mais taxa referencial.
A alta do dólar e da Selic também explicam o fato de os fundos multimercados Juros e Moedas terem sido o tipo de multimercado com melhor desempenho médio em janeiro.
Esses são os multimercados menos arrojados, pois não investem em renda variável e fazem estratégias com derivativos de juros e câmbio para se beneficiar das altas desses indicadores, protegendo-se das eventuais perdas. Também podem investir diretamente em renda fixa.
“Vamos observar ao longo do ano que a renda fixa brasileira está voltando a ser atrativa. Um produto financeiro que pague 110% do CDI hoje rende em torno de 12% ao ano. Estamos voltando ao retorno de 1% ao mês que muitos investidores procuram e já não acham em investimentos como imóveis alugados, por exemplo”, diz Alexandra Almawi, economista da Lerosa Investimentos.
Títulos de renda fixa mais arriscados viram perdas
Os títulos do Tesouro Direto que têm parte ou a totalidade de sua rentabilidade pré-fixada (acordada no ato da compra) sofreram em janeiro.
É o caso das Letras do Tesouro Nacional (LTNs), Notas do Tesouro Nacional-série F (NTN-Fs) e Notas do Tesouro Nacional-série B (NTN-Bs).
As LTNs e NTN-Fs têm remuneração pré-fixada, e as NTN-Bs pagam um juro pré-fixado mais a inflação pelo IPCA.
Esses títulos são considerados mais arriscados, pois seu valor pode aumentar ou diminuir conforme as perspectivas econômicas. Ou seja, o investidor que os vender antes do vencimento pode ficar no prejuízo.
Eles viram desvalorização em janeiro em função do ciclo de alta da Selic e do fato de a Selic ter aumentado acima do esperado pelo mercado. Esses títulos desvalorizam quando a taxa básica de juros tem perspectiva de alta.
Alexandra Almawi explica ainda que quando as perspectivas para a inflação não são muito claras, como é o caso agora, esses papéis costumam sofrer.
Os de prazos mais longos são sempre mais voláteis do que os de prazos mais curtos, uma vez que, quanto maior o prazo, mais difícil é fazer previsões para os juros e a inflação na data de vencimento do título.
“Ainda vamos passar por mais uns três meses de incertezas muito grandes, e esses títulos vão ficar nessa esteira. As altas de juros ainda não começaram a ter reflexo na inflação. No segundo semestre deve dar uma suavizada, porque as coisas devem ficar mais claras”, explica a economista da Lerosa.
No entanto, as perdas que esses títulos geram se verificam se o investidor os vender antes do vencimento. Para quem fica com eles até o fim do prazo, a rentabilidade é aquela acordada no ato da compra.
A tabela traz os títulos do Tesouro Direto de prazo mais curto e mais longo com histórico de rentabilidade disponível e ainda por vencer.
Dos títulos constantes na tabela, estão disponíveis para a compra a LFT que vence em 07/03/2017; a LTN com vencimento em 01/01/2017; a NTN-B que vence em 15/08/2050; e a NTN-B Principal com vencimento em 15/05/2035.
Ouro, dólar e ações: mês foi difícil para países emergentes
Alexandra explica que janeiro foi um mês complicado para os países emergentes, de maneira geral.
As incertezas em relação à recuperação da economia americana e a nova redução de estímulos econômicos feita pelos EUA levaram à desvalorização das moedas dos países emergentes em relação ao dólar, que vem se fortalecendo.
Países como Brasil, Índia e Turquia elevaram suas taxas básicas de juros para se tornarem mais atrativos para investidores e tentar reter o capital estrangeiro, que agora tende a voltar para o dólar e para a economia americana em recuperação.
Tudo isso sacrificou as bolsas dos países emergentes. No Brasil, o Ibovespa teve seu pior mês de janeiro desde 1995, fechando em baixa de 7,51% e arrastando os fundos de ações consigo.
No caso específico do Brasil, outros fatores contribuíram para a alta do dólar e a queda da Bolsa.
O olhar estrangeiro sobre o Brasil tem andado negativo, frente às perspectivas de baixo crescimento. “O Brasil passa por uma crise de credibilidade muito séria frente ao investidor estrangeiro”, diz Alexandra Almawi.
Segundo ela, a percepção do mundo sobre a participação da presidente Dilma Rousseff no Fórum Econômico Mundial, em Davos, foi negativa. Além disso, os investidores estrangeiros estão em compasso de espera em função das eleições presidenciais neste ano.
O bom desempenho do ouro, por outro lado, é o reflexo justamente desse momento de maior aversão ao risco. O ouro é um ativo mais procurado em momentos de crise, pois é visto como um porto seguro, perdendo valor quando a situação econômica se acalma.
Fundos imobiliários refletem economia difícil
O índice que reflete o desempenho do valor das cotas dos fundos imobiliários na Bolsa também amargou um dos piores desempenhos de janeiro.
Esses fundos vêm numa trajetória de queda, reflexo de um aumento na taxa de vacância dos seus imóveis (com o aumento da oferta de imóveis corporativos) e do fraco desempenho da economia, o que se reflete no setor imobiliário.
A alta da Selic também torna esses investimentos menos atrativos frente à renda fixa, devido ao seu alto risco.
Alexandra Almawi chama atenção ainda para o fato de que, para muitos investidores pessoas físicas, os fundos imobiliários foram vendidos como uma espécie de renda fixa, em que é possível se obter aluguéis mensais.
Acontece que para muitos desses investidores não ficou claro o efeito da desvalorização das cotas , o que os deixou apavorados ao verem que seu montante investido estava diminuindo.
A fuga dos investidores pessoa física acabou forçando o valor das cotas para baixo.