Controle as emoções e invista melhor
7 dicas práticas ajudam o investidor a entender seus impulsos e aproveitar mais as oportunidades da bolsa
Da Redação
Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 09h59.
São Paulo – Enquanto o sobe e desce da bolsa pode fazer a felicidade dos fãs de técnicas como o day trade, a volatilidade sempre presente no mercado financeiro pode assustar investidores que estão entrando no mundo da renda variável ou que montam portfólio para manter para o longo prazo. Jurandir Sell Macedo Jr., consultor de finanças pessoais do Itaú e professor da UFSC, explica que quando uma pessoa vê sua carteira cair, o cérebro pode mandar duas mensagens: fugir ou tentar “esquecer” o que está acontecendo e não olhar o mercado. “As duas situações podem fazer o investidor perder dinheiro”, alerta.
Essas ações são impulsos e, como o próprio nome diz, não são controláveis. “O que o investidor deve fazer é entender como nossa cabeça funciona e desenvolver estratégias para fazer o que ele faria num momento mais tranquilo”, diz Vera Rita de Mello Ferreira, doutora em psicologia econômica e autora do livro A Cabeça do Investidor.
Confira sete dicas práticas de três especialistas para ajudar a “segurar” as emoções na hora de investir.
1 - Refaça seus passos
Você se lembra como tomou suas decisões de compra e venda de ações? E de como se sentiu quando executou cada ordem? Uma dica é manter um “diário de bordo” sobre suas aplicações. Pode ser anotação num caderno ou até gravações de notas de voz. Após passar alguns meses fazendo esse exercício, reveja sua trajetória e perceba pontos positivos e negativos de sua atuação. “Só assim é possível identificar realmente qual é seu perfil de investidor. Isso é algo que só é possível ter certeza após perceber na prática”, afirma Vera Rita.
2 - Pense duas vezes
Cada pessoa tem mais dificuldade ou facilidade para lidar com situações diferentes. Identificar o que te deixa mais tenso no mundo dos investimentos é o primeiro passo. A partir disso, o importante é parar para pensar duas vezes antes de tomar uma decisão quando esses momentos chegam. “O investidor precisa ter um tempo para olhar em volta, se lembrar dos seus objetivos iniciais no mercado, e se lembrar dos erros que costuma cometer para poder avaliar melhor suas alternativas”, afirma Vera Rita.
3 - Lembre da empresa por trás do papel
Quando o preço de uma ação cai ou sobe, o investidor deve lembrar que aquele é um pedacinho de uma empresa maior e pensar com a “cabeça” da companhia. “A empresa em meio a uma crise vai buscar alternativas e o produto vai estar ali”, diz Macedo Jr. A ideia é realmente olhar para o que a empresa produz para se lembrar que um ação é parte dela. Se você investe na Petrobras, por exemplo, experimente passar no posto de gasolina e ver que o produto continua ali, sendo vendido, independentemente do movimento das ações.
4 - Teste o risco
Um ponto que pode causar ansiedade é o medo de perder oportunidades ou ter baixas nos papéis em que aplica. Para testar as vontades sem correr muito risco, uma sugestão é separar uma parte muito pequena dos investimentos aplicados em renda variável e “brincar” com ele. “Separe um valor como 5% dos recursos e faça com ele o que der vontade”, sugere Vera Rita. É como se a pessoa usasse um simulador com seu próprio dinheiro. “Mas no simulador ela não corre riscos, que é o que deixa a pessoa mais esperta”, diz.
5 - “Feeling” não ganha dinheiro
Comprar ou vender uma ação por ter tido a sensação de que ela poderia subir ou descer sem mais nenhuma base pode não ser um bom negócio. O importante para decidir em que papéis aplicar é conhecer muito bem a empresa da qual você vai virar sócio. “Visite o site e escreva para o departamento de relações com investidores para se aproximar”, sugere Macedo Jr. Pensando nisso, algumas empresas já têm até programas de portas abertas e palestras com diretores para investidores.
6 - Acompanhe o mercado, mas não tão de perto
Se o investidor não é um trader, olhar o desempenho da bolsa e de sua carteira de ações todos os dias pode deixar os cabelos em pé e abrir espaço uma decisão precipitada. “Olhar os gráficos do mercado no dia a dia é como olhar um ecocardiograma. É preciso olhar períodos mais longos para avaliar a rentabilidade”, afirma Aquiles Mosca, superintendente comercial e estrategista de pessoa física da Santander Asset Management.
7 - Mantenha a disciplina sempre
Por mais difícil que possa ser, tente seguir o plano inicial sempre. A técnica que Aquiles Mosca ensina é a seguinte: supondo que você tenha 100.000 reais para investir e, desse valor, coloque 20.000 reais na bolsa. Se após um ano a bolsa cair e você perder dinheiro, reponha o valor perdido e volte para os 20.000 reais propostos inicialmente. Dessa maneira, você vai quase que automaticamente comprar ações na baixa, o que pode ser um bom negócio.
Supondo que após um ano, a bolsa tenha subido e seus 20.000 reais viraram 30.000 reais. Venda parte de suas ações na alta e embolse o lucro. A ideia é manter sempre os 20.000 reais do plano inicial aplicados. “Entrar na bolsa no momento de alta é errado e ter disciplina é uma boa maneira de fugir da tentação”, afirma.
São Paulo – Enquanto o sobe e desce da bolsa pode fazer a felicidade dos fãs de técnicas como o day trade, a volatilidade sempre presente no mercado financeiro pode assustar investidores que estão entrando no mundo da renda variável ou que montam portfólio para manter para o longo prazo. Jurandir Sell Macedo Jr., consultor de finanças pessoais do Itaú e professor da UFSC, explica que quando uma pessoa vê sua carteira cair, o cérebro pode mandar duas mensagens: fugir ou tentar “esquecer” o que está acontecendo e não olhar o mercado. “As duas situações podem fazer o investidor perder dinheiro”, alerta.
Essas ações são impulsos e, como o próprio nome diz, não são controláveis. “O que o investidor deve fazer é entender como nossa cabeça funciona e desenvolver estratégias para fazer o que ele faria num momento mais tranquilo”, diz Vera Rita de Mello Ferreira, doutora em psicologia econômica e autora do livro A Cabeça do Investidor.
Confira sete dicas práticas de três especialistas para ajudar a “segurar” as emoções na hora de investir.
1 - Refaça seus passos
Você se lembra como tomou suas decisões de compra e venda de ações? E de como se sentiu quando executou cada ordem? Uma dica é manter um “diário de bordo” sobre suas aplicações. Pode ser anotação num caderno ou até gravações de notas de voz. Após passar alguns meses fazendo esse exercício, reveja sua trajetória e perceba pontos positivos e negativos de sua atuação. “Só assim é possível identificar realmente qual é seu perfil de investidor. Isso é algo que só é possível ter certeza após perceber na prática”, afirma Vera Rita.
2 - Pense duas vezes
Cada pessoa tem mais dificuldade ou facilidade para lidar com situações diferentes. Identificar o que te deixa mais tenso no mundo dos investimentos é o primeiro passo. A partir disso, o importante é parar para pensar duas vezes antes de tomar uma decisão quando esses momentos chegam. “O investidor precisa ter um tempo para olhar em volta, se lembrar dos seus objetivos iniciais no mercado, e se lembrar dos erros que costuma cometer para poder avaliar melhor suas alternativas”, afirma Vera Rita.
3 - Lembre da empresa por trás do papel
Quando o preço de uma ação cai ou sobe, o investidor deve lembrar que aquele é um pedacinho de uma empresa maior e pensar com a “cabeça” da companhia. “A empresa em meio a uma crise vai buscar alternativas e o produto vai estar ali”, diz Macedo Jr. A ideia é realmente olhar para o que a empresa produz para se lembrar que um ação é parte dela. Se você investe na Petrobras, por exemplo, experimente passar no posto de gasolina e ver que o produto continua ali, sendo vendido, independentemente do movimento das ações.
4 - Teste o risco
Um ponto que pode causar ansiedade é o medo de perder oportunidades ou ter baixas nos papéis em que aplica. Para testar as vontades sem correr muito risco, uma sugestão é separar uma parte muito pequena dos investimentos aplicados em renda variável e “brincar” com ele. “Separe um valor como 5% dos recursos e faça com ele o que der vontade”, sugere Vera Rita. É como se a pessoa usasse um simulador com seu próprio dinheiro. “Mas no simulador ela não corre riscos, que é o que deixa a pessoa mais esperta”, diz.
5 - “Feeling” não ganha dinheiro
Comprar ou vender uma ação por ter tido a sensação de que ela poderia subir ou descer sem mais nenhuma base pode não ser um bom negócio. O importante para decidir em que papéis aplicar é conhecer muito bem a empresa da qual você vai virar sócio. “Visite o site e escreva para o departamento de relações com investidores para se aproximar”, sugere Macedo Jr. Pensando nisso, algumas empresas já têm até programas de portas abertas e palestras com diretores para investidores.
6 - Acompanhe o mercado, mas não tão de perto
Se o investidor não é um trader, olhar o desempenho da bolsa e de sua carteira de ações todos os dias pode deixar os cabelos em pé e abrir espaço uma decisão precipitada. “Olhar os gráficos do mercado no dia a dia é como olhar um ecocardiograma. É preciso olhar períodos mais longos para avaliar a rentabilidade”, afirma Aquiles Mosca, superintendente comercial e estrategista de pessoa física da Santander Asset Management.
7 - Mantenha a disciplina sempre
Por mais difícil que possa ser, tente seguir o plano inicial sempre. A técnica que Aquiles Mosca ensina é a seguinte: supondo que você tenha 100.000 reais para investir e, desse valor, coloque 20.000 reais na bolsa. Se após um ano a bolsa cair e você perder dinheiro, reponha o valor perdido e volte para os 20.000 reais propostos inicialmente. Dessa maneira, você vai quase que automaticamente comprar ações na baixa, o que pode ser um bom negócio.
Supondo que após um ano, a bolsa tenha subido e seus 20.000 reais viraram 30.000 reais. Venda parte de suas ações na alta e embolse o lucro. A ideia é manter sempre os 20.000 reais do plano inicial aplicados. “Entrar na bolsa no momento de alta é errado e ter disciplina é uma boa maneira de fugir da tentação”, afirma.