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Com a Selic a 2,25%, onde investir para a reserva de emergência?

Tesouro Selic continua sendo a melhor opção. Mas o investimento direto pelo Tesouro Direto perde atratividade

Taxa de custódia cobrada semestralmente pela B3 em investimentos no Tesouro Direto equivale atualmente a 10% do rendimento da taxa Selic (Avosb/Thinkstock)

Marília Almeida

Publicado em 24 de junho de 2020 às 05h00.

Última atualização em 28 de agosto de 2020 às 23h57.

O corte mais recente da Selic, que levou a taxa básica de juros para uma nova mínima histórica, o valor de 2,25% ao ano, diminuiu ainda mais a rentabilidade dos investimentos em renda fixa. Mas isso não significa que você deva investir em ativos mais arricados para montar a sua reserva de emergência. A taxa baixa apenas exige, mais do que nunca, que você escolha a aplicação certa, já que os custos de cada aplicação tem mais peso agora.

Segundo relatório da EXAME Research, feito pelo analista de renda fixa Odilon Costa e a especialista em fundos Juliana Machado, no cenário atual o Tesouro Selic, título mais líquido e que mantém o poder de compra do investidor ao longo do tempo, emitido pelo Tesouro Nacional, continua sendo a melhor opção para montar uma reserva de dinheiro para gastos imprevistos.

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Contudo, atualmente vale mais a pena investir em um fundo DI simples (que aplica toda a carteira no Tesouro Selic) com taxa zero de administração do que diretamente pelo Tesouro Direto. Um exemplo é o DI Simples do BTG Pactual Digital e o Trend DI Simples, da Rico.

Isso acontece por conta da cobrança de 0,25% da taxa de custódia pela B3 ao investir diretamente no Tesouro. A taxa é cobrada semestralmente, e equivale hoje a 10% do rendimento atual da taxa Selic. "Em 2018 a B3 diminuiu a taxa de 0,30% para 0,25%. O mercado começa a pressionar novamente para que haja uma redução dessa taxa", diz Costa.

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Apesar de haver nos fundos a incidência do come-cotas, uma antecipação compulsória do Imposto de Renda, os especialistas apontam que o efeito do mecanismo na rentabilidade é pequeno em prazos mais curtos.

Enquanto no fundo o imposto retido na fonte incide na alíquota de 15% no último dia dos meses de maio a novembro, no investimento pelo Tesouro Direto o imposto é retido na fonte no momento do resgate. Ou seja, pelo Tesouro Direto paga-se tudo no resgate. No fundo paga-se apenas a diferença do que já foi pago no come-cotas.

Em uma simulação feita pelos especialistas da EXAME Research, em um horizonte de seis meses o investimento direto no Tesouro Selic perde até para a poupança. Já na janela de um ano, a rentabilidade de ambos é quase a mesma. Somente em prazos maiores do que um ano o investimento direto no Tesouro Selic é mais atrativo do que a poupança.

Em todos os casos o investimento via fundo DI Simples é 0,20 ponto porcentual mais rentável do que o investimento direto no Tesouro e da poupança.

Costa ressalta que quanto maior a Selic e maior o tempo de aplicação, contudo, mais tende a pesar o come-cotas. "É necessário lembrar que aplicar no Tesouro Selic via Tesouro Direto tem um come-cotas informal, que é o resgate do título a cada 4 ou 5 anos, no vencimento. Nesse momento o imposto incide sobre o resgate, é necessário reaplicar o dinheiro e pagar um novo imposto no resgate".

É importante ressaltar que o fundo DI simples pode passar a cobrar a taxa de administração no futuro, apesar de improvável. Isso porque esses fundos são usados para atrair investidores para outros tipos de produtos na corretora ou banco.

Portanto, ao escolher, é importante verificar a taxa máxima de administração que pode ser cobrada, pois ela pode ser 0,5% o que seria um valor razoável, ou 2%, que é uma taxa cara para esse tipo de produto, no atual cenário da Selic. Acima do valor, encontrado no estatuto do fundo, a taxa terá de ser aprovada em uma assembleia de cotistas.

 

 

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