Minhas Finanças

As ações que vão pagar bons dividendos em 2013

Elétricas não são mais queridinhas, mas ainda figuram na lista de ações mais "tranquilas" da Bolsa; veja as indicações de três corretoras bem-sucedidas em 2012


	Ambev: boa perspectiva de crescimento e caráter defensivo trazem bons dividendos
 (Pedro Rubens/EXAME.com)

Ambev: boa perspectiva de crescimento e caráter defensivo trazem bons dividendos (Pedro Rubens/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 30 de dezembro de 2013 às 09h39.

São Paulo – Mesmo na renda variável é possível buscar investimentos mais seguros, optando por investir nas ações que pagam bons dividendos. São ações de empresas que repassam parte de seus lucros aos acionistas, pois não precisam de grandes investimentos e têm receitas estáveis. Em épocas mais difíceis para a Bolsa, essas ações costumam se sobressair, pois os dividendos distribuídos compensam as eventuais perdas. Mas ainda que não sejam as ações que mais valorizam ao longo do tempo, as ações de dividendos proporcionam uma renda quase constante para o investidor.

Todos os meses, EXAME.com publica as carteiras recomendadas pelas corretoras de ações que pagam bons dividendos. Das corretoras paulatinamente acompanhadas por EXAME.com em 2012, ouvimos três das que obtiveram alguns dos melhores desempenhos com sua carteira de dividendos para indicar as ações com mais potencial de pagar bons dividendos em 2013.

A Geral Investimentos e a Um Investimentos, cuja carteira rendeu 25,38% e 25,97% respectivamente, explicam que sua carteira de janeiro é pensada para ser uma carteira para o ano, com poucas modificações. Por isso decidiram por manter as indicações. Já o Rico, home broker da Octo que obteve rendimento de 32,29% com sua carteira de dividendos em 2012, fez indicações já um pouco diferentes da carteira recomendada de janeiro.

Entre as recomendações, as companhias de energia elétrica já não são mais as queridinhas, depois que a Medida Provisória 579, editada no ano passado, mexeu com as perspectivas dessas empresas, que poderiam perder receitas com a revisão tarifária exigida pelo governo. Há algumas representantes menos afetadas pelas medidas, assim como empresas voltadas para os setores de serviços essenciais e infraestrutura, bem como consumo. Veja as 18 recomendações a seguir:

Ambev (AMBV4)

Indicada por: Geral Investimentos e Um Investimentos

Geral: tem boas perspectivas de crescimento do lucro da empresa em 2013, que deve se aproveitar da inflação em alta, do aumento da renda da população e de uma estratégia clara de crescimento. O dividend yield esperado é de 3,7%.

Um: a geração de caixa da companhia é constante e confiável, o que dá segurança à ação. A Ambev é considerada uma empresa defensiva, pois sua demanda praticamente não varia mesmo em épocas de economia mais fraca. Tem quase 70% da participação do seu mercado e condições de crescer nas regiões Norte e Nordeste. Seu preço é condizente com a média de seu setor e seu endividamento é baixo. A Um espera um crescimento de mais de 20% no dividendo por ação pago.

Banco do Brasil (BBAS3)

Indicada por: Rico

O dividend yield do banco tornou-se alto, devido ao grande desconto das suas ações em relação aos bancos privados.


BM&FBovespa (BVMF3)

Indicada por: Rico

Com os grandes investimentos para os próximos anos dentro do orçamento, a empresa deve começar a ter uma geração de caixa mais estável e previsível, aumentando a possibilidade de distribuir mais dividendos.

Brasil Insurance (BRIN3)

Indicada por: Geral Investimentos

A receita da empresa está atrelada à corretagem de seguros, ou seja, não corre o risco da seguradora. A Brasil Insurance é formada por mais de 40 corretoras de seguras, com atuação em nove estados brasileiros e a oferta de uma ampla gama de produtos. Seu modelo de crescimento tem bom potencial, pois está baseado em aquisições, e sendo o mercado de corretagem ainda fragmentado, há bastante espaço para crescer. Esse modelo também não requer muito capital, o que possibilita a distribuição de mais dividendos. O dividend yield esperado é de 5,3%.

CCR (CCRO3)

Geral Investimentos e Um Investimentos

Geral: setor tradicionalmente bom pagador de dividendos, com oportunidade de ganhos com o crescimento da economia brasileira e contratos regulados e reajustados pela inflação, gerando receitas sólidas e sem exposição a efeitos cambiais. O dividend yield esperado é de 4,0%.

Um: as concessionárias de rodovias são uma alternativa, no setor de infraestrutura, às elétricas, cujos contratos sofreram interferência do governo em 2012. É também um segmento regulado e com riscos de intervenção governamental, mas a geração de caixa normalmente é estável e os ganhos são constantes, independentemente do cenário econômico. No caso da CCR, há chance de aumento dos ganhos com o crescimento econômico em alta. A empresa é menos endividada que seus pares, paga 89% dos seus lucros em dividendos e tem a receita diversificada (como concessionária de transporte público e em prestação de serviços de inspeção veicular, por exemplo.

Cemig (CMIG4)

Indicada por: Geral Investimentos

A Cemig voltou para a carteira da Geral após alguns meses de suspensão em função dos efeitos negativos da MP 579 sobre o setor elétrico. Para a corretora, o fato de que a Cemig se recusou a renovar as concessões para os ativos de geração de energia mostrou que a companhia tem uma estratégia de longo prazo, o que criou valor para o acionista. “A Cemig tem um dinheiro a receber do estado de Minas Gerais excepcional pelos próximos quatro anos”, diz Carlos Müller, analista chefe da Geral. O dividend yield esperado é de 6,8%.


Cielo (CIEL3)

Indicada por: Um Investimentos

Depois do fechamento de capital da Redecard, a Cielo tornou-se a única companhia disponível para se expor ao segmento de cartões. Líder de mercado, a companhia tem uma base sólida de clientes e tem boas perspectivas com o crescimento do crédito no país e da participação dos cartões de crédito entre as formas de pagamento. A Um tem expectativa de que o dividendo pago por ação cresça por volta de 15%.

Coelce (COCE5)

Indicada por: Rico

Apesar do reajuste tarifário implementado pela Aneel, a empresa continua a apresentar alta eficiência operacional, que se traduz em resultados consistentes. A companhia tem histórico de pagar 100% dos lucros, gerando bons dividendos anuais.

Grendene (GRND3)

Indicada por: Um Investimentos e Rico

Um: a fabricante de calçados tem um caráter defensivo, pois não é tão afetada em momentos de incerteza. Suas ações apresentam bom preço, e a companhia tem uma expectativa de crescimento sólido. Deve continuar pagando 75% dos seus lucros em dividendos. A corretora espera um aumento de 15% no dividendo pago por ação.

Rico: Empresa bem posicionada para aproveitar o crescimento do consumo interno, negociando a um bom preço e com bom histórico de pagamento de dividendos.

Helbor (HBOR3)

Indicada por: Geral Investimentos

A incorporadora Helbor é uma histórica boa pagadora de dividendos. Seu dividend yield é praticamente constante, o que deve permanecer em 2013. Sua atuação é geograficamente diversificada (São Paulo, Rio, Paraná e regiões do Centro-Oeste e do Nordeste), com foco em imóveis residenciais para as classes média e média-alta, além do segmento comercial. A incorporadora desenvolve os projetos, mas não tem a despesa de construir, terceirizando esse risco. O dividend yield esperado é de 4,1%.

Lojas Renner (LREN3)

Indicada por: Um Investimentos

A varejista atualmente conta com receita diversificada, proveniente dos segmentos de vestuário, houseware (pela rede Camicado) e produtos financeiros (cartões private lable). Sua gestão é mais conservadora e a empresa tem grande potencial de crescimento, inclusive no segmento de houseware. As lojas estão localizadas principalmente em shopping centers, onde há grande circulação de pessoas, e tem potencial de usar o modelo de franquias para outra divisão, como a marca Blue Steel, que começa a ter lojas próprias. Apesar de não estar em um segmento que não costuma pagar bons dividendos, sua sólida geração de caixa possibilita isso.


Mahle Metal Leve (LEVE3)

Indicada por: Geral Investimentos

A empresa de autopeças é líder na fabricação de componentes para motores no Brasil. Com 46% de suas receitas oriundas de exportações, pode ser beneficiada pela recente apreciação do dólar e pela melhora gradual na economia americana. Também se beneficia das medidas de estímulo do governo para a indústria, como a redução do IPI de veículos, da facilitação do crédito e da queda da taxa Selic. Com margens boas, a Metal Leve consegue distribuir bons dividendos. O yield esperado para 2013 é de 6,3%.

Sabesp (SBSP3)

Indicada por: Rico

A questão regulatória é fundamental no momento. Porém, a corretora a recomenda por ser uma empresa que possui bom histórico de pagamento de dividendos.

Taesa (TAEE11)

Geral Investimentos e Rico

Geral: “A Taesa é quase uma renda fixa dentro do mercado de renda variável”, diz Carlos Müller. Por ser uma transmissora de energia, suas receitas são protegidas contra a inflação, sua estrutura de capital é enxuta (uma vez que não precisa fazer grandes investimentos) e seu risco regulatório é baixo. Em função disso tudo, seu fluxo de caixa é bastante previsível, o que a possibilita pagar dividendos altos e estáveis. Apesar de um pouco cara em relação aos pares, a empresa apresenta margens e eficiência operacional elevadas. Dividend yield esperado de 8,5%.

Rico: A geração de caixa da empresa é previsível e estável, devido aos contratos de longo prazo. A margem Ebitda na casa dos 90% garante dividendos robustos.

Telefônica Vivo (VIVT4)

Indicada por: Geral Investimentos e Rico

Geral: tradicional pagadora de dividendos, a companhia oferece a característica defensiva do setor de telefonia fixa (com receitas mais previsíveis) com perspectivas de crescimento na frente de telefonia móvel, com a Vivo, que tem a maior participação nesse mercado. O dividend yield na casa dos 8% é praticamente constante. Dividend yield esperado de 8,0%.

Rico: os últimos resultados trimestrais acima das expectativas de mercado aliam-se ao histórico de bom pagamento de dividendos.


Tractebel (TBLE3)

Indicada por: Geral Investimentos e Rico

Geral: a maior geradora privada de energia do país tem estrutura muito eficiente, com boas margens e estratégia pautada em crescimento e agregação de valor. O adiamento da entrega do projeto de Jirau para 2013 deve render bons dividendos neste ano. O risco de falta de energia com os reservatórios em baixa também beneficia a empresa, que vende boa parte da energia no mercado livre, podendo elevar os preços. Dividend yield esperado de 4,7%.

Rico: o desempenho das ações em 2012 foi prejudicado, em grande parte, pelos efeitos negativos da MP 579 no setor elétrico. Entretanto, a empresa não deve ser prejudicada, uma vez que grande parte das suas concessões vence a partir de 2028.

Vale (VALE5)

Indicada por: Rico

O cenário mais favorável para o preço de minério de ferro e recuperação na China devem melhorar a geração de caixa da mineradora, que já tem um dividend yield atrativo.

Valid (VLID3)

Indicada por: Rico

A empresa que oferta produtos e serviços em sistemas de identificação, telecomunicação e meios de pagamento possui canais de crescimento ainda a serem explorados, tem baixo risco regulatório, margens altas em alguns segmentos e permite uma distribuição de dividendos elevada.

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