Caso ocorra a oferta pública de aquisição (OPA) para as ações ordinárias da TIM (TCSL3), a Telco, controladora da Telecom Italia, deverá pagar aos acionistas cerca de 9,10 reais por ação, estima a corretora Brascan. O valor é 31,8% superior ao de fechamento da última sexta-feira (23/1), quando o papel disparou 29,94%, para 6,90 reais, devido à decisão da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de impor à Telco a realização de uma OPA no Brasil.

 

Na avaliação da CVM, quando a Telco comprou a Olimpia, holding que detinha o controle da Telecom Italia, em abril de 2007, houve troca de controle acionário na TIM. Pela legislação que rege o mercado de capitais brasileiro, toda vez que há troca de controle acionário, a empresa compradora deve oferecer aos minoritários da empresa comprada a oportunidade de vender suas ações por, no mínimo, 80% do valor pago aos acionistas controladores.

 

Embora não seja possível afirmar com precisão qual seria o valor a ser fixado para os papéis, já que não foi divulgado o preço atribuído às operações da Telecom Itália no Brasil na ocasião da venda da Olimpia para a Telco, a Brascan realizou um exercício considerando a participação da TIM nos resultados da Telecom Italia. Pelos cálculos da corretora, a TIM contribui com 10,6% dos resultados da Telecom Italia, o que levaria ao valor de 11,40 reais por ação dos controladores e 9,10 reais por ação dos minoritários.

 

Apesar do grande potencial de alta das ações, a Brascan recomenda cautela com os investimentos. Como a Telco tem direito a entrar com recurso contra a decisão da CVM, o processo ainda pode se arrastar por meses, com a possibilidade de não realização da OPA. Nesse caso, as ações devolveriam toda a valorização obtida com a expectativa da oferta pública, e o investidor perderia dinheiro.

A Telco possui 24,5% na Telecom Italia, maior companhia de telecomunicações italiana, que por sua vez detém 81,3% das ações ordinárias da TIM, a terceira maior operadora de telefonia móvel do Brasil.