Luiz Barsi: carteira previdenciária de Barsi foi desenvolvida na década de 1970 após o investidor analisar a estrutura da Previdência Social no país (Germano Lüders/Exame)
Karla Mamona
Publicado em 23 de novembro de 2020 às 19h05.
Última atualização em 25 de novembro de 2020 às 18h15.
O bilionário Luiz Barsi, um dos maiores investidores como pessoa física do país, é referência para quem sonha em viver de renda. Em evento realizado nesta segunda-feira, 23, ele explicou sua famosa “carteira previdenciária”, ou carteira de renda mensal. Barsi estava ao lado de sua filha Louise Barsi e ambos revelaram sobre a estratégia de compra de ações em painel da Money Week, evento sobre investimentos e finanças pessoais promovido pelo escritório de agentes autônomos EQI em parceria com o BTG Pactual.
Segundo Louise, a estratégia é simples e pode ser aplicada por todos os investidores. “Compre ações de boas empresas. Ações a bons preços e que paguem bons dividendos. Este é o resumo da carteira previdenciária.”
A carteira previdenciária de Barsi foi desenvolvida na década de 1970 após o investidor analisar a Previdência Social no país. “Já naquela época, a Previdência não tinha condições de estruturar bem um sistema de pagamento e provedoria. Eu acreditei que a Previdência estava mal estruturada e que um dia ela iria claudicar” , acrescentou o investidor.
Para Barsi, o sistema previdenciário do Brasil não deveria ser suportado pelo estado, mas, sim, pelas empresas. “Tentei provar isso até para os ministros na época, mas eles não me ouviram. Hoje, estes ministros são funcionários públicos aposentados, enquanto eu estou exercitando uma previdência — que é uma renda mensal — paga pelas empresas.”
Ele recomenda que o investidor tenha sempre em mente como planeja viver nos próximos anos e que, ao investir, pense no longo prazo. “É importante pensar em ter uma renda mensal para o futuro, que lhe garanta uma vida digna.” Barsi disse ainda que sua prioridade no mercado acionário sempre foi focada em comprar ações de empresas que tenham bons projetos. "Eu não quero ser um sócio minoritário. Eu me vejo como um pequeno dono."
Louise destacou ainda que o mercado de capitais não é um ambiente de apenas especulação e que pode ser usado como mecanismo de complemento de renda. A economista citou como exemplo os Estados Unidos.
“A maioria da população americana investe. Eles sabem que investir em bolsa é a chance de se tornar sócio de uma empresa. As pessoas se planejam para contribuir para as suas previdências. Investem da mesma maneira como se fossem investir na previdência privada.” Por fim, ela afirmou que essa forma de investimento pode ser tanto pensada para a aposentadoria como para outros planos — que vão desde comprar a casa própria até pagar a faculdade dos filhos.
Barsi e Louise participaram do painel “De pai para filha: educação financeira começa dentro de casa”, na Money Week, que é um evento online e gratuito. Confira abaixo o vídeo na íntegra.