São Paulo - Seis em cada dez mulheres (64,4%) não resistem aos apelos dos filhos quando eles pedem brinquedos, roupas e doces. É o que aponta um estudo pelo Serviço de Proteção ao Crédito ( SPC Brasil ) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL).
Muitas vezes, nem é necessário que os filhos peçam o presente para recebê-lo: 59,6% das mães compram produtos que não são necessários para os filhos apenas pelo prazer de vê-los usarem coisas que gostam, aponta a SPC Brasil.
Além disso, quatro em cada dez mulheres (46,4%) admitem não adotar regras para presentear os filhos. Apenas 15,6% disseram dar presentes apenas em datas especiais, como aniversário, Dia das Crianças e Natal, enquanto 12,7% dão presentes quando o filho cumpre as regras e obrigações de casa.
Ambos os comportamentos podem ser negativos para a saúde financeira da família, aponta a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti. Para ela, é compreensível que as mães queiram sempre satisfazer seus filhos. Contudo, a vontade de agradar as crianças não pode se sobrepor ao controle do orçamento familiar , ainda mais em um cenário de crise .
Foram entrevistadas para o levantamento 843 mulheres com filhos com dois a 18 anos de idade em todas as capitais brasileiras. A margem de erro da pesquisa é de até 3,4 pontos percentuais.
Levar o filho às compras faz as mães gastarem mais
Quatro em cada dez mulheres entrevistadas pela SPC Brasil (38,6%) admitem que sempre acabam gastando mais do que o planejado quando saem para comprar acompanhadas pelos seus filhos.
As mães consultadas no levantamento declararam que mais da metade (50,8%) das últimas cinco compras de brinquedos, jogos, roupas e calçados realizadas para seus filhos foi feita por impulso. Quando se trata de alimentos, o percentual de compras por impulso é maior: 55,8%.
Os itens que mais levam à compra por impulso são roupas (40,6%), balas, chocolates e doces (35,5%), calçados (33,4%), brinquedos (32,5%), lanches (32,2%), iogurte (25,7%), biscoitos (24,3%) e eletrônicos (19,8%).
Quase a metade das entrevistadas (48,5%) garante que os filhos são persistentes e não desistem do pedido até conseguir o presente. O estudo aponta ainda que três em cada dez mulheres (29,7%) dizem que, mesmo comprando a maioria dos produtos que os filhos pedem, as crianças não ficam satisfeitas.
Mais de um terço das mães se endividam por causa dos filhos
Quatro em cada dez mães (36,7%) ouvidas já ficaram endividadas por causa de compras que fizeram para os filhos e 9,9% já deixaram de comprar produtos importantes para a casa ou pagar alguma conta porque compraram algo para a criança ou adolescente.
Dentre as mães que acreditam que dar todos os brinquedos e passeios fará a criança mais feliz, 30,9% estão com o orçamento no vermelho. Por outro lado, o percentual de mães que encerram o mês com dívidas cai para 15,8% entre as que não atribuem a felicidade de seus filhos aos produtos que consomem.
A pesquisa também aponta que 11,1% das mães relatam brigas com o cônjuge por causa das compras que realizam para os filhos, enquanto 17,4% das entrevistadas admitem compensar a ausência no dia a dia com presentes para os filhos.
O que fazer
O fato de o filho insistir nos pedidos para compra de produtos não deve intimidar a mãe. Para o educador financeiro do Meu Bolso Feliz, José Vignoli, a criança não pode perceber que a insistência, a birra ou chantagem funcionam, pois pode se acostumar com esse tipo de comportamento.
Nesse caso, o problema pode ficar ainda maior, já que será mais difícil interromper o hábito de dar presentes caso seja necessário realizar um ajuste nas contas da família, por exemplo, diz Marcela.
Uma saída para evitar discussões com os filhos na hora das compras pode ser combinar regras sobre o que poderá ou não ser comprado antes do passeio.
Para que essa solução seja eficiente, a mãe deve ser clara e firme na hora do acordo, diz a economista do SPC. Dessa forma, é mais provável que as crianças se sintam menos decepcionadas quando seus pedidos forem negados.
- 1. Chega de desculpas
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São Paulo - Não consegue economizar ou vive no
cheque especial , mas nunca encontra tempo para colocar as finanças em ordem? A pedido de EXAME.com, Gustavo Cerbasi, especialista em educação financeira e autor do livro "Casais Inteligentes Enriquecem Juntos", criou um plano de 14 dias para quem deseja melhorar o
orçamento .É necessário realizar apenas uma tarefa por dia durante duas semanas para mapear a situação financeira. O objetivo é controlar
gastos e poupar para atingir metas pessoais, como a compra da
casa própria , por exemplo.As dicas foram baseadas nas orientações compiladas por Cerbasi no livro "Como Organizar sua Vida Financeira", que será relançado em setembro desse ano. Conheça a seguir o plano de 14 dias para quem deseja se preparar contra eventuais imprevistos que tenham impacto no orçamento:
2. 1º dia: organize comprovantes de renda e despesas 2 /16(David Sacks/Thinkstock)
Calcule sua renda líquida mensal (já livre de eventuais descontos, como impostos) e os gastos realizados no último mês. Separe-os em grupos, como alimentação, saúde, moradia e lazer. Caso não tenha o registro de todas as despesas realizadas nesse período, inicie um monitoramento de entradas e saídas de dinheiro durante os próximos 30 dias, arquivando diariamente os comprovantes em uma pasta. O plano de ação para melhorar o orçamento deverá ser iniciado após essa análise.
3. 2º dia: analise os gastos 3 /16(ThinkStock/Nastco)
Se souber lidar com planilhas eletrônicas, como o Excel, ou
aplicativos que ajudam a gerenciar gastos, use essas ferramentas para se organizar. Caso não tenha o costume de utilizar esses recursos, relacione todos os seus gastos em um caderno e identifique onde você está gastando mais do que imaginava.
4. 3º dia: planeje sua rotina para monitorar o orçamento 4 /16(pressureUA/Thinkstock)
O ideal é que você não perca muito tempo com essa atividade. Prefira estratégias simples, como arquivar comprovantes por tipo de gasto e dedicar uma hora por mês para atualizar o seu orçamento.
5. 4º dia: faça uma relação de todas as suas dívidas 5 /16(George Doyle/Thinkstock)
Crie uma lista na qual você relacione todas as suas dívidas. Em cada uma, é necessário apontar o valor total do saldo devedor, o valor da prestação mensal (quando houver), nome do credor e o Custo Efetivo Total (CET) de cada linha de crédito. O CET mostra todos os encargos incluídos na dívida e é a melhor forma de analisar as taxas cobradas. Organize essa lista a partir da dívida mais cara para a mais barata, usando o CET como critério para esse ranking.
6. 5º dia: defina seus objetivos financeiros 6 /16(RomoloTavani/Thinkstock)
Crie uma lista de sonhos e objetivos pessoais que você pretende alcançar nos próximos seis meses, em um ano e após cinco anos. Faça as contas de quanto precisará poupar para alcançá-los.
7. 6º dia: faça uma lista de corte de gastos 7 /16(Tramvaen/Thinkstock)
Relacione todas as economias que você se propõe a fazer, com base na análise de seu orçamento, identificação do total de parcelas mensais de suas dívidas e o quanto gostaria de poupar. Trocar o carro atual ou até o próprio imóvel por outro mais em conta é uma estratégia eficaz. As metas devem ser relacionadas por escrito.
8. 7º dia: se comprometa a aumentar sua renda 8 /16(Tijana87/Thinkstock)
Defina, por escrito, valores que você pretende levantar no curto prazo, seja vendendo bens que não usa e, se possível, realizando horas extras ou bicos. Defina um prazo para esse período, para que não se torne uma rotina. O ideal é executar esse objetivo durante três a quatro meses, no máximo.
9. 8º dia: negocie dívidas 9 /16(Thinkstock/Creatas Images)
Com base no seu plano de corte de gastos e aumento de ganhos, calcule quanto poderá gerar nas próximas semanas ou meses e entre em contato com seus credores para quitar as dívidas com CET acima de 2% ao mês e/ou substituir as dívidas mais caras por outras de CET mais baixo, com o objetivo de reduzir seu gasto com juros. Assuma prestações que você consiga pagar com tranquilidade, para não correr o risco de cair em dívidas não planejadas (
veja 10 passos para negociar sua dívida com o banco ). Uma boa estratégia é vender bens de alto valor, como o carro.
10. 9º dia: estude investimentos 10 /16(ThinkStock/sjenner13)
Analise investimentos oferecidos pelo banco no qual você tem conta e por outras instituições financeiras. Dedique uma ou duas horas para entender como funciona cada aplicação financeira (
veja 10 livros essenciais para quem quer começar a investir ). Preencha um questionário para identificar seu perfil de investidor.
11. 10 º dia: defina metas de poupança 11 /16(James Thew/Thinkstock)
Faça planos de quanto começará a poupar por mês assim que liquidar suas dívidas, caso tenha débitos que não foram planejados. Passe a poupar somente quando suas dívidas se limitarem a financiamentos planejados, com prestações que caibam confortavelmente no orçamento.
12. 11º dia: escolha uma aplicação para a aposentadoria 12 /16(ChickiBam/Thinkstock)
Marque uma reunião com um corretor de seguros para discutir o melhor plano de previdência para seu perfil ou busque uma aplicação financeira que seja mais adequada para objetivos de longo prazo (
veja 8 verdades que você deve encarar sobre a aposentadoria ). Comprometa-se a iniciar as contribuições somente depois de quitar suas dívidas.
13. 12º dia: automatize seus investimentos 13 /16(Anatoliy Babiy/Thinkstock)
Ao iniciar aplicações e começar a guardar dinheiro, prefira que os depósitos mensais sejam feitos por débito automático. A ferramenta reforça a necessidade de ter disciplina, essencial para o sucesso de seu plano.
14. 13º dia: organize documentos e senhas 14 /16(gpointstudio/Thinkstock)
Com o planejamento definido, tire um tempo para organizar documentos do banco e guardar senhas de cartões, por exemplo. Defina também uma data a cada seis meses para que você estude as aplicações que seu banco oferece e possa compará-las com as de outras instituições financeiras.
15. 14º dia: planeje o orçamento futuro 15 /16(Thinkstock)
Para ter disciplina, você precisa saber o resultado de cada passo. Planilhas são recomendadas porque permitem projetar gastos futuros, incluindo consumo em datas festivas, para que você veja quanto dinheiro irá acumular e quando irá conseguir atingir seus objetivos financeiros. Tenha como hábito pensar no futuro e ajustar o orçamento atual quando ocorrer algum desequilíbrio.
16. Agora veja 15 formas de controlar o seu orçamento 16 /16(Raul Júnior/VOCÊ SA)